Conquistas, polêmicas e muito dinheiro: McGregor completa 10 anos de UFC; relembre momentos do irlandês na empresa

Fenômeno de popularidade, irlandês atinge marca expressiva na companhia e mantém relevância após tempo de serviços prestados

C. McGregor é considerado um dos maiores nomes na história do MMA. Foto: Reprodução/Instagram

Quinta-feira, 6 de abril. O dia de hoje pode ser considerado histórico para o MMA. Há exatos 10 anos, Conor McGregor subia pela primeira vez no octógono como atleta do UFC. Desde o nocaute relâmpago sobre Marcus Brimage, em 2013, o ‘Notório’ fez valer o apelido e cimentou uma das trajetórias mais icônica na história das artes marciais mistas.

Entre conquistas, polêmicas e muito, mas muito dinheiro, o atleta segue como artigo relevante à organização. Hoje, perto de completar 35 anos, o atleta segue lutando contra o tempo e defende diariamente o prestígio com os patrões, sendo o maior astro já promovido pelo Ultimate.

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Com histórias a serem contadas, a equipe do SUPER LUTAS selecionou momentos que marcaram a trajetória do lutador na maior organização de MMA do mundo. Entre casos de celebração e atos de indisciplina, Conor McGregor pode se considerar uma lenda nos esportes de combate.

Estreia no UFC

Em 6 de abril de 2013, aos 24 anos, um lutador franzino subia no octógono para sua primeira atuação no UFC. Com cinturões dos penas (até 65,7kg.) e leves (até 70,3kg.) no Cage Warriors, Conor McGregor mediria forças com Marcus Brimage, então invicto na companhia com três resultados positivos em sequência.

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Inserido no peso pena, à época dominado pelo brasileiro José Aldo, o ‘Notório’ precisou de pouco tempo para apresentar seu ‘cartão de visitas’. Com pouco mais de um minuto, o combatente mostrou aos fãs sua principal característica: o nocaute.

Cinturão interino

Com atuações convincentes, não demorou muito para que McGregor se tornasse um destaque da divisão liderada por Aldo. Eficiente no octógono e incomparável na promoção de suas lutas, o combatente precisou de quatro resultados positivos em sequência para se credenciar à disputa do cinturão do grupo.

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Inicialmente, o irlandês seria testado contra Aldo, grande campeão, no UFC 189. Uma lesão na costela do brasileiro, no entanto, forçou a saída do manauara e consequente mudança de rival. Chad Mendes, então, assumiu a peleja, alterando, também, a disputa, sendo preterido o trono linear e dando lugar ao interino.

Para chegar ao desafio contra o também consagrado Chad Mendes, Conor acumulou vitórias sobre Max Holloway, que, anos depois assumiria o trono da categoria, e Dustin Poirier, que ainda não havia migrado aos leves.

A cidade de Las Vegas foi a escolhida para o confronto entre McGregor e o norte-americano. Diante de um oponente experiente, Conor voltou a brilhar. No segundo round, o lutador se aproveitou da exaustão do adversário para conquistar o título interino via nocaute.

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Briga no TUF 22

Já como campeão interino dos penas, McGregor foi escalado como treinador da equipe europeia no ‘The Ultimate Fighter 22’. Estrela do reality, o lutador dividiu o protagonismo do show com Uriah Faber. O acordo pelo programa, no entanto, não previa um confronto entre os técnicos ao fim da temporada.

Em dado episódio, Conor decidiu polemizar. Após tecer críticas a TJ Dillashaw, membro da equipe de Faber, McGregor acabou irritando Cody Garbrandt, atleta que alimentava amizade com o alvo do irlandês, que viria a se tornar rival meses depois.

Incomodado com as falas de McGregor, que acusava TJ de ser um traidor em meio à equipe, Garbrandt não se conteve e rebateu as ofensas. O limite foi atingido quando ‘Notório’ questionou se Cody faria algo a respeito de suas críticas. Sem titubear, Garbrandt partiu para cima do irlandês, se agarrando ao pescoço do astro. A cena foi prontamente encerrada com participantes apartando o desentendimento.

Atropelo sobre José Aldo e a glória no peso pena

Para grande parte dos fãs brasileiros, o UFC 194 é lembrado com tristeza. Em 12 de dezembro de 2015, McGregor, enfim, dividiria o octógono com o ‘rei’ dos penas, José Aldo, em embate pela unificação do trono.

Depois de meses de provocações, ofensas e promessas, Conor fez valer a autoconfiança. Com performance histórica, o irlandês precisou de apenas 13 segundos para encerrar um dos reinados mais respeitados na história do MMA.

Com sua famosa mão esquerda, McGregor levou o então imbatível Aldo a nocaute. Para o lamento dos tupiniquins, a revanche entre as partes nunca saiu do papel.

O confronto contra Nate Diaz: mais dinheiro

Depois de conquistar o cinturão dos penas de forma apoteótica contra José Aldo, o peso pena pareceu ficar pequeno para o brilho de McGregor. Assim como fez no Cage Warriors anos antes, ‘Notório’ conquistou a chance de buscar algo inédito no UFC: o segundo cinturão simultâneo.

Com aval do Ultimate, Conor acabou sendo escalado para a disputa de título no peso leve contra Rafael dos Anjos. Perto do confronto, o então campeão do grupo acabou se lesionando. De forma inusitada, o brasileiro acabou ajudando na promoção de uma das maiores rivalidades na companhia, quando deu lugar a Nate Diaz.

