Mayra Sheetara é dominada por Raquel Pennington e perde chance de conquistar cinturão no UFC 297

Brasileira faz bom primeiro round, mas cede à experiência da adversária e perde por pontos em luta por título dos galos

Raquel Pennington (dir.) conquistou o cinturão dos galos no UFC 297. Foto: Reprodução/Instagram

Escalada para disputar o cinturão vago no peso galo (até 61,2kg.) feminino, Mayra Sheetara não teve êxito no compromisso. Inserida na luta co-principal do UFC 297, realizado neste sábado (20), em Toronto (CAN), a brasileira sucumbiu à experiência de Raquel Pennington e acabou não repetindo as atuações que a levaram ao desafio. Após cinco rounds, a norte-americana foi declarada vencedora na decisão unânime dos juízes.

Com o resultado, Sheetara teve adiado o sonho de se tornar campeã do Ultimate. Neste fim de semana, a mineira teve a oportunidade de fazer história e assumir o trono de Amanda Nunes.

PUBLICIDADE:

Veja Também

Dricus Du Plessis após luta no UFC 297. Foto: Reprodução/Twitter @UFCNews

Representante do UFC desde 2013, Pennington teve êxito na segunda tentativa de vestir um cinturão da empresa. Em sua primeira oportunidade, em 2018, a combatente acabou frustrada pela ‘Leoa’.

Não foi desta vez

A luta começou com Pennington tomando a iniciativa com chutes baixos. Na sequência, Pennington buscou a perna da brasileira e buscou uma queda. Sheetara se defendeu bem. As duas travavam confronto de isometria nas grades. Com pouco mais de um minuto, as atletas se afastaram e o embate voltou a ser disputado no centro do octógono. Na metade do round, Mayra tinha vantagem e pontuava com ataques no clinch. Na sequência, a mineira conseguiu uma queda sobre a norte-americana. Em posição de vantagem, Sheetara tentava chegar às costas e tentava a finalização. A veterana ficou de pé, mas Mayra seguia ‘mochilada’ em suas costas. Nos segundos finais, Sheetara continuava pressionada, mas a rival acabou salva pelo gongo.

PUBLICIDADE:

O segundo round começou com Pennington conectando uma sequência de jabs limpos no rosto da brasileira. Sheetara mantinha a distância e aguardava para lançar os ataques. Ainda no primeiro minuto, Mayra encurtou a distância e passou a buscar a queda. Pressionando a norte-americana contra as grades, a mineira insistia na estratégia. Na metade da etapa, Raquel se afastou e começou a lançar diretos limpos no rosto da brasileira. Sheetara acusou os ataques e passou a caminhar para trás. A norte-americana tentava se aproveitar do bom momento e seguia golpeando Mayra. A vantagem seguia com Raquel, que pressionava a adversária contra as grades e seguia pontuando. No minuto final, Sheetara surpreendeu e conseguiu chegar às costas da oponente. A mineira passou a ensaiar o estrangulamento. Pennington se defendia, mas não conseguia se desvencilhar da tupiniquim. Novamente, Raquel foi salva pelo gongo.

No terceiro assalto, Pennington voltou a tomar a iniciativa. A veterana pontuava com jabs e diretos. Sheetara respondia, mas a intenção era clara de se aproximar para levar a adversária para o chão. Mayra encurtou a distância e, novamente, pressionava a oponente contra as grades. Com quase dois minutos, Sheetara conseguiu a queda, mas Raquel conseguiu ficar de pé. A brasileira voltou a assustar a adversária tentando um estrangulamento de pé, sua marca registrada. Novamente, Pennington conseguiu se desvencilhar. Restando pouco mais de um minuto, Mayra arriscou uma queda, mas acabou caindo em posição de desvantagem. A norte-americana não conseguiu avançar em uma tentativa de finalização e o confronto voltou a ser disputado de pé. Nos segundos finais, Raquel levou a brasileira para o chão e arriscou uma guilhotina, mas a mineira conseguiu escapar. A etapa acabou com Pennington levando vantagem.

PUBLICIDADE:

A norte-americana seguiu o plano de retornar mais agressiva para o confronto. A veterana lançou um cruzado e Sheetara respondeu. Na sequência, a brasileira encurtou a distância e voltou a pressionar a oponente contra as grades. Pennington reverteu a posição e passava a pressionar a tupiniquim. Na metade da etapa, Sheetara conseguiu chegar nas costas e passou a tentar o mata-leão. Pennington mostrou experiência e conseguiu se desvencilhar. A norte-americana acabou ficando em posição de vantagem e pontuava com golpes no ground and pound. No minuto final, Mayra passou a apresentar perigo, mesmo por baixo. Nos segundos finais, Raquel voltou a pressionar no ground and pound, mas não havia mais tempo.

O último assalto começou com Pennington atacando com jabs. Sheetara evitava a trocação franca e dava margem para o avanço da adversária. Com um minuto passado, Raquel conseguiu levar a brasileira para o chão. Pennington tentava encaixar o katagatame e a brasileira apenas se protegia. A vantagem era evidente de Raquel, que não permitia a recuperação da mineira. Nos segundos finais, a norte-americana passou a agredir no ground and pound. Quase no fim, Pennington ficou de pé e terminou o embate chutando as pernas de Sheetara.

