Título de Anderson Silva no UFC completa oito anos; relembre a trajetória do Spider

O SUPER LUTAS relembra o caminho percorrido pelo lutador até a conquista do cinturão do Ultimate

Anderson (foto) conquistou o cinturão do UFC em outubro de 2006. Foto: Divulgação/UFC

Anderson (foto) conquistou o cinturão do UFC em outubro de 2006. Foto: Divulgação/UFC

Na última semana, Anderson Silva comemorou o aniversário de oito anos da conquista de seu cinturão no UFC. No dia 14 de outubro de 2006, o “Spider” nocauteou Rich Franklin para se tornar o campeão dos médios da organização, iniciando um dos reinados mais longos da história do Ultimate.

Para celebrar a data, o SUPER LUTAS faz uma retrospectiva da longa trajetória de Anderson nos ringues e jaulas, que vai das lutas do Brasil, os tropeços no Japão, o sucesso na Inglaterra até a conquista do UFC.

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O início no Brasil e a passagem pelo PRIDE

Anderson Silva iniciou sua carreira profissional no MMA aos 22 anos, mas em pouco tempo já despontou no cenário internacional. Intercalando lutas no Brasil e no exterior, o lutador conquistou, em 2001, aquele que considera o seu primeiro título mundial ao bater o duro japonês Hayato Sakurai no Shooto. Assim, sua estreia no PRIDE, maior evento de MMA da época, era mera questão de tempo.

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E logo em sua primeira luta na organização japonesa, em junho de 2002, Anderson já deixou sua marca. Seu adversário era Alex Stiebling, ou “Matador de Brasileiros”, como ele se denominava. Isso porque o norte-americano vinha de uma sequência de seis triunfos contra atletas tupiniquins, incluindo sobre os veteranos Allan Góes e Wallid Ismail, já no PRIDE. Mas, com Anderson, a história foi diferente: em pouco mais de um minuto de luta, Spider mostrou seu muay thai afiado e conectou uma potente canelada na testa de Stiebling, o que abriu um grande corte e obrigou os médicos a interromperem a luta. Tal desempenho devastador fez com que o norte-americano retirasse sua bermuda, que tinha o apelido de “Brazilian Killer” estampado, e a desse de presente para Anderson.

Mesmo que Anderson tenha conquistado a seguir duas vitórias dominantes, incluindo um belo nocaute contra o ex-campeão do UFC Carlos Newton com uma joelhada voadora, sua carreira no PRIDE não decolou. Em junho de 2003, Spider sofreu uma derrota surpreendente contra o japonês Daiju Takase. Apático, o brasileiro não fez frente ao jogo de solo do rival e foi pego com um justo triângulo, sendo obrigado a dar os “três tapinhas”.

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O resultado, junto de um desentendimento com sua então equipe, a Chute Boxe, causou mudanças drásticas na carreira de Anderson. Ele juntou forças aos irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro e passou a lutar em outras organizações: no Brasil, participou do Conquista Fight e bateu o “Diamante Negro” Waldir dos Anjos; na Coreia do Sul, derrotou o veterano Jeremy Horn no Gladiator FC; e, por fim, fez sua estreia no britânico Cage Rage. Em combate cercado de provocações, válido pelo cinturão dos médios da organização que estava vago, Spider superou o polêmico Lee Murray e conquistou o título.

No dia 31 de dezembro de 2004, Anderson tentou mais uma vez se destacar no PRIDE, mas o resultado novamente não veio. Após dominar Ryo Chonan por dois rounds e meio, o brasileiro sofreu uma das finalizações mais belas da história do MMA ao ser pego com uma chave de calcanhar voadora.

Anderson é finalizado por Chonan no PRIDE Shockwave 2004. Foto: Divulgação

Anderson é finalizado por Chonan no PRIDE Shockwave 2004. Foto: Divulgação

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Anderson encanta a Inglaterra e o mundo do MMA

Fora de vez do PRIDE, Anderson voltou suas atenções ao Cage Rage, onde defendeu seu cinturão por duas vezes ao nocautear Jorge Rivera e Curtis Stout. Porém, ele também participou de um torneio no Havaí no evento Rumble on The Rock, mas perdeu para Yushin Okami ao ser desclassificado por desferir uma pedalada ilegal. Em sua luta seguinte, no entanto, o brilho voltou a aparecer: Anderson defendeu seu cinturão do Cage Rage pela terceira vez em um nocaute que esbanjou beleza e técnica, com uma cotovelada certeira no rosto de Tony Fryklund.

Estreia marcante impulsionou brasileiro no UFC

Anderson (esq.) acerta Leben (dir.); luta no UFN 5 durou pouco. Foto: Divulgação/UFC

Anderson (esq.) acerta Leben (dir.); luta no UFN 5 durou pouco. Foto: Divulgação/UFC

A Inglaterra já ficava pequena para Anderson Silva após sua terceira defesa de cinturão consecutiva no Cage Rage, especialmente pela forma como o brasileiro nocauteou Tony Fryklund. Assim, em meados de 2006, Anderson Silva assinou com o UFC e sua estreia foi cercada de expectativa.

Como primeiro adversário do brasileiro, a organização escalou o veterano da primeira edição do The Ultimate Fighter Chris Leben, que estava invicto no octógono e chegou a prever que venceria o até então desconhecido Anderson por nocaute.

Coube à dupla, a missão de encabeçar o card da quinta edição do UFC Fight Night do dia 22 de abril de 2006, um sábado, no Hard Rock Hotel e Casino.

Se a perspectiva era de que Anderson tivesse uma boa estreia no octógono, o Spider superou e muito o prognóstico. Em apenas 49 segundos, o Spider massacrou Leben de maneira impiedosa, com um aproveitamento de 85 % nos golpes, em uma amostra preliminar do estilo pelo qual depois se notabilizaria.

Nos braços do povo, Spider chegou ao cinturão

A estreia impressionante rendeu notoriedade a Anderson Silva. Logo após o estrago pra cima de Chris Leben, o UFC lançou uma enquete em seu site oficial questionando os fãs sobre qual seria o melhor adversário para o brasileiro em seguida.

A esmagadora maioria votou por um duelo entre o Spider e o então campeão, Rich Franklin, e a organização do Ultimate atendeu ao clamor popular. O duelo entre Anderson e Franklin foi agendado para o dia 14 de outubro de 2006, no Mandalay Bay, em Las Vegas (EUA).

Parecia improvável, mas mesmo diante de um campeão em sua quarta defesa de cinturão, Anderson teve uma atuação ainda mais notável e conquistou o título dos pesos médios com um nocaute técnico em apenas 2m59s. Ao todo, o Spider passou apenas incríveis 3m58s dentro do octógono até ter ostentar a cinta de campeão.

O duelo contra Franklin é até hoje marcante pela sequência de joelhadas no clinch aplicadas por Anderson, que forçaram o ex-campeão a passar por uma cirurgia de reconstrução facial, especialmente por causa das múltiplas fraturas sofridas no nariz.

Para Silva, aquela foi a primeira de onze vitórias consecutivas em lutas pelo cinturão, um recorde na história do Ultimate, e o segundo passo de uma série invicta no octógono que durou exatos 2565 dias – entre 28 de abril de 2006, quando venceu Chris Leben, e 6 de julho de 2013, quando foi derrotado por Chris Weidman.

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