Polêmico e ácido. Tais palavras podem definir, em parte, o que representa Sean Strickland no meio do MMA. Campeão dos pesos médios (até 83,9kg.) após bater Israel Adesanya no UFC 293, o norte-americano coleciona absurdos e se tornou um dos campeões mais controversos na história do esporte. Entre desrespeitos e ofensas, o lutador chocou o mundo diante do nigeriano no último sábado (9).
Desde que migrou dos meio-médios (até 77,1kg.) para a categoria acima, Strickland construiu trajetória sólida na nova divisão. Tais feitos o levaram ao top 10 do grupo e, posteriormente, à condição de desafiante e campeão.
Apesar de claras brechas em sua técnica como lutador, o ‘bad boy’ do Ultimate conseguiu alcançar o seu objetivo: o título da categoria. No entanto, Strickland não é marcado apenas pelas vitórias conquistadas no octógono. Representante do UFC desde 2014, o norte-americano também chama atenção por suas provocações ácidas, chegando, por vezes, a ofender companheiros de profissão.
Abaixo, o SUPER LUTAS relembra alguns episódios polêmicos envolvendo Sean Strickland.
Não é incomum os fãs de MMA se depararem com declarações homofóbicas de Strickland. A seguir, consta uma publicação feita pelo lutador em rede social.
“Se eu tivesse um filho gay, pensaria que falhei como homem em criar tal fraqueza. Se eu tivesse como filha uma prostituta, pensaria que ela só queria ser como o pai”, disse o norte-americano, à época, em sua conta no Twitter. Não satisfeito, Strickland completou. “Gays são ótimos. Eu os apoio em suas escolhas. Liberdade. Gays fazem isso. A maioria dos gays que eu conheço está sempre feliz. Todos eles ficam amigos o dia todo e fazem sexo. Nós, homens heterossexuais, estamos f*******, pois temos que fazer um trabalho sério para transar. Não é justo”, escreveu Strickland, em seu Twitter.
Em 2021, Sean apresentou tons de sua personalidade perturbadora. Em declaração no octógono, diante das câmeras e milhões de espectadores, o norte-americano admitiu o desejo de matar um oponente durante confronto.
“Se você gosta de machucar as pessoas, está no esporte certo. Eu adoraria matar alguém no ringue. Nada além disso. Ficaria muito feliz. (…) Eu teria que me desculpar com os policiais depois. Ser um psicopata é divertido”, afirmou Strickland após desbancar Uriah Hall no UFC Las Vegas 33.
Em 2023, Strickland foi além. Em alto e bom tom, o lutador afirmou ser contra o MMA feminino.
“(Amanda) Nunes é aquela menina grande, nãoé? Garota brasileira, ela meio que parece a coisa do Street Fighter. Não? Um pouquinho, um pouquinho… Blanka, a coisa com os braços que é, tipo, uma testa grande. É, ela tem vários braços (Sheeva), do Mortal Kombat. Parece um pouco. (…) Se você entrar no YouTube agora e tiver uma opção entre assistir dois caras aleatórios lutarem e duas garotas lutarem que nunca treinaram, você vai assistir a luta de duas garotas que nunca treinaram ou você vai assistir a luta dos dois garotos que nunca treinaram? Você quer ver dois homens lutando”, disse Strickland, em seu podcast.
Recentemente, Sean ‘baixou a guarda’ e abriu o coração ao tratar de dificuldades na infância. O lutador foi sincero ao tratar do alcoolismo do pai e passado racista do avô.
“Brinco sobre minha infância e digo que não viveria aquilo de novo nem por US$1 bilhão. Tinha o alcoolismo do meu pai. No Natal, ia tudo bem durante a primeira hora, até a bebedeira começar. Digo que, se você consegue se esquivar de uma garrafa de bebida, também pode se esquivar de um soco”, disse Strickland, ao tratar do pai. (…) “Meu avô era muito racista. Fui influenciado por isso. Era normal ter ódio por alguém. Isso arruinou minha vida”, encerrou.
Aos 32 anos, Strickland chega ao topo do Ultimate pela primeira vez desde sua estreia na companhia. Para conquistar a condição de desafiante, o norte-americano acumulou dois resultados positivos em sequência, passando pelas promessas Nassourdine Imavov e Abus Magomedov e chocou o mundo com atuação espetacular diante de Israel Adesanya.
Profissional no MMA desde 2008, Strickland fez sua 33ª luta na carreira. Hoje, o ‘bad boy’ soma 28 vitórias e cinco derrotas.