Neil Magny ‘fecha porta’ para promessa dos meio-médios

Neil Magny (esq.) em luta no UFC 297. Foto: Reprodução/Twitter

PUBLICIDADE:

Grande azarão nas casas de apostas, Neil Magny provou que existem níveis no Ultimate e impediu que destaque dos meio-médios (77,1kg.) tivesse oportunidade de entrar na elite da categoria. Em clara desvantagem diante de Mike Mallot, a ‘sensação haitiana’ utilizou experiência e protagonizou virada emocionante diante do rival. Já no terceiro assalto, o veterano alcançou posição da montada e disparou golpes violentos até interrupção do árbitro.

Aos 36 anos, Magny chegou ao 22 triunfo na organização e garantiu permanência no grupo dos melhores da divisão. De volta ao caminho das vitórias, o atleta agiu com naturalidade ao protagonizar grande triunfo em território inimigo.

Visto como grande promessa no UFC, Mike Mallot não soube aproveitar vantagem na luta e pagou caro ao cometer erros nos momentos finais do confronto. Favorito nas casas de apostas e confiante durante semana da luta, o canadense teve sequência de três vitórias interrompida e amargou segundo revés na carreira.

Parceiro de Strickland, Curtis estraga festa canadense

Chris Curtis (esq.) derrotou Marc-Andre Barriault no UFC 297. Foto: Reprodução/Instagram

Protagonistas de duelo monótono em Toronto, Canadá, Chris Curtis e Marc-André Barriault não agradam o público presente na Scotiabank Arena. Diante de três rounds desenrolados na luta em pé, os atletas levaram o combate para os pontos, onde o norte-americano trinfou na decisão dividida dos juízes e retornou ao caminho das vitórias após duas apresentações.

Veterano nas artes marciais mistas, Curtis chegou ao 31 triunfo na carreira e teve sucesso ao defender 14 colocação no ranking dos médios (até 83,9kg.). Ao fim do combate, o atleta evitou de desafiar possível adversário na divisão.

Impedido de manter sequência de vitórias, Marc-André perdeu grande oportunidade de ingressar no top 15 da categoria. Embalado por dois triunfos seguidos, o canadense amargou sexto revés no Ultimate e foi superado em seu país de origem.

Movsar Evloev faz jus ao favoritismo e mantém invencibilidade

Movsar Evloev (dir.) em vitória no UFC 297. Foto: Reprodução/Instagram

Em performance segura e estratégica, Movsar Evloev se apresentou no octógono do UFC 297 disposto a manter invencibilidade na carreira, sem permitir que Arnold Allen ficasse à vontade. Conhecido pelo talento na luta agarrada, o russo fez jus ao favoritismo e anulou o rival com grande insistência em levar o combate ao solo. Ao fim de três rounds, o destaque dos penas (até 65,7kg.) garantiu 18 triunfo na carreira via decisão unânime dos juízes.

Atual nono colocado no ranking da categoria, Evloev vive expectativa de dar grande passo na divisão após derrotar Allen, que atualmente está na quarta posição. Embalado por oito triunfos consecutivos, o russo se aproxima de eventual disputa pelo título.

Por outro lado, Arnold Allen desperdiça nova oportunidade e pode dar adeus ao top 5 dos penas após atualização nos rankings do Ultimate. Aos 29 anos, o inglês amargou segundo revés seguido na organização e ampliou o cartel para 19 triunfos e duas derrotas.

Resultados do UFC 297

CARD PRINCIPAL 

Peso médio (até 83,9 kg): Dricus Du Plessis derrotou Sean Strickland na decisão dividida dos juízes (48-47, 47-48, 48-47)

Peso galo (até 61,2 kg): Raquel Pennington derrotou Mayra Sheetara na decisão unânime dos juízes (49-46, 49-46, 49-45) – luta pelo cinturão

Peso meio-médio (até 77,1 kg): Neil Magny derrotou Mike Malott por nocaute técnico a 4m45s do R3

Peso médio (até 83,9 kg): Chris Curtis derrotou Marc-Andre Barriault na decisão dividida dos juízes (30-27, 28-29, 30-27)

Peso pena (até 56,7 kg): Movsar Evloev derrotou Arnold Allen na decisão unânime dos juízes (29-28, 29-28, 29-28)

CARD PRELIMINAR 

Peso galo (até 61,2 kg): Garret Armfield derrotou Brad Katona na decisão unânime dos juízes (29-28, 29-28, 29-28)

Peso pena (até 65,7 kg): Sean Woodson derrotou Charles Jourdain na decisão dividida dos juízes (28-29, 29-28, 29-28)

Peso galo (até 61,2 kg): Ramon Taveras derrotou Serhiy Sidey na decisão dividida dos juízes (28-29, 29-28, 29-28)

Peso palha (até 52,1 kg): Gillian Robertson derrotou Polyana Viana por nocaute técnico a 3m12s do R2

Peso meio-médio (até 77,1 kg): Yohan Lainesse x Sam Patterson

Peso galo (até 61,2 kg): Jasmine Jasudavicius finalizou Priscila Pedrita com um estrangulamento a 4m23s do R3

Peso mosca (até 56,7 kg): Jimmy Flick finalizou Malcolm Gordon com um triângulo de braço a 1m17s do R2

Confira as estatísticas do UFC 297

Leia Mais sobre: , ,