Após relembrarmos tudo o que de melhor aconteceu entre janeiro e abril de 2022 no MMA mundial, a segunda parte da retrospectiva SUPER LUTAS aborda os principais destaques do segundo quadrimestre do ano passado, entre os meses de maio e agosto.
Neste período, algumas das principais histórias da temporada foram contadas, com novos campeões, lutas, zebras e desfechos históricos.
Quinto evento numerado do ano, o UFC 274 se tornou histórico já na véspera de sua realização. Na pesagem oficial para a defesa de título contra Justin Gaethje, Charles do Bronx se tornou o primeiro lutador da história do Ultimate a perder o cinturão para a balança, ao ficar 200g acima do limite da divisão dos leves (até 70,3kg).
Após o ocorrido, Charles do Bronx apontou para uma mudança de última hora na balança utilizada para a conferência de peso e afirmou ter sido “roubado”. Na noite seguinte, mesmo sem a possibilidade de reaver o cinturão, o brasileiro finalizou Justin Gaethje em uma luta cheia de reviravoltas e se provou como o ‘rei sem coroa’.
Além da escrita por Charles do Bronx, o UFC 274 foi palco também de outra história de superação. Oito anos após se tornar a primeira campeã peso palha (até 52,1kg) do UFC e sete anos após perder o título, Carla Esparza voltou a conquistar o ouro da divisão ao superar Rose Namajunas em luta monótona e sob vaias do público.
Ainda no mesmo evento, os amantes do MMA puderam testemunhar aquele que viria a ser eleito, entre a equipe do SUPER LUTAS, o melhor nocaute de 2022. O responsável pela façanha foi Michael Chandler, que nocauteou Tony Ferguson com um chute frontal brutal, a la Anderson Silva.
Cerca de oito meses após se tornar o atleta mais velho a conquistar um título pela primeira vez no Ultimate, Glover Teixeira retornou à ação em junho para colocar o cinturão dos meio-pesados (até 93kg) em jogo contra o perigoso Jiri Prochazka, em Cingapura.
O brasileiro e o tcheco protagonizaram um duelo extremamente emocionante, cheio de reviravoltas e eleito “Luta do Ano” pela equipe do SUPER LUTAS. À frente nas papeletas dos juízes, Glover estava com uma mão no título, mas, com 30 segundos restantes para o final do combate, viu Prochazka aproveitar um deslize e encaixar uma improvável finalização para se tornar o novo campeão.
Considerada por muitos a campeã mais dominante dos últimos anos, Valentina Shevchenko quase foi surpreendida por Taila Santos em disputa do cinturão peso palha (até 52,1kg) na luta co-principal do UFC 275.
Com um forte jogo de luta agarrada, a brasileira expôs brechas da quirguiz-peruana e controlou boa parte do duelo, mas acabou prejudicada por uma fratura no osso orbital após um choque acidental de cabeças, que “fechou” seu olho direito no quarto round. Após a lesão, Taila viu Valentina recuperar o controle da luta e vencer na decisão dos juízes.
O UFC 276 foi cercado de expectativas não somente pelo que aconteceria na noite de 2 de julho, na T-Mobile Arena, em Las Vegas, mas muito também pelo desenho que poderia ser projetado para o futuro da divisão dos médios (até 83,9kg).
E aconteceu conforme todos esperavam: Israel Adesanya, sob vaias da torcida, defendeu o título contra Jared Cannonier em luta burocrática, enquanto Alex Poatan brutalizou Sean Strickland com um nocaute no primeiro round.
Os resultados pavimentaram o caminho para mais um capítulo da rivalidade entre Israel Adesanya e Alex Poatan, que já haviam se enfrentado em duas oportunidades nos tempos de kickboxing, com duas vitórias do brasileiro. Os dois voltaram a medir forças em novembro, pelo cinturão dos médios do UFC, mas isso é assunto para o próximo capítulo da retrospectiva.
A luta co-principal do UFC 276 serviu para encerrar de vez as discussões a respeito do melhor peso pena (até 65,7kg) da atualidade. Após superar Max Holloway em duas lutas parelhas, Alexander Volkanovski “sobrou” no terceiro duelo, não tomou conhecimento no rival e encerrou o placar da trilogia em 3×0, não apenas se consolidando como campeão da divisão, mas também como um dos melhores lutadores do mundo.
Sete meses após ser destronada por Julianna Peña em uma das maiores zebras da história do MMA mundial, no UFC 269, Amanda Nunes voltou à ação para enfrentar a “Megera Venezuelana” na luta principal do UFC 277, no dia 30 de julho.
Em cinco rounds de puro domínio, a “Leoa” não deu chances à norte-americana, dominou a luta do início ao fim sem tomar conhecimento da rival e recuperou o cinturão peso galo (até 61,2kg) do Ultimate.
Na luta co-principal do UFC 277, o Ultimate colocou em jogo o cinturão interino do peso mosca (56,7kg), decisão que revoltou o campeão linear Deiveson Figueiredo, que se encontrava lesionado à época.
Em luta movimentada, o ex-campeão da divisão, Brandon Moreno nocauteou o neozelandês Kai Kara-France no segundo round e tornou inevitável a primeira quadrilogia da história do UFC, contra Deiveson Figueiredo. O mexicano e o brasileiro se enfrentam pela quarta vez na luta co-principal do UFC 283, no Rio de Janeiro, no dia 21 de janeiro.
Fechando o segundo quadrimestre do ano, o UFC 278, realizado no dia 20 de agosto, em Salt Lake City, nos Estados Unidos, foi palco de uma das histórias mais incríveis do MMA mundial.
Em revanche contra o aparentemente imbatível Kamaru Usman pelo cinturão dos meio-médios (até 77kg), Leon Edwards era dominado e perdia a luta até o minuto final do quinto e último round, quando encontrou um chute alto preciso e brutal para nocautear o nigeriano e se tornar o novo campeão.
O UFC 278 foi palco também da despedida silenciosa de uma verdadeira lenda do MMA mundial. Ex-campeão e considerado por muitos o maior nome da história dos penas (até 65,7kg), José Aldo, que meses depois surpreenderia a todos ao anunciar a aposentadoria do MMA, pisou no octógono pela última vez para enfrentar Merab Dvalishvili e acabou sofrendo uma derrota frustrante nas mãos do georgiano.