O resultado do exame antidoping do lutador Piotr Halmann no UFC Brasília, realizado no mês passado, está dando o que falar. O polonês, derrotado no evento por Gleison Tibau, acusou a Comissão Atlética Brasileira de MMA (CABMMA) de fazer a coleta das amostras de maneira pouco profissional, e afirmou que tentará de todas as formas reverter o resultado e a suspensão de nove meses que recebeu após testar positivo para dostranolona, substância anabolizante.
Hallmann disse ter ficado surpreendido com o resultado e afirmou que é inocente. “Antes de tudo, eu quero dizer que fiquei muito surpreso ao ouvir que eu fui flagrado no exame antidoping. Sou muito cuidadoso com o que coloco em meu corpo e isso não significa que eu usei uma substância proibida. Estou muito bravo que isso tenha acontecido especialmente com a maneira que eles lidaram com esse teste no Brasil, que foi longe do profissional. Ficou claro que o procedimento não era confiável e estranho, para dizer o mínimo. Isso deveria ser uma grande preocupação para os lutadores e o UFC”, disse o lutador ao site “Bloody Elbow”.
“Logo após a minha luta, eu fui ao vestiário e uma pessoa que não se identificava começou a gritar: ‘Doping, doping!’, falando em um inglês ruim. Meus treinadores conseguiram entender que eu deveria ir a uma sala onde seria testado, dando uma amostra de meu sangue como de hábito. Naquele momento, eu estava com uma lesão e esperando o transporte para ir ao hospital. De repente, uma das pessoas que me testavam foi ao hospital, nos dizendo que algo havia dado errado em meu exame. Mas, naquela hora, eu estava com muita dor, já que os médicos estavam cuidando da minha mandíbula fraturada. O homem entendeu que não era a melhor hora para fazer um segundo teste, já que eu estava tomando analgésicos”, continuou o atleta polonês.
“Então, o homem pediu desculpas pelo erro e foi embora. Eu me pergunto qual tipo de erro você pode cometer se você já tem o meu sangue depois da luta. A primeira coisa que me vem à cabeça é que eles coletaram a amostra de maneira errada. Também é estranho que eles foram embora do hospital sem fazer um segundo teste. Era só eles me darem um tempo para me recuperar que eu daria uma segunda amostra, sem problemas. Mas eles pediram desculpas e foram embora. Espero que haja uma forma de apelar contra isso, porque minha carreira está em sério perigo e meu nome está sendo manchado. Reitero minha inocência e vou lutar pelo que é correto”, encerrou o lutador.
CABMMA se defende e diz que procedimento utilizado foi correto
O diretor de operações da CABMMA, Cristiano Sampaio, rebateu as acusações de Hallmann e garantiu que todos os procedimentos adotados nas coletas das amostras foram corretos.
Sampaio afirmou que o exame cumpriu com todas as exigências e esclareceu que o teste positivo não veio das amostras de sangue pós-luta, mas sim da urina coletada antes do combate. “O processo inteiro foi observado por um representante da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem e a CABMMA estava de acordo com o seus protocolos. O agente anabólico dostranolona foi encontrado na urina do sr. Piotr Hallmann, não em seu sangue, e foi no exame pré-luta. O exame de sangue deu negativo. Para cada exame positivo, o laboratório precisa refazer o teste para se certificar do resultado. O atleta tem direito de apelar contra o resultado. Ele precisa enviar uma notificação formal. A comissão vai enviá-la ao laboratório e todos os custos referentes à documentação e um novo exame ficará sob total responsabilidade do atleta”, explicou ao site “MMA Junkie”.
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