No confronto contra Diaz, disputado nos meio-médios (até 77,1kg.), nada estava em jogo. O xodó da torcida norte-americana não detinha títulos na companhia, mas gozava de prestígio com a diretoria, além dos fãs.

Ainda assim, a adesão para o embate foi grande. Escalado de última hora para o UFC 196, Diaz acabou aprontando. Mesmo sem o tempo adequado de preparação, o ‘bad boy’ assumiu papel de herói para os que gostariam de ver o irlandês tropeçar pela primeira vez no Ultimate.

Vítima da trocação de excelência de McGregor em parte do confronto, o norte-americano chocou o mundo ao protagonizar um dos desfechos mais emblemáticos naquele tempo. Depois de balançar ‘Notório’ com combinação de golpes, Nate forçou uma tentativa de queda do oponente, mas provou que o ‘jiu-jitsu’ não perdoa. Afiado na ‘arte suave’, o norte-americano encaixou o mata-leão e forçou a desistência do adversário.

Engasgado com o resultado negativo, Conor exigiu a revanche imediata. Convencida pela rentabilidade do embate, a diretoria do Ultimate não pensou duas vezes para promover novo confronto entre as partes.

Na segunda luta, ocorrida no UFC 202, os combatentes protagonizaram uma ‘guerra’ sangrenta. Desta vez, o desfecho aconteceu na decisão dos juízes, que, após cinco rounds, entenderam vitória a McGregor na decisão majoritária.

Gigante para o peso pena

Mesmo sem defesas de cinturão na divisão até 65,7kg., Conor foi escalado para medir forças com Eddie Alvarez, que, há meses, havia tomado o trono do grupo contra Rafael dos Anjos.

O desafio marcava o terceiro compromisso de McGregor na temporada 2016. Contra Alvarez, o irlandês foi pivô de uma das performances mais brilhantes de um atleta em disputa de título na companhia.

Impiedoso, seguro e preciso, Conor deu show e fez história ao nocautear Eddie e se tornar o primeiro duplo campeão na organização.

Vandalismo e agressão

Após um 2016 movimentado e chamar atenção do lendário Floyd Mayweather para um confronto nas regras do boxe que movimentou milhões de dólares, McGregor andava ‘sumido’ do octógono. Em 2018, depois de perder o cinturão dos leves por inatividade, Conor promoveu um episódio que destoou dos momentos brilhantes no MMA anos anteriores.

Nas vésperas do UFC 223, evento no qual não se apresentaria, Conor McGregor foi pivô de um atentado a companheiros de organização. Na garagem em que estava o ônibus que conduziria lutadores para o hotel, o irlandês lançou um carrinho na direção do veículo, quebrando o vidro e gerando estilhaços, que chegaram a ferir Michael Chiesa.

A ira do irlandês pôde ser atribuída à luta entre Khabib Nurmagomedov e Max Holloway. Os atletas se enfrentariam pelo cinturão linear do peso leve. Meses antes, o objeto pertencia a McGregor.

Após o incidente, Conor, que provocou a revolta de Dana White, se entregou à polícia. O atleta recebeu acusações de agressão e dano criminoso doloso.

Rivalidade com Khabib Nurmagomedov

Destronado do peso leve por inatividade, Conor McGregor estava disposto a recuperar o cinturão perdido. Para reassumir o título, o irlandês precisaria passar por Khabib Nurmagomedov, russo invicto que havia assumido a liderança do grupo quando superou Al Iaquinta, substituto de Max Holloway no UFC 223.

Marcada por provocações, ofensas, a rivalidade do irlandês e do russo acabou dando forças àquele que, até hoje, é o espetáculo mais rentável na história do Ultimate: o UFC 229.

Promovido em Las Vegas, o show decretaria quem ficaria com o cinturão dos leves. De um lado, o Khabib defendia, além do trono, o cartel impecável de 26 vitórias. Do outro, um irritado ‘Notório’ que buscava recuperar o que considerava ser seu por direito.

Na luta, Nurmagomedov fez o que quis. Com seu grappling de alto nível, o russo anulou McGregor por completo e chegou à vitória por finalização no quarto round.

A disputa, no entanto, ganharia tons dramáticos após seu desfecho. Khabib, que manteve postura serena durante os meses de promoção do confronto, explodiu depois da vitória. Irreconhecível, o campeão saltou a grade de contenção na tentativa de agredir Dillon Danis, amigo e companheiro de treinos do ‘Notório’.

A ação de Nurmagomedov gerou reação imediata por parte dos times e dos fãs que presenciavam o show. Uma briga generalizada se instaurou, o que impediu a tradicional entrega do cinturão e obrigou que os lutadores deixassem o octógono escoltados pela força policial.

Depois do episódio, tanto McGregor quanto Khabib receberam suspensões.

Tentativa de voltar ao topo

Menos frequente no octógono, Conor McGregor segue como o maior nome na história da empresa. De 2018 até hoje, o irlandês somou três apresentações, tendo vencido em apenas uma oportunidade, em 2020, quando bateu Donald Cerrone.

Em 2021, ‘Notório’ foi superado por duas vezes em luta contra Dustin Poirier. No segundo encontro, o lutador acabou sofrendo uma grave lesão e ainda aguarda para voltar a competir.

Grande astro da companhia, Conor ainda não tem data para voltar ao octógono. O lutador, no entanto, sabe que terá pela frente Michael Chandler como adversário. Ambos protagonizam a nova edição do ‘The Ultimate Fighter’. Caso vença, McGregor poderá se credenciar a uma nova disputa de título na empresa, tendo flertado recentemente com um compromisso pelo trono dos meio-médios (até 77,1kg.).

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