Neste sábado (19), mais uma brasileira terá a oportunidade de fazer história no MMA mundial. No octógono do UFC 292, Amanda Lemos carregará mais do que uma bandeira, mas o reflexo de uma nação que, em grande parte, pode se sentir representada por uma trajetória marcada por dificuldades. Ex-mototaxista e fã do lendário Wanderlei Silva, a paraense disputa o cinturão dos palhas (até 52,1kg.) no fim de semana.
Adversária de Weili Zhang na luta co-principal do UFC 292, Lemos iniciou sua trajetória no MMA em 2014. Inserida nas artes marciais por diversão, no sábado, Amanda pode se eternizar na história da maior organização de artes marciais do mundo.
Antes da chegada, e a queda
Antes de brilhar no octógono, Amanda chegou a trabalhar em restaurantes, como vigilante e vendedora de maçã do amor. A atleta, no entanto, exercia função de mototaxista, quando, enfim, chegou o chamado do UFC.
Em 2017, Lemos realizou o sonho de estrear na companhia presidida por Dana White. Os planos, no entanto, não saíram como planejado, já que a brasileira acabou derrotada por Leslie Smith via nocaute.
A derrota, porém, seria o menor dos dramas da paraense naquele momento.
O doping
Meses após o revés em seu debute no Ultimate, a notícia que abalaria a realidade de Amanda. A lutadora acabou flagrada em teste da USADA (Agência Antidoping dos Estados Unidos) depois de o organismo acusar a substâncias proibidas estanozolol e 16β-hidroxiestanozolo, esteroides para ganhos de massa muscular.
Com a confirmação, um pesadelo se instaurou para a paraense, que teve gancho máximo, sendo suspensa por dois anos das competições profissionais.
Ajuda do empresário
Com exclusividade ao SUPER LUTAS, o empresário de Lemos, Wallid Ismail, narrou parte do drama vivido pela atleta naquele período. De acordo com o agente, Amanda voltou a trabalhar como mototaxista, fato que surpreendeu o responsável por conduzir a carreira da lutadora.
Para manter o foco da brasileira em se tornar uma grande estrela do MMA, Ismail revelou a necessidade de intervir. Assim, passou a auxiliar Lemos com uma ajuda de custo para se manter em forma até que o período de inatividade obrigatório chegasse ao fim.
“Quando faltavam oito meses para a suspensão acabar, me falaram: ‘a Amanda voltou a trabalhar de mototaxista’. Liguei para ela: ‘por que você não me falou nada? Vou te dar um dinheiro por mês. Quando você ganhar dinheiro, você me paga de volta’. Acho que ajudei ela por uns oito meses, ou um ano. O lutador precisa desse gás. Precisa do dinheiro para ter uma estabilidade”, disse Wallid.
Volta apoteótica
Em 2019, a punição, enfim, terminaria e Lemos retomava o sonho de mostrar ao mundo seu talento e capacidade. A responsável por dar as ‘boas-vindas’ à paraense foi Miranda Granger, que acabou se tornando estatística no cartel da brasileira.
Na sua primeira apresentação após a suspensão, Amanda deu show e finalizou a oponente no primeiro round. Nos anos seguintes, Lemos seguiu dando show de agressividade e capacidade de vencer confrontos na via rápida.
Após Miranda, foram quatro triunfos consecutivos, sendo dois por nocaute. As apresentações convincentes levaram a paraense ao desafio contra Jéssica Bate-Estaca, ex-campeã dos palhas e ícone do UFC. No combate, Amanda foi surpreendida e finalizada no primeiro round, mas, como de costume, a lutadora não se abalou.
A recuperação do tropeço veio em grande estilo. Michelle Waterson e a compatriota Marina Rodriguez foram as adversárias para a sequência de Lemos na categoria e, diante de ambas, a paraense deu show, conquistando uma finalização e um nocaute.
Os resultados convenceram o Ultimate, que concederam à brasileira a condição de desafiante ao título de Weili Zhang.
Amanda Lemos x Weili Zhang
Atual número cinco no ranking, Amanda Lemos está a um passo de cimentar seu nome no MMA mundial. Aos 36 anos, a lutadora enfrentará uma adversária dura, que vive seu segundo reinado na divisão.
Com versatilidade, sendo capaz de promover boa performance na trocação e no chão, a brasileira levará todo seu arsenal à estrela chinesa. Caso deixe o octógono com resultado positivo, Lemos se tornará a quarta tupiniquim a vestir um cinturão do UFC, se juntando a nomes como Amanda Nunes, Cris Cyborg e Jéssica Bate-Estaca.
Como assistir à disputa de cinturão de Amanda Lemos
Com previsão de início para 19h30, o UFC 292 será transmitido na íntegra pelo UFC Fight Pass, plataforma de streaming oficial do Ultimate.
O SUPER LUTAS irá transmitir as duas primeiras lutas do UFC 292 em vídeo. Nossa cobertura começa às 19h15 (horário de Brasília). Os demais duelos serão acompanhados em TEMPO REAL, no nosso minuto a minuto, com textos, fotos e vídeos de melhores momentos de todas as lutas. O SUPER LUTAS ainda fará a cobertura do UFC 292 pelo YouTube e em nosso canal na Twitch com narração, comentário e vídeos.
Ficha técnica do UFC 292
Data: 19 de agosto de 2023
Horário: A partir de 19h30 (horário de Brasília)
Local: TD Garden, Boston, Estados Unidos
Como assistir: SUPER LUTAS AO VIVO em tempo real e UFC Fight Pass (todo o card) pela internet
CARD PRINCIPAL: (a partir das 23h, horário de Brasília)
Peso galo (até 61,2kg): Aljamain Sterling x Sean O’Malley – luta pelo cinturão
Peso palha (até 52,1kg): Weili Zhang x Amanda Lemos – luta pelo cinturão
Peso meio-médio (até 77,1kg): Neil Magny x Ian Garry
Peso galo (até 61,2kg): Da’Mon Blackshear x Mario Bautista
Peso galo (até 61,2kg): Marlon Vera x Pedro Munhoz
CARD PRELIMINAR: (a partir das 19h30, horário de Brasília)
Peso médio (até 83,9kg): Chris Weidman x Brad Tavares
Peso médio (até 83,9kg): Gregory Robocop x Denis Tiuliulin
Peso leve (até 70,3kg): Austin Hubbard x Kurt Holobaugh – luta pela final do TUF 31
Peso galo (até 61,2kg): Brad Katona x Cody Gibson – luta pela final do TUF 31
Peso médio (até 83,9kg): Andre Petroski x Gerald Meerschaert
Peso mosca (até 56,7kg): Andrea Lee x Natalia Silva
Peso mosca (até 56,7kg): Maryna Moroz x Karine Silva
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