Bate-Estaca relaciona experiência em plataforma de conteúdo adulto com abusos sofridos na infância

Em forte depoimento, a brasileira ex-campeã do UFC revelou que experiência no 'Only Fans' trouxe à tona fantasmas do passado

J. Andrade em vitória pelo UFC. Foto: Reprodução/Instagram

A recente onda de atletas e personalidades embarcando na venda de conteúdo adulto através do ‘OnlyFans’ não deixou de fora as atletas de MMA. Enquanto algumas lutadoras utilizam a plataforma como complemento, ou até mesmo fonte principal de renda, outras se arrependem amargamento de já terem o feito. É o caso da ex-campeã Jéssica Bate-Estaca.

Durante participação no podcast “Connect Cast”, Jéssica revelou que o tempo que passou produzindo conteúdo para o “OnlyFans” trouxe à tona grandes gatilhos de seu passado, principalmente ligados aos abusos sexuais sofridos na infância.

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“Eu tinha (conteúdo no OnlyFans), mas não tenho mais. Nunca gostei de fazer esse negócio, você acredita? (…) Tenho uns traumas de infância, coisas de abuso e tudo mais. Quando eu fazia aquilo ali, me sentia da mesma forma, de mãos atadas, não conseguia ter reação. Pegava muito profundo no meu trauma. Nunca quis fazer esse negócio de OnlyFans. Eu odiava, odiava. Eu nunca tinha falado (sobre o abuso). Só as pessoas mais íntimas sabiam. Agora o mundo inteiro vai saber, mas faz parte. Foi uma coisa que realmente me traumatizou muito e eu não sabia dizer ‘não’. Me remetia (ao abuso). Quando vazaram as primeiras fotos foi muito ruim, porque eu tive que fingir que estava bem e não estava”, desabafou a ex-campeã.

Jéssica ainda revelou que a decisão de trabalhar com a plataforma não foi tomada por ela. A lutadora afirmou que teve forte influência da ex-esposa, que teria apontado o ‘OnlyFans’ como única solução para lidar com a crise financeira vivida pelo casal à época.

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“Foi por grana. Foi por não saber a pessoa que estava cuidando do meu dinheiro. (…) Foi por conta do antigo casamento. Ela que administrava tudo, cuidava do dinheiro e o dinheiro acabou. Eu ia fazer o que? Ela não queria dar o braço a torcer dizendo que a gente não tinha mais dinheiro, que ia ter que trabalhar com alguma coisa. Estando nos Estados Unidos, ou você trabalha ou você se lasca. Sem luta marcada, cheia de contas para pagar, ela sugeriu de fazer um OnlyFans. Sempre falei que não queria fazer. Nunca gostei nem de tirar foto de biquini. Não uso calcinha desde os 13 anos, vou botar uma lingerie? Pois é, me obrigou a botar uma lingerie. E aí foi só piorando, porque conforme o dinheiro foi caindo na conta, o olho vai ficando maior e você acaba se submetendo a umas coisas que não fazem parte de você”, finalizou.

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