Francis Ngannou vai fazer sua estreia no boxe. Foto: Reprodução/Twitter/@trboxing
Francis Ngannou, ex-campeão peso pesado (até 120,2kg.) do UFC, vai enfrentar um dos maiores desafios de sua carreira neste sábado (28/10), quando estreia no boxe profissional contra o campeão mundial Tyson Fury.
O franco-camaronês, que rompeu com o Ultimate após não chegar em acordo contratual, segue o exemplo de Conor McGregor, que em 2017 também trocou o octógono pelo ringue para encarar Floyd Mayweather, considerado um dos melhores pugilistas da história.
Mas será que Ngannou tem condições de ir melhor do que McGregor foi na luta de boxe? Para responder a essa pergunta, o SUPER LUTAS analisa alguns fatores que podem influenciar o desempenho dos dois lutadores de MMA na nobre arte.
O primeiro deles é a experiência. McGregor já tinha uma base no boxe antes de se tornar profissional nas artes marciais mistas. O Notório começou a treinar boxe aos 13 anos e chegou a competir em torneios amadores na Irlanda. Além disso, ele teve cerca de três meses de preparação específica para a luta contra Mayweather, contando com a ajuda de treinadores e sparrings renomados.
Já Ngannou começou a praticar boxe aos 22 anos, depois de migrar da África para a França. O franco-camaronês nunca teve uma luta oficial de boxe e teve apenas três meses para se adaptar às regras e ao estilo da modalidade desde que o embate foi anunciado. A ajuda de Mike Tyson é importante, mas pode não surtir tanto efeito na prática.
O segundo fator é o nível dos adversários. Mayweather era um especialista na defesa e na esquiva, além de ter uma técnica refinada e uma velocidade impressionante. O Money tinha um cartel invicto de 49 vitórias, sendo 26 por nocaute, e havia conquistado títulos mundiais em cinco categorias diferentes.
Tyson Fury, por sua vez, também é um boxeador invicto, com 33 vitórias, sendo 24 por nocaute, e um empate. Atual campeão peso pesado do Conselho Mundial de Boxe, o inglês já derrotou nomes como Wladimir Klitschko e Deontay Wilder. Fury é um lutador alto (2,06 m), forte e ágil, que sabe usar bem o jab e o movimento de cabeça.
Tyson Fury é um dos principais lutadores de boxe na atualidade. Foto: Reprodução/Instagram @gypsyking101
O terceiro fator é o estilo dos lutadores de MMA. McGregor é um striker nato, que usa bem os socos e os chutes para atacar seus oponentes. O irlandês tem um timing preciso e um poder de nocaute devastador. Ele conseguiu surpreender Mayweather nos primeiros rounds, acertando alguns golpes significativos e mostrando confiança. No entanto, o Notório não conseguiu manter o ritmo e acabou se cansando no decorrer da luta, sendo nocauteado no décimo round.
Ngannou também é um nocauteador temido, que possui uma força descomunal em suas mãos. O Predator deteve o cinturão peso pesado do UFC de 2021 até o início de 2023, vencendo todas as suas lutas por nocaute ou nocaute técnico. No entanto, ele também tem algumas limitações técnicas e táticas, que foram expostas em suas derrotas no UFC, contra Stipe Miocic e Derrick Lewis.
F. Mayweather Jr. (esq.) e C. McGregor (dir.) se enfrentaram em 2017. Foto: Reprodução/Facebook Floyd Mayweather
Diante desses fatores, pode-se concluir que Ngannou tem poucas chances de ir melhor do que McGregor foi na luta de boxe. O franco-camaronês enfrenta um adversário mais alto, mais pesado e mais jovem do que Mayweather era na época da luta contra McGregor. Além disso, tem menos experiência e menos tempo de treino no boxe do que o irlandês tinha. Por fim, ele pode ter dificuldades para lidar com a técnica e a movimentação de Fury, que sabe como neutralizar os golpes dos seus rivais.
Isso não significa que Ngannou não possa surpreender e causar uma zebra histórica no boxe. Ele tem um poder de nocaute capaz de acabar com qualquer luta em um único golpe. Ele também tem uma motivação extra para provar seu valor fora do UFC e realizar seu sonho de se aventurar no boxe profissional. No entanto, ele terá que superar muitos obstáculos para conseguir fazer frente ao campeão mundial Tyson Fury.
Atenção: O texto acima é uma análise opinativa de Igor Ribeiro sobre a luta entre Francis Ngannou e Tyson Fury no boxe. O que não reflete necessariamente a posição do site ou dos outros redatores.
