Mario Yamasaki analisa episódios marcantes do UFC 286 e revela opinião sobre decisão dos árbitros

M. Yamasaki não atua pelo UFC desde fevereiro de 2018. Foto: Reprodução/Instagram

Carregado por toda experiência que possui no MMA, Mario Yamasaki, que já arbitrou inúmeras lutas no Ultimate, falou com exclusividade ao SUPER LUTAS a respeito de episódios marcantes no UFC 286. Perguntado se o árbitro da luta entre Jafel Filho e Muhammad Mokaev poderia ter tomado alguma atitude ao ver a perna do inglês envergar, o veterano explicou como funciona a regra nesses momentos.

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“A regra como árbitro é que você não pode parar a luta até a perna quebrar e o atleta não poder lutar mais, se defender inteligentemente. A gente nunca sabe, como árbitro, qual que é a extensão de flexibilidade do lutador, então não podemos imaginar que ele consiga aguentar ou não. Alguns têm o ligamento mais flexível. No MMA você não pode parar até quebrar. Não pode a interrupção por conta de o árbitro achar que o atleta pode ter alguma contusão”, explicou Yamasaki.

Jafel Filho tenta finalizar Muhammad Mokaev no UFC 286. Foto: Reprodução/Twitter @ufcbrasil

Após ter resistido à dura chave aplicada por Jafel, Mokaev conseguiu reverter a posição e finalizar o brasileiro. Ao se levantar para comemorar, o atleta já apresentava sinais de lesão ao mancar em sua caminhada pelo octógono. No dia seguinte, o representante da Inglaterra publicou uma foto nas redes sociais em que aparecia seu joelho totalmente inchado. Segundo o lutador, ’a dor da desistência seria pior do que a lesão’.

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Concussão de Sam Patterson e reação preocupante

Na luta seguinte, Sam Patterson protagonizou uma forte cena ao tentar confrontar, inconscientemente, o árbitro da luta, Marc Goddard, após receber diversos golpes do adversário. Em divisão de opiniões, fãs condenaram a atitude de Yanal Ashmoz em ter continuado a desferir socos na ausência de defesa do rival. Segundo Yamasaki, o protocolo (após a interrupção) foi bem efetuado, mas o combate deveria ter sido interrompido mais cedo.

“Acho que Goddard é um dos árbitros mais experientes do mundo, mas ele demorou a parar a luta. Patterson teve uma concussão na cabeça e esse momento de volta ele ainda continua sem saber onde está. Acho que o Gorddard e toda equipe fizeram bem, seguraram ele com calma (…) mas isso não tem como evitar, cada um reage de uma forma ao nocaute. Depois que nocauteia uma vez, o corpo aprende e desliga para evitar danos maiores. O árbitro demorou porque Sam ainda se mexia, ele estava praticamente nocauteado, mas não foi nocauteado”, disse Mario.

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Sam Patterson foi derrotado por Yanal Ashmoz no UFC 286. Foto: Reprodução/Instagram @ufc

Ao falar sobre golpes ‘desnecessários’, Yamasaki pontuou que o esporte vai evoluir.

“MMA é um esporte novo, as regras vão evoluir. Creio que esse tipo de situação, assim como corte de peso, ainda vão evoluir um pouco. Temos que esperar a bondade de todos, os pensantes do MMA, para mudar isso aí. Mas é difícil”, concluiu o árbitro.

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Apesar do susto, Sam Patterson voltou à consciência ainda no octógono. Estreante no UFC, o lutador amargou a segunda derrota na carreira.

Publicado por
Léo Guimarães