Sexto colocado no ranking dos leves (até 70,3kg), Rafael Fiziev retorna ao octógono neste sábado (23), quando enfrenta o polonês Mateusz Gamrot na luta principal do UFC Las Vegas 79. Em busca de retomar o caminho rumo à elite da divisão comandada por Islam Makhachev, Fiziev é visto como um dos principais expoentes da luta em pé no elenco do Ultimate e um forte candidato a disputar o cinturão em um futuro próximo.
Antes de chegar a uma posição de destaque na maior organização de MMA do mundo, no entanto, Rafael Fiziev cresceu em um pequeno vilarejo, sofreu bullying na chegada à cidade grande, colecionou títulos no muay thai e trabalhou como policial no Quirguistão. O SUPER LUTAS conta um pouco da história do atleta que pode, em breve, cruzar o caminho de Charles do Bronx na divisão dos leves.
Rafael Fiziev nasceu em Korday, no Cazaquistão, em março de 1993, filho de um pai azerbaijano e uma mãe russa e passou a infância ajudando o pai no pastoreio de vacas e touros no vilarejo.
Aos 11 anos, se mudou com os pais para o Quirguistão, mais especificamente para a capital do país, Bishkek, para iniciar a vida escolar. O garoto rapidamente teve um choque de realidade, sofrendo bullying em seu primeiro dia letivo.
Em busca de vingança, Fiziev se matriculou no muay thai sem saber que estaria mudando seu destino e em menos de cinco anos já colecionava títulos mundiais a nível amador.
“Nasci no Cazaquistão. Cresci em um vilarejo e ajudava meu pai a pastorear as vacas e touros. Nos mudamos do vilarejo para uma cidade grande, a capital do Quirguistão. No primeiro dia que eu fui à escola, alguns dos meus colegas me bateram. Uma semana depois eu comecei a treinar boxe tailandês, porque se alguém me bateu, eu queria dar o troco. Dois meses após começar a treinar eu ganhei uma medalha de prata. Em 2007 fui campeão mundial. Em 2009, vice-campeão. Em 2011, campeão novamente. E logo depois comecei minha carreira profissional”, relatou o lutador durante o ‘Countdown’ do Ultimate para o UFC 286.
Após se formar na escola, Rafael Fiziev optou por seguir os passos do pai e se tornar um policial no Quirguistão, sem deixar de lado os treinos e as lutas. Formado na academia de polícia local, Fiziev se frustrou com o exercício da profissão e, apoiado pelo pai, optou por mais uma mudança de ares, embarcando para a Tailândia, onde reside até hoje, com o objetivo de aprimorar suas habilidades e perseguir o sonho de lutar no UFC.
“Quando eu estava estudando na academia de polícia, eu ainda treinava, lutava e assistia ao UFC. Quando terminei a academia, tive alguns problemas na polícia, porque a polícia no Quirguistão não gira em torno de justiça. Você não sabe para onde vai sua carreira. Alguns de meus colegas, dos quais eu era muito próximo, estão na cadeia agora por conta de regras do país. Não é como aqui. Por isso tomei a decisão de ir à Tailândia e ver se nos cinco anos seguintes eu conseguiria chegar ao UFC. Se não chegasse, voltaria a trabalhar como policial”, revelou o lutador em entrevista ao ‘BT Sport’.
Rafael Fiziev iniciou a carreira profissional no MMA em 2015, aos 22 anos. Após começo arrasador de careira, com cinco nocautes e uma finalização em seis lutas, foi contratado pelo UFC, onde conheceu a primeira derrota logo na estreia contra Magomed Mustafaev.
O revés não pareceu ter abalado Fiziev, que emplacou uma sequência de seis vitórias, incluindo nomes como Renato Moicano, Bobby Green e o ex-campeão Rafael dos Anjos, escalou o ranking e rapidamente se tornou uma das principais promessas do peso leve.
Em alta e procurando o próximo passo na carreira, Fiziev chegou a desafiar Charles do Bronx para uma luta no Brasil, mas foi ignorado pelo brasileiro e acabou enfrentando Justin Gaethje e sofrendo a segunda derrota da carreira, em março deste ano.
Apesar de ter nascido no Cazaquistão, Rafael Fiziev representou, durante a maior parte da carreira, tanto no muay thai, quanto no MMA, a bandeira do Quirguistão, país para o qual se mudou com a família ainda na infância. Isso, no entanto, mudou recentemente.
Devoto do xiismo, segundo maior ramo do islamismo, Rafael Fiziev passou a representar o Azerbaijão, país natal de seu pai, alegando que ele e a família foram alvos de intolerância religiosa no Quirguistão.
Na luta contra Rafael dos Anjos, em julho do ano passado, o lutador se tornou o primeiro representante do Azerbaijão a entrar no octógono do Ultimate.
Neste sábado (23), Rafael Fiziev encara o polonês Mateusz Gamrot e busca, além de se recuperar da derrota sofrida contra Gaethje, continuar próximo à elite dos pesos leves, que hoje com nomes como Charles do Bronx, Dustin Poirier, Justin Gaethje e Michael Chandler, além do campeão Islam Makhachev.
Data: 23 de setembro de 2023
Horário: 17h (horário de Brasília)
Local: UFC Apex, Las Vegas, Estados Unidos
Como assistir: SUPER LUTAS AO VIVO em tempo real e UFC Fight Pass (todo o card) pela internet
CARD PRINCIPAL (20h, horário de Brasília)
Peso leve (até 70,3kg): Rafael Fiziev x Mateusz Gamrot
Peso pena (até 65,7kg): Bryce Mitchell x Dan Ige
Peso palha (até 52,1kg): Marina Rodriguez x Michelle Waterson
Peso meio-médio (até 77,1kg): Bryan Battle x AJ Fletcher
Peso pena (até 65,7kg): Ricardo Carcacinha x Charles Jourdain
CARD PRELIMINAR (17h, horário de Brasília)
Peso galo (até 61,2kg): Dan Argueta x Miles Johns
Peso meio-médio (até 77,1kg): Tim Means x André Fialho
Peso médio (até 83,9kg): Jacob Malkoun x Cody Brundage
Peso pesado (até 120,2kg): Mohammed Usman x Jake Collier
Peso palha (até 52,1kg): Mizuki Inoue x Hannah Goldy
Peso galo (até 61,2kg): Montserrat Rendon x Tamires Vidal