A sinceridade de Junior Cigano: ansiedade, angústia e os ‘fantasmas’ que o assombravam na carreira de lutador

Junior Cigano se prepara para estreia no MMA sem luvas. Foto: Reprodução/Instagram

Próximo de realizar aguardada estreia no MMA sem luvas, Junior Cigano adotou postura sincera e falou sobre os ‘fantasmas’ que o assombravam durante toda carreira como lutador. Vítima de ansiedade e angústia às vésperas dos confrontos, o brasileiro relembrou dificuldade vivida ao longo dos anos enquanto era prejudicado pelos sentimentos negativos.

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“Acho que é comum, mas sou bastante ansioso, sou muito ‘sentimento’. As pequenas coisas acabo fazendo delas muito grandes, psicologicamente (falando) acaba ficando muito pesado e sempre foi assim, minha vida e minha carreira inteira”, disse Cigano em entrevista ao ‘Sexto Round’.

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Apesar da declaração, Cigano destacou que para revanche contra Fabricio Werdum, sua mente está protegida da ansiedade pela primeira vez na carreira.

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“Talvez, essa (luta) da maneira que eu tenho abordado, a ajuda que eu tive de um amigo próximo que me ajudou bastante nesse sentido, se tudo ocorrer como eu pretendo que corra e eu acho que vai, porque eu estou tendo sucesso na aplicação de tudo que eu tenho pensado; essa será a primeira vez que vou lutar apenas contra o meu adversário, sem lutar comigo”, afirmou.

Junior Cigano foi derrotado por Ciryl Gane na última luta pelo UFC. Foto: Reprodução/Instagram

Dificuldade antes de última luta no UFC

“Na minha última luta do UFC, pela pressão de tudo as coisas acabam virando uma bola de neve e pesa. Eu estava no vestiário, meu pensamento era: ‘vamos acabar logo com isso porque eu quero ir logo para casa ficar com a família’ em um momento importante daqueles, onde você não está confortável, acaba sendo bastante negativo”, revelou Cigano.

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Dilema em trabalhar com psicólogos

“Desde o início (problemas com ansiedade), mas sempre trabalhei com isso: psicólogos. Sempre foi interessante o trabalho com psicólogos profissionais. Mas sou um cara que se você chega para mim e me dá um conselho ou fala alguma relacionada a atitude que eu deva tomar, mas sem saber nada da minha vida e não ter participado de nada, eu entendo, mas não absorvo. (…) sempre foi assim com os profissionais, no início sempre era legal, várias coisas que eu começava a trabalhar e me dedicar (…) só que chegava em um momento que a coisa caia na mesmice, por justamente eu não ter barreira para expor meus medos e tudo e eu acabava abandonado a terapia porque não íamos a lugar algum”, explicou.

Junior Cigano é ex-campeão peso pesado do UFC. Foto: Reprodução/Facebook UFC

Solução para o problema

“No caso do meu amigo (que ajuda na questão psicólogica), ele já me conhecia. Viramos amigos há anos, mas ele já me conhecida da luta, acompanhava muito e sabe muito de mim. É um cara dedicado. Eu sinto que é um ótimo amigo. E ele (falou): ‘ah, vamos fazer umas conversas , eu gosto desse assunto e eu estudo, então acho que posso te ajudar porque te conheço’. E deu muito certo, porque tudo o que falava e a gente abordava, era realmente voltado ao o que eu vivia, sou e passei. Ele conhece profundamente muita coisa e acabou sendo mais fácil de absorver o que era trabalhado (…) hoje consigo me livrar (dos ‘fantasmas’) quando eles veem”, finalizou Cigano.

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Escalado para luta principal do Gamebred Bareknuckle MMA, Cigano protagoniza revanche contra Fabricio Werdum nesta sexta-feira (8), em Jacksonville, Flórida (EUA). Recuperado de lesão sofrida em sua última luta contra Yorgan De Castro, o atleta busca derrotar novamente compatriota e alcançar 22 vitória na carreira.

Publicado por
Léo Guimarães