Rodrigo Minotauro vivenciou de perto a ascensão meteórica do MMA nos últimos anos. Atleta da velha guarda, o baiano iniciou sua carreira profissional em 1999, quando o esporte ainda era conhecido como vale-tudo; depois, brilhou no Japão, se tornando o primeiro campeão dos pesados do PRIDE, e, anos mais tarde, se transferiu para o UFC e viveu em primeira mão a expansão mundial da modalidade.
Assim, Minotauro pode falar com propriedade sobre as mudanças no MMA nos últimos sete anos, período de existência do SUPER LUTAS. Em entrevista exclusiva, o veterano enalteceu o grande crescimento recente do UFC e afirmou acreditar que o esporte chegará a um patamar ainda maior, equiparando-se a eventos de grande proporção como o Super Bowl, a final da liga de futebol norte-americano.
No entanto, Minotauro destacou que o UFC ainda precisa evoluir em certos pontos, especialmente quanto à estabilidade dos lutadores de seu plantel. O atleta também comentou como está sua saúde após a cirurgia feita em seu joelho e ressaltou seu desejo de fazer mais duas lutas – a última contra Frank Mir – antes de pendurar as luvas.
Confira a entrevista completa com Minotauro:
Como está o atual momento da sua carreira? Você passou por uma cirurgia no joelho depois da sua última luta, mas você já retornou aos treinos?
É inegável que estou na reta final da minha carreira. Vou pendurar as minhas luvas no fim de 2015. Minha meta é realizar mais dois combates, um na metade do próximo ano e outro mais para o final. Tive uma contusão muito chata, na qual tive que refazer os ligamentos do meu joelho direito. Voltei aos treinamentos físicos em outubro, mas só poderei voltar aos treinos técnicos e específicos de MMA em janeiro.
Há algum adversário específico que você está de olho?
Ainda não tenho um lutador em mente. Todos sabem da minha vontade de enfrentar novamente o Frank Mir, mas gostaria de fazer um combate antes de enfrentá-lo.
Como você pretende parar em breve, o que você ainda almeja para sua carreira de atleta?
Minha meta agora é fazer boas lutas e vencer. Vou encerrar a carreira de lutador no fim de 2015.
Como você quer ser lembrado para as gerações futuras?
Não sei dizer como gostaria de ser lembrado, mas quero deixar um legado positivo, no qual novos talentos possam se inspirar.
Se você pudesse comparar o atual momento do MMA com sete anos atrás, o que você diria?
O MMA evoluiu muito nesses últimos sete anos. Hoje o esporte é muito mais profissional. Há sete anos o MMA ainda era muito marginalizado, atualmente ele é muito melhor aceito pela sociedade. Agora as pessoas reconhecem o MMA como um esporte de verdade.
Com o fim do PRIDE em 2007, você chegou a temer pela continuidade de sua carreira? Você pensou que o UFC não fosse capaz de proporcionar aos lutadores o que vocês tinham no Japão?
Toda mudança gera preocupação, ainda mais com o fim do Pride, evento que sempre tratou todos os lutadores com muito carinho. Mas o crescimento do UFC acabou sendo muito bom para o MMA, elevou a modalidade de patamar. Nos colocou no mainstream dos esportes.
Olhando a trajetória do UFC nos últimos sete anos, no que vocês acham que eles mais acertaram?
Sem dúvida, o maior acerto deles foi transformar o MMA em algo rentável. Saber organizar e vender o show.
E no que erraram?
Acredito que eles tiveram alguns erros no tratamento com os atletas. O UFC deixa os lutadores muito incertos sobre sua continuidade no evento. Mas é normal, todos acabam olhando seu próprio lado.
Como você vê o MMA daqui sete anos?
Vejo o MMA competindo cada vez mais com os grandes esportes do mundo. Tenho certeza, que daqui a sete anos teremos eventos da magnitude do Super Bowl no MMA.
Como você se vê daqui sete anos?
Me vejo trabalhando muito, tocando meus negócios e contribuindo muito para o desenvolvimento do esporte no Brasil, e em especial o MMA.