ESPECIAL: MMA passa por seu primeiro ‘boom’ e vira esporte popular no planeta

Para celebrar sétimo aniversário, SUPER LUTAS relembra os prósperos momentos vividos pelo esporte desde 2011

Campeão dos penas, Aldo cai nos braços do povo no UFC Rio 2. Foto: Divulgação/UFC

Campeão dos penas, Aldo cai nos braços do povo no UFC Rio 2. Foto: Divulgação/UFC

Como você pôde ver na primeira parte do nosso especial, os primeiros anos de vida do SUPER LUTAS representaram uma consolidação para os maiores eventos de MMA do planeta. Apesar das extinções de PRIDE e Affliction, o UFC confirmou seu crescimento ao contratar quase todas as grandes estrelas do esporte e realizar o histórico UFC 100, evento que até hoje é referência de sucesso na casa.

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Porém, o grande boom ainda estava por vir. Confira abaixo a segunda parte da matéria, que começa abordando o ano que mudou a história do MMA e trouxe o esporte à grande massa não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos.

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2011 – “Boom” – o ano de glória

Talvez 2011 tenha sido o maior divisor de águas no MMA nos últimos sete anos. O período representou a grande “explosão” do esporte, com alguns marcos importantes sendo atingidos tanto no Brasil como no exterior.

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O primeiro deles aconteceu logo em fevereiro, com o combate que apresentou o MMA à grande massa no Brasil. Anderson Silva, rei dominante da divisão dos médios, defenderia seu título contra o popular Vitor Belfort em um encontro de brasileiros em Las Vegas (EUA). A luta chamou a atenção de grandes veículos de comunicação e de pessoas que não costumavam acompanhar o esporte, que ficaram acordadas até a madrugada naquele fatídico dia. O nocaute cinematográfico do campeão, um chute frontal que colocou o “Fenômeno” no chão, foi o que ingrediente que faltava para que o MMA caísse nas graças do povo.

Belfort (esq.) e Anderson (dir.) fizeram luta histórica em 2011. Foto: Divulgação

Belfort (esq.) e Anderson (dir.) fizeram luta histórica em 2011. Foto: Divulgação

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Além disso, 2011 marcou o tão aguardado retorno do UFC a terras brasileiras. Após 13 anos, o octógono desembarcou no país com o UFC 134, no Rio de Janeiro, em um card recheado de estrelas. As vitórias por nocaute de Rodrigo Minotauro, Maurício Shogun e Anderson Silva fizeram a festa do público presente no ginásio e fixaram o Brasil de vez no calendário do Ultimate.

Com tamanho sucesso, era questão de tempo para que o UFC chegasse à televisão aberta – e isso aconteceu no dia 12 de novembro. O combate entre Cain Velasquez e Júnior Cigano, válido pelo cinturão dos pesados, foi transmitido ao vivo pela FOX nos Estados Unidos e pela Globo no Brasil. A luta foi rápida, com vitória de Cigano em pouco mais de um minuto, mas serviu para marcar história: quase seis milhões de pessoas assistiram ao combate nos EUA, sendo que uma multidão de brasileiros, com direito a narração de Galvão Bueno, acompanharam ao triunfo de Cigano. O MMA havia chegado para ficar.

Para coroar a temporada de glória do UFC, outros dois fatos importantes conquistados em 2011: o evento com maior público já realizado pela organização, com o UFC 129 (55 mil pessoas), além da aquisição do maior concorrente do Ultimate, o Strikeforce.

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2012 – O ano das lesões

Dana White: "Não sei o que fazer com Dan Henderson"

Henderson (foto) perdeu a chance de lutar pelo cinturão ao se lesionar. Foto: Divulgação

Enquanto o ano anterior foi um sucesso para o UFC, 2012 acabou sendo marcado por alguns tropeços. A organização se viu desfalcada de dois de seus maiores astros – Georges St. Pierre, que passou quase o ano todo parado por lesão, e Brock Lesnar, aposentado do MMA – e viu seu cronograma ser atrapalhado por alguns imprevistos incômodos.

Pela primeira vez na história do UFC um evento teve de ser cancelado. O UFC 151, marcado para o dia 1º de setembro, não foi realizado devido a uma lesão de Dan Henderson, que faria a luta principal contra Jon Jones pelo cinturão dos meio-pesados. Em cima da hora, a organização propôs ao campeão um combate contra Chael Sonnen, mas Jones recusou alegando que teria pouco tempo para se preparar para um novo adversário. O episódio danificou a imagem do UFC e de Jones, que foi acusado por alguns de “correr” de um adversário que veio da categoria de baixo.

As contusões também atrapalharam o evento realizado no Rio de Janeiro em outubro. Originalmente, José Aldo defenderia o cinturão dos penas contra Erik Koch, mas o desafiante se lesionou e foi substituído por Frankie Edgar; pouco depois foi a vez de o campeão sair do card ao machucar o pé em uma queda de moto. A luta co-principal, que teria Quinton Jackson contra Glover Teixeira, também não aconteceu após o norte-americano se machucar. Por fim, Vitor Belfort, que enfrentaria Alan Belcher, deixou o card para disputar o cinturão dos meio-pesados contra Jon Jones.

Aldo (foto) e demais atletas do UFC 179 enfrentam a balança nesta sexta-feira. Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC

Aldo (foto) acabou não lutando no UFC Rio 3. Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC

Assim, o evento no Rio teve de ser remodelado. Em cima da hora, Anderson Silva topou fazer um combate na divisão até 93 kg contra o vice do TUF 1, Stephan Bonnar. Já Rodrigo Minotauro apressou a recuperação de uma lesão e enfrentou Dave Herman no segundo combate mais importante da noite. As vitórias brasileiras amenizaram os danos, mas os imprevistos certamente acenderam a luz de alerta no UFC.

