Exímio faixa preta de jiu-jitsu , Demian Maia revelou que precisou de um longo treinamento para se tornar comentarista do UFC. Apesar de ter tido uma carreira extensa no MMA, o paulista contou que assistia apenas às lutas dos seus amigos e por isso, não tinha intimidade com o vasto plantel de lutadores do Ultimate. Durante seis meses, o veterano comentou mil lutas, junto aos colegas de profissão.
“Assim como na luta, você treina e melhora. As pessoas têm a impressão de que, uma vez que você é um lutador, você conhece todos os lutadores e assiste a todos os lutadores. Muito pelo contrário. Observei meus adversários nos últimos anos, e pessoas que eu gostava, amigos como Wanderlei Silva, Rodrigo Minotauro, Charles Oliveira, Matheus Nicolau e Luana Pinheiro. Eu realmente não me sentei para assistir a um evento do UFC, então há muitas pessoas novas que eu não conheço. Mas esse projeto do UFC Fight Pass Brasil começou há seis meses, e fizemos o arquivo de lutas passadas. Fizemos 1.000 lutas, Rodrigo e Roman Laurito comentando e Ivan Bruno chamando as lutas. Isso foi como treinar para mim”, disse Maia ao podcast ‘Trocação Franca’.
Acostumado com golpes, Demian não se importou com a força das palavras e pediu por feedbacks sinceros. Comprometido com os ensinamentos, o comentarista almejava a autoconfiança para trabalhar durante as transmissões.
“Você é um atleta e as pessoas te admiram, e às vezes não se sentem à vontade criticando você. Eu estava tipo, ‘Diga-me qualquer coisa, mesmo que você ache que é uma porcaria, seja sincero’, porque eu estou aqui para aprender. Eu sou faixa branca nisso. Esses meses de treinamento me deram confiança quando comentei no primeiro card no dia 14 de janeiro no estúdio, que foi mais uma preparação para o show ao vivo na semana seguinte no Rio de Janeiro”, concluiu Maia.
Aposentado desde 2021, Demian encerrou a carreira com 28 vitórias e 11 reveses. Em sua última apresentação, o ex-atleta foi derrotado por Belal Muhammad na decisão dos juízes, no UFC 263.