Nesta sexta-feira (8), em Jacksonville (EUA), Fabrício Werdum e Junior Cigano protagonizarão a edição do Gamebred Bareknuckle MMA (MMA sem luvas). Ex-campeão no peso pesado (até 120,2kg.) do UFC, as lendas brasileiras voltam a medir forças 15 anos após encontro na companhia presidida por Dana White. Com legado indiscutível, surge a discussão: ambos superaram os feitos de Rodrigo Minotauro dentro das artes marciais mistas?
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Considerando as três partes como referências no esporte, a equipe do SUPER LUTAS aponta qual seria o maior peso pesado brasileiro em todos os tempos na modalidade. A dura tarefa fica com o time da redação.
Fernando Keller: É sempre muito difícil comparar legados de atletas que tiveram seus auges em momentos diferentes do esporte, embora tenham cruzado caminhos em certo ponto.
Acredito que Rodrigo Minotauro seja a referência imediata de peso pesado brasileiro para muitos, pelo pioneirismo e pelas grandes batalhas travadas ao longo da grandiosa carreira.
Junior Cigano viveu seu auge no melhor momento possível: aquele em que o MMA era uma verdadeira ‘febre’ no Brasil. Com isso, muitos testemunharam seus melhores momentos no octógono do Ultimate.
Para mim, no entanto, a vitória pioneira sobre Fedor Emelianenko no Strikeforce, a finalização sobre Rodrigo Minotauro, a conquista do cinturão linear do Ultimate sobre Cain Velasquez, entre outros feitos, tornam Fabrício Werdum o maior peso pesado brasileiro da história do MMA.
Igor Ribeiro:
É muito difícil ter uma abordagem sobre o legado de lutadores que viveram em situações distintas. Minotauro, por ter feito história no PRIDE, um dos maiores eventos de MMA do mundo na época, nos proporcionou grandes guerras. Ouso dizer que revolucionou o peso pesado quando finalizou nomes expressivos da época, em um período que não víamos lutadores até 120,2 kg serem levados ao solo. Cigano, por sua vez, talvez seja o mais popular para o público brasileiro, pois a ‘geração Globo’ o colocou em outro patamar.
Mas, apesar de respeitar (e valorizar) a história de ambos, vejo Fabrício Werdum em outro patamar. É, na minha opinião, o maior peso pesado brasileiro da história. Venceu os principais nomes e sem deixar dúvidas. Teve história de reviravolta, marcada pela primeira demissão até o topo do mundo. Parecia roteiro de filme.
Léo Guimarães: Grande discussão onde facilmente cabem opiniões que apontem para diversos caminhos. Com o Brasil muito bem representado pelos três ícones dos pesos pesados no MMA durantes seus auges no esporte, é delicado definir qual pode ser o eleito o ‘maior’ entre Junior Cigano, Fabricio Werdum e Rodrigo Minotauro Nogueira.
Protagonistas de grandes emoções e batalhas em suas respectivas carreiras, cada lutador teve, em momentos diferentes, os seus tempos de glória. Com minha convicção que o MMA é uma modalidade que exige evolução a cada dia que se passa, meu troféu de primeiro colocado vai para o Cigano, que apresentou grande performance no UFC e claro, quando derrotado e quando vencedor, sempre contra os melhores.
Aos 39 anos, o ex-campeão peso pesado do Ultimate terá chance de se apresentar em alto nível no MMA sem luvas, modalidade jamais vivenciada pelo atleta e quem sabe provar que ainda pertence à elite da categoria.
VH Gonzaga: Antes de qualquer coisa, é inegável o que os três contribuíram para a história do MMA mundial – não só o brasileiro. Rodrigo Minotauro é uma lenda viva do esporte e é reconhecido pelos seus feitos nos tempos de Pride e, claro, UFC. No entanto, o eterno carrasco de Bob Sapp não chegou a um cinturão linear do Ultimate, e isso tem um peso. Minotauro, assim como o apelido indica, se tornou um mito por suas batalhas nos ringues e cages. Vencendo ou perdendo, era ovacionado por onde passava.
No entanto, se preciso escolher, fico com Fabrício Werdum. Mesmo que tenha sido superado de forma dura por um Junior Cigano que ‘voava’, nos anos 2000, ‘Vai Cavalo’ fez mais. O primeiro grande ato, para mim, foi finalizar Fedor Emelianenko, que, para muitos, é o melhor peso pesado de todos os tempos. O gaúcho o fez e, cá para nós, sem maiores dificuldades. A conquista do cinturão linear do Ultimate também veio de forma apoteótica, ao finalizar Cain Velasquez, outro ícone da divisão. Acredito que o desfecho da luta no MMA sem luvas não mudará meu pensamento, já que, tanto Cigano quanto Werdum se encontram longe de seus auges. No entanto, o Gamebred pode comemorar por ter dois dos maiores dividindo o cage.
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