O lado positivo esportivamente falando ficou com alguns combates marcantes em disputa de cinturão. Em julho, Anderson Silva bateu Chael Sonnen na aguardada revanche e fez aquela que seria sua defesa final do título dos médios; no último evento do ano, Cain Velasquez dominou Júnior Cigano para recuperar o título dos pesados.

O ano de 2012 também marcou a primeira edição do reality show The Ultimate Fighter no Brasil. O programa, comandado por Vitor Belfort e Wanderlei Silva, revelou bons nomes ao UFC, como os campeões Rony Jason e Cezar Mutante, além de Serginho Moraes, Daniel Sarafian e Francisco Massaranduba. Contudo, o duelo entre os treinadores, marcado para o UFC 147, em junho, não aconteceu, pasmem, por lesão de Belfort.

2013: A queda do Aranha

Ronda  finalizou Carmouche e se tornou a primeira mulher a vencer no UFC. Foto: Josh Hedges

Ronda finalizou Carmouche e se tornou a primeira mulher a vencer no UFC. Foto: Josh Hedges

O UFC começou 2013, ano de seu 20º aniversário, disposto a apagar os azares do ano anterior e voltar à maré favorável de 2011. Para isso, tomou algumas decisões que entraram para a história da organização: a primeira delas foi em extinguir o Strikeforce e contratar os seus atletas, o que também incluiu a divisão feminina. O UFC 157 marcou a primeira luta de mulheres no octógono, com a campeã Ronda Rousey batendo Liz Carmouche por finalização.

Mas 2013 acabou ficando marcado pela queda do campeão mais dominante da história do UFC. Anderson Silva perdeu o cinturão dos médios de forma impressionante e, em seguida, sofreu a derrota mais dura de sua carreira de maneira não menos chocante.

Em julho, “Spider” enfrentou seu 10º desafiante, Chris Weidman, que fazia apenas sua luta de número 10 no MMA. O campeão esbanjou confiança e fez diversas provocações ao norte-americano durante o combate, mas foi pego em um momento de descuido e sofreu o primeiro nocaute de sua carreira.

Anderson Silva sofreu a última grave lesão de 2013 no UFC. Foto: Josh Hedges/UFC

Anderson Silva sofreu a última grave lesão de 2013 no UFC. Foto: Josh Hedges/UFC

A revanche aconteceu no último evento da temporada, entre o Natal e o Ano-Novo. Lutando de forma mais séria, Anderson não conseguiu impor seu jogo contra Weidman, que esteve próximo de liquidar a fatura com um novo nocaute no primeiro round. Porém, no segundo período, aconteceu a imagem que rodou o mundo e chocou os fãs de MMA, com o brasileiro fraturando feio sua perna ao ter um chute bloqueado por Weidman.

Para piorar ainda mais a vida da chefia do UFC, 2013 também marcou o adeus de outro futuro Hall da Fama da organização. Cansado da rotina intensa de um atleta de alto rendimento, Georges St. Pierre abriu mão do cinturão dos meio-médios e se retirou temporariamente das lutas.

2014: A bruxa domina o UFC

Esportivamente falando, 2014 está longe de ser o ano dos sonhos para o UFC. A empresa iniciou o calendário com o “pé no acelerador”, prometendo o calendário mais longo de sua história, mas, assim como aconteceu há dois anos, os eventos da organização tiveram de passar por diversas mudanças de última hora.

C. Velasquez (foto) pode encarar outro brasileiro se passar por Cigano. Foto: YouTube/Reprodução

Lesionado, o campeão dos pesados Cain Velasquez (foto) não lutou em 2014. Foto: YouTube/Reprodução

Apenas em se tratando de disputas de cinturão, é possível listar uma série de combates que não aconteceram ou foram adiados: Cain Velasquez x Fabrício Werdum, Jon Jones x Alexander Gustafsson II, Jon Jones x Daniel Cormier, Chris Weidman x Vitor Belfort, TJ Dillashaw x Renan Barão II. Além disso, outros episódios atrapalharam a trajetória do UFC em 2014, como o cancelamento do UFC 176 (que teria José Aldo x Chad Mendes II) e a novela envolvendo Chael Sonnen e Wanderlei Silva, que teve polêmica envolvendo exames antidoping e o afastamento de ambos do Ultimate.

A proibição da terapia de reposição de testosterona (TRT) foi um capítulo à parte em 2014. Adepto ao tratamento, Vitor Belfort foi flagrado com níveis de testosterona acima do permitido em um exame surpresa, sendo que, após o banimento da TRT, o brasileiro precisou batalhar para receber uma licença para voltar a lutar. Isso fez com que o combate contra Chris Weidman pelo cinturão dos médios, originalmente agendado para maio de 2014, fosse remarcado para fevereiro de 2015.

Todas essas polêmicas cobraram seu preço. Até o momento, 2014 vem sendo um dos piores anos do UFC em vendas de pay-per-view, sendo que há a previsão de uma diminuição de 40% nos lucros da empresa.

Azar do UFC, sorte do Bellator. Em 2014, o principal concorrente do Ultimate ganhou notoriedade após a troca de comando, saindo Bjorn Rebney e chegando o ex-Strikeforce Scott Coker. Algumas estratégias adotadas, como o fim dos GPs e o casamento de lutas com atletas conhecidos, renderam eventos de sucesso como o Bellator 131, que teve média de audiência de 1,8 milhão de telespectadores.

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