Encarando diversas acusações, entre elas a de tentativa de homicídio, Cain Velasquez ainda não tem data para ir a julgamento. Após meses de adiamentos, o ex-campeão peso pesado (até 120,2 kg) do UFC compareceu a duas audiências no tribunal do Condado de Santa Clara, na Califórnia, na última quarta-feira (14), e deve retornar nos dias 6 de março e 17 de abril para procedimentos relacionados a moções de intimação.
Depois, Cain terá uma “audiência final” no dia 24 de abril, quando as datas do julgamento devem ser formalmente agendadas.
Cain Velasquez foi preso em fevereiro de 2022 acusado de perseguir em alta velocidade e disparar com arma de fogo contra um carro no qual se encontrava Harry Goularte, homem acusado de abusar sexualmente do filho do lutador em uma creche administrada pela mãe de Goularte, que também estava no veículo, assim como o padrasto Paul Bender, que teria sido atingido por um dos disparos.
A primeira audiência realizada na quarta-feira teve como pauta duas moções de intimação apresentadas por Cain Velasquez e a advogada de defesa Renee Hessling.
A primeira intimação, previamente assinada pela juíza Shella Deen, foi encaminhada ao UFC. De acordo com a advogada, o Ultimate teria concordado em apresentar todos os documentos solicitados, mas ainda não o fez. Hessling indicou que a organização garantiu cooperação e que seria apenas questão de tempo o envio dos documentos, com prazo determinado pela juíza até o dia 1º de março, com uma audiência no dia 6 de março.
A segunda intimação teve como alvo a Community Care Licensing (CCL), agência responsável pelo licenciamento de creches na Califórnia, visando obter documentos da Patty’s Daycare LLC, creche onde o filho de quatro anos de Cain Velasquez teria sido molestado.
Advogado de Harry Goularte, Stephen Defilipis tentou anular o pedido de intimação, mas não o fez com tempo suficiente para que a juíza analisasse. Com isso, as duas partes devem comparecer para nova audiência no dia 17 de abril.
Por conta das moções de intimação da primeira audiência, o juíz Benjamin Williams, responsável pela segunda audiência, foi forçado a novamente adiar a marcação de uma data para o julgamento de Cain Velasquez, apesar do apelo do promotor público Aaron French.
O juíz Williams encorajou ambas as partes a considerarem a possibilidade de um acordo judicial, o que, aparentemente, foi bem visto tanto pela defesa, quanto pela promotoria.
Cain Velasquez já se declarou “inocente” das múltiplas acusações que encara, entre elas a de tentativa de homicídio. O ex-campeão do UFC passou oito meses preso entre fevereiro e novembro de 2022, quando foi liberado sob o pagamento de fiança.