Um dos treinadores mais conceituados no mundo das artes marciais mistas, o norte-americano Duke Roufus se pronunciou publicamente e tocou em um ‘ponto delicado’ do esporte. Após as surras sofridas por Glover Teixeira e Lauren Murphy no UFC 283, o técnico do ex-campeão dos leves (até 70,3kg) do Ultimate Anthony Pettis pediu um mudança de cultura no MMA, citou exemplos vividos em sua trajetória e afirmou que o trabalho do corner é proteger a integridade física do seu lutador.
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“Anthony quebrou seu osso orbital contra Rafael dos Anjos no UFC 185, e continuamos tentando ter uma música, dança e uma oração para que ele tirasse alguma coisa. E sabe de uma coisa? Ele acabou sendo goleado por muitos rounds, o que foi prejudicial para sua carreira naquela época. Paul Felder, quando quebrou o braço contra Mike Perry, no UFC 226, deveria ter parado essa luta, e eu aprendi muito com essas experiências, quando tive que viver com o arrependimento disso, e é algo que trago agora para o meu conjunto de habilidades de treinador é a empatia”, disse Roufous.
Duke disse que entende o ‘orgulho’ de muitos treinadores em não aceitar que o seu lutador está sendo derrotado, mas lembrou que uma de suas funções é proteger a integridade física de seus atletas.
“Eu fui destruído, fui destruído em lutas. Eu sei como é a sensação. Acho que há muitos treinadores que tiveram algum sucesso treinando, mas nunca tiveram seu coração arrancado e destruído no ringue quando suas crianças estão sendo derrotadas e acho que temos que mudar essa cultura. É seu trabalho proteger o lutador”, finalizou o treinador.
Ex-lutador de kickboxing, Duke Roufous é lider da Roufousport, academia sediada em Milwaukee, Wisconsin (EUA). Entre os principais atletas de sua equipe estão Anthony Pettis, ex-campeão dos leves do UFC e do WEC, Sergio Pettis, atual dono do cinturão dos galos do Bellator e Paul Felder, ex-atleta do Ultimate e atual comentarista oficial da organização.