Colby Covington é destaque do UFC. Foto: Reprodução/Twitter/@UFC
Colby Covington é um dos lutadores mais polêmicos do UFC, conhecido por suas provocações e insultos aos seus adversários e ao público. O norte-americano, que já chamou os brasileiros de “animais imundos” e “lixo”, tem uma relação controversa com o país, já que treina na academia MMA Masters, em Miami, liderada pelos brasileiros Daniel Valverde e Cesar Carneiro.
Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, os treinadores abriram o jogo sobre como é trabalhar com Covington nos bastidores das lutas e revelaram que ele é uma pessoa completamente diferente do personagem que interpreta no octógono.
“Se ele realmente tivesse alguma coisa contra brasileiros não iria treinar conosco e falar tão bem da gente como ele fala. Outro dia, estávamos conversando e alguém falou: ‘É bom você mostrar o lado que realmente é’. E ele respondeu: ‘não, não, está tudo certo’. As crianças adoram o Colby, é um cara super educado”, disseram.
Carneiro e Valverde explicaram que Covington adotou a postura de “bad boy” para se promover no UFC e garantir sua permanência na organização.
“Ele tem as maneiras de vender as lutas dele que muita gente não concorda, mas o UFC adora. Está funcionando para ele essa coisa de bad boy, mas é um cara maravilhoso. Nós não gostamos de ninguém neutro. Se você tem personalidade, quer andar com alguém de personalidade. Quando você é bad boy, os fãs vão falar mal de você e comprar pay-per-view só pra ver você perder. E os que amam, vão comprar para ver você ganhar”, afirmaram.
Os treinadores também contaram que Covington se inspira no WWE, a famosa liga de luta livre americana, para criar suas provocações e que ele teve que se reinventar após ser ameaçado de demissão pelo UFC.
“Quando ele foi lutar com Demian Maia, o UFC falou que se ele perdesse estaria demitido. Ele teve que incorporar uma persona. É fã de WWE e tem dado certo para ele. Cada um tem sua maneira de vender as lutas”, disse Valverde.
Por fim, os líderes da MMA Masters lamentaram a falta de reconhecimento do trabalho que fazem há muitos anos e criticaram a postura dos brasileiros que falam mal deles por treinarem Covington.
“Os brasileiros falam mal da gente também. Demorou muito tempo para alguém fazer uma entrevista para a gente. No Brasil, os brasileiros não queriam reconhecer o trabalho maravilhoso que a gente tem feito há muitos anos”, desabafaram.
Covington é o desafiante número um do ranking, embora tenha conquistado apenas uma vitória desde sua derrota para Kamaru Usman pelo título. Em sua jornada, ele superou nomes como Tyron Woodley, Jorge Masvidal e Robbie Lawler, exibindo uma notável evolução em sua técnica de trocação e uma pressão constante.
O norte-americano, agora, enfrenta Leon Edwards e pode se tornar campeão linear dos meio-médios (até 77kg.). A luta acontece no UFC 296, último evento numerado de 2023, marcado para o dia 17 de dezembro.
