Na segunda parte do especial do SUPER LUTAS sobre as estreias do UFC em diferentes países ao redor do planeta, relembramos alguns dos eventos que ajudaram a mais importante organização de MMA a fazer história e se consolidar em diferentes mercados.
Se inicialmente o UFC começou explorando o próprio território dos Estados Unidos, além de praças tradicionais nas lutas como Brasil e Japão, a expansão internacional posteriormente ganhou outros continentes do planeta. Contudo, alguns dos locais não foram fáceis de ser conquistados, já que a organização de Dana White e dos irmãos Fertitta enfrentou empecilhos. Relembre esses momentos na parte final do nosso especial.
UFC 38: Europa
No dia 13 de julho de 2002, o Ultimate visitou pela primeira vez o “Velho Continente” com um evento na cidade de Londres, capital da Inglaterra. O local escolhido para receber o octógono, a histórica casa de shows Royal Albert Hall, fazia jus à elegância britânica e fugia do estereótipo das antigas arenas que sediavam eventos de luta.
Naturalmente, o card do evento foi recheado de lutadores ingleses, como Leigh Remedios, Mark Weir e James Zikic. Porém, o grande destaque para o público local foi a surpreendente vitória de Ian Freeman sobre a jovem promessa Frank Mir. Com um nocaute técnico no primeiro round, o veterano inglês pôs fim à sequência de finalizações do norte-americano e acabou com sua invencibilidade no MMA.
Na luta principal da noite, o campeão dos meio-médios, Matt Hughes, derrotou Carlos Newton na revanche de um dos combates de maior reviravolta na história do UFC. Desta vez sem grandes controvérsias, o campeão defendeu seu título com um nocaute técnico no quarto round.
UFC 93: Irlanda
Hoje em dia o UFC já considera a Irlanda como um local fixo na rota de seu calendário, especialmente por conta da ascensão de Conor McGregor dentro da jaula. No entanto, a primeira visita da organização ao país foi bem antes do surgimento do “Notório”, e mesmo assim o evento deixou sua marca na história do Ultimate.
A recepção calorosa do público irlandês ao UFC 93, em janeiro de 2009, é citada com frequência por Dana White como um dos grandes momentos que passou diante da organização. Todos os ingressos para o evento, aproximadamente 10 mil, foram vendidos com velocidade histórica com meses de antecedência para a atração.
Com um país ainda engatinhando dentro do MMA, a expectativa de toda a torcida girava em torno de quatro grandes nomes na história do esporte. Na luta principal, Dan Henderson derrotou o ex-campeão Rich Franklin em uma apertada decisão dos juízes; já na luta co-principal, Maurício Shogun conquistou sua primeira vitória no octógono ao se vingar da única derrota que sofreu no PRIDE, contra Mark Coleman.
UFC 110: Austrália
Pouco mais de um ano da experiência bem sucedida na Irlanda, o UFC deu um importante passo ao ingressar em outro mercado considerado chave para suas pretensões pelo mundo. O UFC 110, em Sydney, na Austrália, marcou a primeira vez do octógono na Oceania, que posteriormente se firmou no calendário da organização nos anos seguintes.
Pelo fato de a Austrália ser relativamente próxima ao Japão e funcionar em fuso-horário semelhante, o card do UFC 110 teve a participação de três lutadores que marcaram história na “Terra do Sol Nascente” nos tempos de PRIDE: Rodrigo Minotauro, Wanderlei Silva e Mirko Cro Cop. Isso ajudou a alavancar as vendas de ingressos, já que todas as entradas para o evento foram esgotadas logo no primeiro dia. As quase 18 mil pessoas que assistiram ao UFC 110 contribuíram para a quebra do recorde de público no ginásio Acer Arena, que antes pertencia a um show da banda Iron Maiden.
Para agradar ao público dos Estados Unidos, o card do UFC na Austrália foi realizado à tarde pelo horário local. Wanderlei Silva espantou a má fase e derrotou Michael Bisping em sua estreia na divisão dos médios, e, na luta principal, Cain Velasquez mostrava a que veio ao nocautear Rodrigo Minotauro com pouco mais de dois minutos de luta.
UFC 112: Abu Dhabi
Se a chegada à Irlanda e à Austrália foi comemorada pelo UFC, o mesmo não pode se dizer da primeira visita ao Oriente Médio. Realizado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o UFC 112 deixou um grande trauma na chefia do Ultimate
O evento em si era de grande importância para a organização, já que, pouco antes, 10% das ações da Zuffa, empresa dona do UFC, haviam sido adquiridas pela empresa estatal árabe Flash Entertainment. Por isso, um card de respeito foi montado: Anderson Silva e Vitor Belfort se enfrentariam pelo cinturão dos médios, com BJ Penn x Frankie Edgar pelo título dos leves e Renzo Gracie, figura conhecida no mundo árabe, medindo forças com o ex-campeão Matt Hughes.
O primeiro tropeço foi dado alguns meses antes do evento, com Belfort se lesionando e sendo substituído por Demian Maia. A troca acabou esfriando os ânimos do público, mas ainda assim a expectativa para a atração estava nas alturas.
Porém, “na hora do vamos ver”, o evento não entregou o que se esperava. As lutas não empolgaram e, na atração principal, Anderson Silva exagerou nas brincadeiras e derrotou Demian Maia em uma luta para lá de morna. A recepção negativa do público freou os planos do Ultimate em Abu Dhabi, o que fez com que o octógono só retornasse ao local quatro anos depois.
UFC 134: Brasil – Parte 2
Como você já viu na primeira parte do especial do SUPER LUTAS, o UFC desembarcou pela primeira vez no Brasil em 1998, em evento realizado em São Paulo. Porém, o evento que fez com que a bandeira do Ultimate fosse fincada de vez no país aconteceu quase 13 anos depois.
Mesmo já contando com vários ídolos brasileiros no cenário internacional, o MMA sofreu um grande boom no país com a histórica luta entre Anderson Silva e Vitor Belfort, vencido pelo “Spider” com um chute cinematográfico. O combate alçou o então campeão dos médios ao posto de celebridade no Brasil e fez com que o retorno do UFC ao país se tornasse mera questão de tempo.
O reencontro do octógono com os fãs brasileiros aconteceu em agosto de 2011, no ginásio da Barra da Tijuca, sudoeste do Rio de Janeiro. E quem compareceu ao evento ou acompanhou pela televisão seguramente não se arrependeu.
O card contava com três dos grandes nomes da história do MMA no país, Anderson Silva, Maurício Shogun e Rodrigo Minotauro, além de outros nomes que ainda estavam em ascensão. A alegria foi ainda maior pelo fato de que, nos oito combates entre brasileiros e estrangeiros, foram sete vitórias para os atletas tupiniquins, incluindo os nocautes de Minotauro, Shogun e Anderson, que levantaram o público presente na arena.
O UFC 134 foi um grande sucesso para as pretensões do Ultimate e recolocou o Brasil na rota da organização. Nos anos seguintes, o octógono retornou com frequência ao país, sendo que os planos para 2015 são em realizar sete eventos no Brasil.
Comentários