Nesta quarta-feira (27), Wanderlei Silva sofreu uma grande derrota nos tribunais e adicionou mais um capítulo à sua conturbada saga recente com a Comissão Atlética de Nevada (NSAC), iniciada após a fuga do atleta de um exame antidoping surpresa aplicado pela entidade no último mês de maio. A Procuradoria Geral do Estado de Nevada negou o requerimento formal de Wanderlei para que seu inquérito fosse arquivado e argumentou que tem jurisdição para punir um lutador mesmo que ele não tenha licença para atuar no estado naquele momento, derrubando assim a contestação apresentada pelo advogado Ross Goodman.
As informações foram divulgadas pelo site norte-americano “MMA Fighting”, que teve acesso a uma cópia da reposta da Procuradoria ao requerimento, apresentado por Wanderlei e seu representante legal como justificativa de sua ausência em audiência disciplinar no último dia 21 de agosto. No texto, o Procurador-Geral de Nevada afirma que uma licença não é pré-requisito para sanções disciplinares e garante que a Comissão Atlética tem o direito de punir um atleta que se prepara para lutar no estado mesmo que ele ainda não tenha sido licenciado. Além disso, também diz que Wand pede à Procuradoria que adote uma interpretação insensata da sua legislação para que ele possa “trapacear sem repercussões”.
Caso se arrasta e parece longe de um desfecho
No dia 30 de maio, Wanderlei Silva acabou cortado da luta contra Chael Sonnen no UFC 175 após fugir de um exame antidoping surpresa em Las Vegas (EUA). O brasileiro chegou a ser substituído pelo compatriota Vitor Belfort, mas a luta foi cancelada depois de Sonnen testar positivo para substâncias proibidas por duas vezes. Na época, Wand alegou que não fala inglês, e que por isso teria ido chamar seu advogado, e também disse que o funcionário responsável pela aplicação do exame não teria se identificado corretamente.
Todavia, em sua primeira reunião junto à Comissão Atlética de Nevada, em junho, o ex-campeão do PRIDE admitiu que não quis realizar o exame porque vinha fazendo uso de diuréticos, substância considerada ilegal pelo órgão, para diminuir a retenção de líquido na fratura em sua mão sofrida durante a briga com Chael Sonnen nas gravações do TUF Brasil 3. Apesar de ver Sonnen julgado e punido no mesmo encontro, o brasileiro teve uma decisão sobre seu caso adiada.
No último dia 21 de agosto, data estipulada pela Comissão Atlética para audiência disciplinar que definiria o futuro de Wanderlei Silva, o lutador não compareceu à sede da entidade e apresentou como justificativa o requerimento para que o inquérito fosse arquivado. Após a negativa da Procuradoria para a solicitação de Wand e seu advogado, o órgão espera que o “Cachorro Louco” vá a julgamento na próxima audiência da NSAC, no mês de setembro.