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Anderson Silva relembra episódio de racismo e critica: ‘Nossa lei é muito falha’

Empresário diz que já pensa em provável oponente de Anderson (foto) em seu retorno ao UFC. Foto: Divulgação/UFC

Anderson (foto) diz que já sofreu racismo em várias situações no Brasil. Foto: Divulgação/UFC

Anderson Silva, um dos maiores nomes da história do MMA, afirmou já ter passado por diversos episódios nos quais sofreu racismo. O ex-campeão dos médios do UFC também criticou as leis do Brasil que não preveem punições suficientemente rigorosas às pessoas que cometem crimes raciais.

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No entanto, “Spider” afirmou, em entrevista à revista “Trip”, que sempre lidou com tranquilidade com o assunto. “Houve várias situações [nas quais sofreu racismo], mas eu nunca tive problema com isso porque lá em casa a gente sempre foi muito bem instruído pela minha tia Edith a lidar com essas situações”, afirmou. “Ela sempre reforçou que somos todos iguais, independentemente de ser negro, branco, amarelo, roxo, de ser rico, pobre. Quando você tem essa consciência, tem capacidade de lidar com certas situações. Por mais que elas acabem te deixando um pouco constrangido, por mais que elas te magoem, você aprende a lidar”, explicou.

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O episódio que mais marcou Anderson aconteceu quando ele ainda trabalhava como atendente em uma lanchonete. “Um cliente perguntou: ‘Não tem ninguém para me atender?’. Eu respondi: ‘Estou aqui para atendê-lo’. Aí ele falou: ‘Eu não quero ser atendido por um negro’. Fui até meu gerente e falei que tinha um senhor que não queria ser atendido por mim. O gerente foi até o balcão, e o cliente falou: ‘Não quero ser atendido por um negro, isso é um absurdo’. Aí o gerente respondeu: ‘Se você não for atendido por ele, você não vai ser atendido por mais ninguém aqui’. Aí aquele senhor saiu da loja meio bravo”, lembrou.

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Apesar do acontecido, Anderson nunca optou por procurar a polícia. “Eu iria perder meu dia de trabalho, teria que ir até a delegacia e não daria em nada. Porque nossa lei, por mais que exista, é muito falha. Principalmente em relação a esse tipo de coisa. Na época, meu caso não teria nenhuma repercussão. Agora, sim. Mas antigamente eu era uma pessoa comum”, justificou o lutador, que tenta passar a sua forma de ver a situação para seus filhos.

“Falo para eles não deixarem ninguém desrespeitá-los e para tomar cuidado para não desrespeitar ninguém. A vida se resume a dar para as pessoas respeito e receber de volta. Seguir por onde você resolver andar com a cabeça erguida, determinação e honra. É isso que eu passo pros meus filhos”, explicou Anderson.

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“Dana White não pode me aposentar. Ele não tem esse direito”, diz

Spider em sessão de fisioterapia com Guto Demeski. Foto: Reprodução/Instagram

Anderson Silva ainda se recupera da grave lesão sofrida em seu último combate, em dezembro do ano passado. O brasileiro tentava recuperar seu cinturão do UFC contra Chris Weidman, que o havia derrotado alguns meses antes, mas sofreu uma séria fratura na perna esquerda ao ter seu chute defendido pelo oponente.

O ex-campeão afirmou que se sente bem fisicamente, dizendo que sua perna, “de 0 a 10, está em 9”, mas reitera que só pensará em retornar as lutas em 2015. Aposentadoria, no momento, está descartada. “Ninguém pode dizer para mim que é hora de eu parar. O Dana White [presidente do UFC] não pode me aposentar, ele não tem esse direito. Ele pode cuidar do negócio dele, das coisas dele. Quem sabe quando e como parar é o atleta”, declarou o lutador. “Eu posso parar na hora que eu resolver parar.”

No entanto, Anderson reconhece que várias pessoas ao seu redor torcem por sua aposentadoria. “Minha mulher e meus filhos também acham que eu tenho que me aposentar. Lá em casa tem um pé de ‘acho’ que nunca dá nada. Ninguém pode falar para você o que fazer dentro daquilo que você ama. Você é que tem que saber do seu limite e da sua hora de parar”, explicou.

Publicado por
Bruno Ferreira
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