Momentos depois de ser confirmada a ausência de Charles do Bronx na disputa de cinturão dos UFC 294, o técnico do astro brasileiro, Diego Lima, explicou a situação envolvendo o pupilo. Nas redes sociais, o mentor do peso leve (até 70,3kg.) narrou o episódio que determinou a lesão do lutador e consequente cancelamento da revanche com o campeão Islam Makhachev.
“Após todos os ocorridos, estou passando aqui para explicar algumas coisas sobre o acontecido. Sei que muitos não vivem desse esporte e, por isso, dão opiniões erradas. Em relação a sparings (treino que simula luta), eles são uns dos melhores treinos para poder pegar tempo de luta, puxar o gás e poder trabalhar em cima da estratégia. São feitos sempre, mas sua força é dosada conforme o tempo para a luta. Foi exatamente o que o Charles estava treinando. Estávamos fazendo um sparring bem tranquilo simulando o jogo do Islam, igual fazemos no vestiário alguns momentos antes da luta. Em nenhum momento ele estava ‘saindo na mão’ forte com um companheiro de treino. Em relação a lesão, foi uma cabeçada, onde, sem querer, ele e seu companheiro de treino chocaram-se em um movimento de solo. Infelizmente, abriu o corte. Isso se chama acidente de trabalho, pois nosso esporte é de contato, e não tem como treinar sem contato”, escreveu Lima, em seu perfil no Instagram.
Na sequência, o técnico narrou o procedimento realizado após a contusão de Do Bronx. Ao avaliar a gravidade, a equipe entendeu, por bem, deixar o combate. Diego, então, explica o porquê da decisão.
“Logo após o corte, fomos imediatamente ao hospital, onde tomou os pontos na região da sobrancelha. O local (corte) abre com muita facilidade. Então, se resolvêssemos tentar lutar, chegaríamos em Abu Dhabi com todos os pontos aparentes. Teríamos que continuar os treinos e a sauna, o que interferiria na cicatrização. Em sete dias tiraríamos os pontos e, em cinco dias, estaríamos lutando. Um jab já abriria o corte novamente, podendo, inclusive, ser muito maior do que foi, e o sangramento seria abundante, escorrendo nos olhos e podendo interferir no resultado da luta, inclusive em uma interferência médica”, esclareceu Lima.
Por fim, o treinador enviou um recado à torcida, que lamenta a ausência de Do Bronx em um dos maiores espetáculos de MMA na temporada 2023. O mentor, no entanto, é otimista quanto ao próximo passo do pupilo.
“Sei que muitos estão chateados, e nós também. Não se esqueçam que vocês são os telespectadores e, para nós, é o nosso trabalho. Sabemos dos riscos e estamos prontos para todos os imprevistos. Não se esqueçam, o Charles está vindo de 12 vitórias em 13 lutas, foi um dos únicos atletas a lutar contra todos os top 5 em um prazo tão curto de tempo; um dos únicos campeões que nunca recusou uma luta se quer. Críticas construtivas sempre vão existir, e sempre serão bem-vindas. Porém pessoas invejosas que ‘defecam pela ponta dos dedos’ serão bloqueadas. Muito obrigado, galera. Logo mais estamos de volta”, encerrou.
No UFC 294, Do Bronx cumpriria sua segunda luta na temporada 2023. O desafio em Abu Dhabi marcaria a tentativa do astro brasileiro de retomar o cinturão dos leves (até 70,3kg.), perdido de forma polêmica no ano passado.
Com a saída de Charles, o Ultimate não demorou para encontrar o substituto. Agora, o campeão russo mede forças com Alexander Volkanovski, líder do peso pena (até 65,7kg.). O desafio reedita a batalha entre os atletas ocorrida em fevereiro.
Enquanto Makhachev busca êxito na segunda defesa de cinturão, o australiano tenta, pela segunda vez, conquistar o segundo título na organização.