Drogas, confusões e sucesso: conheça Nick Diaz, o polêmico rival de Anderson Silva

N. Diaz (foto) enfrenta Anderson Silva em janeiro de 2015 Foto: Josh Hedges/UFC

N. Diaz (foto) enfrenta A. Silva em janeiro de 2015 Foto: Josh Hedges/UFC

No dia 31 de janeiro de 2015, na luta principal do UFC 183, Anderson Silva não será o único grande nome do MMA a voltar após um longo hiato em sua carreira. Embora por razões bem distintas, seu adversário Nick Diaz também retornará ao octógono na data depois de quase dois anos de afastamento voluntário. Se for levado em conta seu histórico, seja dentro ou fora do cage, Diaz tem tudo para garantir uma preparação agitada, boas vendas de pay-per-view e um combate emocionante quando soar o gongo.

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De Stockton, Califórnia, com muito orgulho

Certamente, um dos fatos mais marcantes sobre Nick Diaz é sua origem. Nascido e criado em Stockton, no estado norte-americano da Califórnia, Nick vive até hoje em sua cidade-natal e protagonizou grandes confusões devido a seu apego ao local – como quando se recusou a comparecer a uma gravação com o UFC, exigindo que a equipe da organização se deslocasse até a costa oeste.

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Nicholas Robert Diaz nasceu no dia 2 de agosto de 1983 e, como seu sobrenome sugere, vem de uma família com origens mexicanas. Durante sua infância, o jovem Nick fez parte da equipe de natação em sua escola. Até hoje, o lutador agradece sua mãe pela matrícula, já que segundo ele a natação foi um dos principais fatores que lhe renderam o bom condicionamento física e resistência que demonstra em suas lutas.

Um mestre brasileiro

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Cesar Gracie (esq.) ao lado de N. Diaz (dir.) após conquista de cinturão. Foto: Strikeforce/Divulgação

A história do começo de Nick Diaz nas artes marciais não é das mais originais: sua iniciação se deu como forma de defesa pessoal contra o bullying de garotos mais velhos. Mas daí em diante, ele seguiu um caminho bem singular. Começou no caratê, passou pelo sambo e se tornou faixa preta do brasileiro Cesar Gracie, tendo conquistado sua graduação em 2007.

Juntamente com seu irmão mais novo Nate, Nick Diaz é um dos pilares da equipe Cesar Gracie Fight Team, que tem sede na Califórnia. Além dos irmãos Diaz, o time conta com outros atletas de renome, como: Gilbert Melendez, campeão do extinto Strikeforce e próximo desafiante ao cinturão dos leves do UFC; Jake Shields; ex-campeão do Strikeforce e ex-desafiante no UFC; Alexis Davis, última adversária de Ronda Rousey; e David Terrel, ex-lutador do UFC e desafiante ao cinturão dos médios em 2005.

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Confusões, confusões e mais confusões

Diretamente proporcional à qualidade de Nick Diaz dentro do octógono e seu histórico positivo no MMA, é a chance de vê-lo envolvido em qualquer tipo de confusão. Ao longo de seus 13 anos de carreira, Nick esteve envolvido em diversas polêmicas, que vão desde brigas até sumiços inexplicáveis.

Em um dos episódios mais grandiosos de seu histórico de atritos, ele e seus companheiros de equipe se envolveram em uma briga generalizada em pleno cage do Strikeforce, em 2010. A confusão teve início após a invasão do ringue por parte de Jason Miller, ex-lutador do UFC e que também é famoso por seu fraco por confusões, para desafiar publicamente Jake Shields. Diante da ação, Diaz partiu pra cima de Miller em defesa de seu companheiro de equipe.

Pouco mais de um ano depois, de volta ao UFC, Nick teria logo de cara a chance de desafiar o campeão dos meio-médios Georges St. Pierre, por quem foi chamado de “o ser humano mais desrespeitoso do mundo”. Porém, Diaz faltou a uma série de compromissos da agenda oficial e irritou o presidente Dana White, que acabou cancelando a luta. Como punição, Nick foi escalado para enfrentar BJ Penn no mesmo evento. A despeito do ocorrido, ele acabou vencendo o havaiano por decisão unânime.

A relação com a maconha

Isqueiro e maconha no Instagram. Foto: Reprodução

No universo dos lutadores de MMA, Nick Diaz talvez seja um dos principais nomes relacionados ao consumo de maconha. O lutador não esconde de ninguém que é usuário da droga, seja por meio de suas declarações ou publicações nas redes sociais. Não é raro, por exemplo, encontrar alguma referência à erva nas fotos divulgadas pelo lutador nas redes sociais.

Mas o uso de maconha já lhe causou problemas no esporte. Em 2007, Nick havia acabado de trocar o UFC pelo PRIDE e logo em sua primeira luta na nova organização acabou flagrado no exame antidoping – que se não era muito rigoroso para substâncias de aumento de performance no extinto evento japonês, era absolutamente implacável contra drogas recreativas. Em 2012, após disputar e perder o cinturão interino do Ultimate para Carlos Condit, um novo teste positivo para a erva.

Em uma de suas declarações mais reproduzidas sobre o tema, Nick defende abertamente o consumo de maconha, inclusive por atletas de alta performance. “Não sou um médico ou a por** de um cientista, mas fumei muita maconha na vida. E, na minha opinião, faz bem pra caramba. Acho que é a coisa mais saudável para quem quer simplesmente ficar de boa por um tempo. Cigarros não, mas maconha expande seus pulmões, você respira bem”, disse certa vez.

Tentativa como dirigente em seu próprio evento

Nick aparece como garoto propaganda no posto de seu próprio evento. Foto: Reprodução

Logo após sua mais recente aposentadoria, em março de 2013, depois da derrota para Georges St. Pierre, Nick Diaz decidiu que se tornaria promotor de eventos de MMA e fundou sua própria organização: a “WAR MMA”, com sede em Stockton. O primeiro, e até hoje único, card promovido pela organização aconteceu no dia 23 de junho de 2013 – claro, em sua cidade-natal.

Para a luta principal da noite, Diaz convocou seu companheiro na “Cesar Gracie Fight Team” Daniel Roberts. Mesmo lutando em casa, Roberts acabou derrotado por Justin Baesman em decisão dividida dos jurados. No site oficial do evento, existe uma chamada para a segunda edição do “WAR MMA”, mas sua promoção jamais saiu do papel.

Números e estatísticas

Aos 30 anos, Nick Diaz tem um cartel profissional de 26 vitórias, nove derrotas e uma luta sem resultado. Entre os triunfos conquistados, 13 foram por nocaute, oito por finalização e apenas cinco em decisões dos juízes. Além disso, o faixa-preta de jiu-jitsu e campeão panamericano na arte suave jamais foi finalizado em sua carreira.

O norte-americano foi o primeiro campeão dos meio-médios do extinto Strikeforce e manteve seu título entre 2010 e 2011, quando acabou vagando-o para se transferir para o UFC. Além disso, Nick também foi campeão em outra organização que posteriormente viria a ser adquirida pelo Ultimate: o WEC.

Mas Nick Diaz não possui bons números só no âmbito esportivo. O polêmico atleta encabeçou ao lado de Georges St. Pierre a terceira maior venda de pacotes pay-per-view na história do Ultimate, com 1,1 milhão de unidades comercializadas para o UFC 158 – justamente sua última aparição no octógono.

Publicado por
Lucas Carrano
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