Alexa Grasso com o cinturão peso mosca do UFC (Foto: Instagram/UFC)
O que se imaginava que poderia ser uma temporada promissora e inédita para o MMA mexicano pode terminar de forma trágica para os torcedores latinos no MMA. Em 2023, Alexa Grasso, Brandon Moreno e Yair Rodriguez (interino) ostentaram cinturões do Ultimate, mas, por ironias do destino, a campeã dos moscas (até 56,7kg.), após a metade do ano, é a única a deter um trono na companhia. O Noche UFC determinará o futuro da nação.
Protagonista no Noche UFC, que acontece neste sábado (16) Grasso carregará uma nação sobre os ombros, mas terá duro compromisso pela frente. Com a obrigação de vencer a ex-campeã Valentina Shevchenko em revanche imediata, a mexicana pode manter seu país com representante no topo de uma divisão, ou encerrar temporariamente o sonho de parte dos fãs latinos do MMA.
Mexicanos que detiveram cinturões do UFC em 2023. Foto: Reprodução/Instagram
O primeiro mexicano a conquistar um cinturão na temporada 2023 foi Brandon Moreno. Inserido em tetralogia histórica com Deiveson Figueiredo, o peso mosca (até 56,7kg.) topou desafio no Brasil, em janeiro, na tentativa de recuperar o título perdido em 2022.
‘Eterno’ rival do paraense, Moreno venceu por nocaute técnico (interrupção médica) e reassumiu o trono. A alegria de Brandon, no entanto, durou pouco. Quase cinco meses depois, o lutador perdeu o posto na batalha contra Alexandre Pantoja.
Em fevereiro, foi a vez de Yair Rodriguez fazer história no MMA mexicano. Pela frente, o peso pena (até 65,7kg.) teria a disputa do cinturão interino e mediria forças com Josh Emmett. Na luta, ‘Pantera’ finalizou o veterano logo no segundo round.
No ‘vamos ver’, Rodriguez não conseguiu repetir as boas atuações que o levaram à luta pelo título interino. Diante de Alexander Volkanovski, ‘rei’ da categoria desde 2019, o mexicano foi presa fácil em compromisso pela unificação do cinturão.
Famoso pela qualidade técnica e imprevisibilidade, Yair não conseguiu se soltar e foi superado via finalização no terceiro assalto.
A terceira representante do México a assumir um título do Ultimate foi Alexa Grasso. No UFC 285, que teve como grande astro o retorno de Jon Jones, a peso mosca roubou parte da cena ao fazer o que parecia impossível: superar Valentina Shevchenko dentro de tal categoria.
Diante de uma das melhores lutadoras em todos os tempos, Grasso não se intimidou. Apesar de sustos ao longo do embate, Alexa não perdeu a concentração e se aproveitou de um descuido da lenda para vencer.
Com finalização no quarto round, a mexicana encerrava um reinado iniciado em 2018 e iniciava nova era na divisão.
Cinturão dos moscas na cintura de Alexa Grasso. Foto: Reprodução/Intagram
Apesar do bom momento relâmpago na temporada 2023, a torcida mexicana pode não gozar de todo o otimismo do mundo. Caso Alexa Grasso seja superada na revanche imediata, o cenário é negativo para o país, já que poucos representantes se encontram inseridos no top 5 de suas categorias.
Hoje, além de Grasso, que lidera o peso mosca feminino, apenas Brandon Moreno e Yair Rodriguez ocupam lugar de destaque como mexicanos na elite de todas as divisões. Atualmente, o eterno rival de Deiveson Figueiredo é o número um de seu grupo, atrás de Alexandre Pantoja. A última vítima de Alexander Volkanovski figura na segunda posição dos penas.
Raul Rosas Jr. finaliza Jay Perrin no UFC 282. Foto: Reprodução/Instagram
Apesar do passo atrás de Brandon Moreno e Yair Rodriguez, consequência das derrotas recentes em lutas por cinturão, a torcida mexicana tem motivos para se animar. No Noche UFC, os ‘fanáticos’ poderão acompanhar nova apresentação de Raul Rosas Jr., atleta de 18 anos que busca se recuperar da primeira derrota sofrida na carreira.
Lutador mais jovem a ser contratado pelo UFC, o mexicano é tratado como joia a ser lapidada e promete render frutos futuros ao MMA mundial. Neste fim de semana, o peso mosca divide o octógono com Terrence Mitchell.
