Carreira de Sonnen se encerra com altos e baixos e polêmicas; relembre

C. Sonnen. Foto: Josh Hedges/UFC

C. Sonnen. Foto: Josh Hedges/UFC

Nesta semana, a comunidade do MMA se despediu de uma das figuras mais controversas da história recente do esporte. Diante da polêmica de doping na qual se envolveu, Chael Sonnen anunciou sua aposentadoria imediata das lutas, colocando um ponto final em uma carreira de 17 anos.

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A postura do “Gângster de West Lynn” divide os fãs de MMA mundo afora. Alguns passaram a torcer para o lutador justamente pelas suas muitas declarações espirituosas, enquanto muitos outros torcedores querem ver suas derrotas justamente por este motivo. Porém, é inegável que o lutador, à sua maneira, marcou presença dentro do UFC, se mostrando um personagem sem paralelos no esporte.

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Dentro do octógono, Sonnen teve uma carreira de altos e baixos. A rivalidade com lutadores brasileiros é antiga: pouca gente se lembra, mas foi um atleta tupiniquim o primeiro adversário de Sonnen no UFC, em 2005. Na edição de número 55, o falastrão enfrentou Renato Babalu na categoria dos meio-pesados, e perdeu finalizado com um triângulo. O golpe voltaria a perturbar o norte-americano anos mais tarde.

A primeira passagem de Sonnen o UFC foi rápida, com três lutas entre 2005 e 2006, somando duas derrotas e uma vitória. Depois de sua saída, o lutador refez seu caminho em eventos como Bodog Fight e WEC. No último, travou sua primeira rivalidade com um atleta do Brasil, Paulo Filho.

Paulão, como é conhecido, era desde os tempos do PRIDE um dos atletas mais respeitados da categoria dos médios. Invicto no MMA, o brasileiro, campeão do WEC, enfrentou Sonnen pela primeira vez em 2007, colocando o seu cinturão em jogo.

O norte-americano estava melhor no combate, mas acabou sendo finalizado de forma polêmica no fim do segundo round. Depois de sofrer uma chave de braço, Sonnen gritou, o que fez com que o árbitro, Josh Rosenthal (o mesmo que mediou sua primeira luta com Anderson Silva), interrompesse o combate de maneira imediata. Sonnen protestou, alegando que não havia desistido. Porém, já era tarde demais.

Sonnen e Paulão voltaram a se enfrentar quase um ano depois. O combate deveria valer o cinturão do brasileiro, mas o campeão não bateu o peso. Filho, que passava por diversos problemas pessoais e de saúde na época, fez uma luta irreconhecível, perdendo para Sonnen na decisão dos juízes – o que representou a quebra de sua invencibilidade. Mesmo que o combate não estivesse valendo o título, o brasileiro enviou seu cinturão a Sonnen, reconhecendo a derrota.

A próxima luta de Sonnen marcou a segunda passagem do lutador pelo UFC. A estreia novamente não foi boa: o norte-americano foi rapidamente finalizado por Demian Maia, novamente com um triângulo. Contudo, Sonnen emendou três vitórias consecutivas a seguir, o que deu a ele a chance de disputar o cinturão dos médios contra Anderson Silva.

Após meses e meses de provocações, Sonnen e Anderson se enfrentaram em agosto de 2010, no UFC 117. O norte-americano surpreendeu ao dominar Anderson por quatro rounds e meio, incluindo um quase knockdown no período inicial. Mas o velho calcanhar-de-aquiles deu as caras, e Sonnen foi finalizado com um triângulo a menos de dois minutos para o fim da luta. Sonnen chegou a protestar, dizendo que não tinha batido, mas as imagens mostraram que o árbitro Rosenthal tomou a atitude certa.

O inferno astral de Sonnen continuou nos meses seguintes, quando foi flagrado no exame antidoping por excesso de testosterona não relatado à Comissão Atlética. Isso dá ao lutador uma suspensão de um ano, período no qual o norte-americano se esbaldou em provocações a Anderson Silva.

A revanche aconteceu quase dois anos depois. O primeiro round deu pinta de que Anderson teria novamente uma longa noite pela frente, mas, no segundo período, o brasileiro conseguiu o nocaute técnico, pondo um fim à sua rivalidade com Sonnen.

Pouca gente podia imaginar, mas a luta seguinte de Sonnen seria novamente pelo cinturão – desta vez, na categoria de cima. Pouco antes da realização do UFC 151, Dan Henderson se machucou, sendo obrigado a abandonar sua luta contra Jon Jones. Sonnen foi um dos únicos a se prontificar, recebendo a oportunidade de lutar pelo título em abril de 2013. No entanto, o falastrão não fez resistência ao jovem lutador, perdendo por nocaute técnico logo no primeiro round.

J. Jones (dir.) atinge C. Sonnen (esq.) na luta principal do UFC 159. Foto: Josh Hedges/UFC

A volta por cima aconteceu poucos meses depois, quando Sonnen finalizou Maurício Shogun com uma guilhotina. Esta foi a última vitória do lutador no MMA, já que, depois, perdeu para Rashad Evans, também no primeiro round.

Em 2014, Sonnen deu a cara a tapa ao aceitar ser o treinador da temporada brasileira do TUF, ao lado de Wanderlei Silva. A atração foi repleta de polêmicas, incluindo uma briga feia entre os treinadores. Porém, a luta entre Sonnen e Wanderlei não aconteceu por conta de toda a recente controvérsia. A carreira de Sonnen no MMA termina com 28 vitórias, 14 derrotas e um empate.

Publicado por
Bruno Ferreira
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