Multicampeã mundial de jiu-jitsu, Luiza Monteiro foi sincera ao tratar de um assunto polêmico. Destaque na ‘arte suave’, a lutadora analisou a postura de atletas que optam por trabalhar em sites de conteúdo adulto. Em entrevista ao ‘Connect Cast’, a lutadora, que não faz uso do da plataforma, desabafou sobre o assunto.
“Hoje em dia, quanto mais mídia você tem, mais você vai ganhar. Na minha época, era ao contrário. Você respeitava, era amiga da sua adversária e, hoje em dia, quanto mais polêmica, você precisa até vestir um personagem para ganhar dinheiro. Para mim, tira o foco da arte marcial. (…) Se eu tiver que ficar rica com isso, vou ficar pobre”, afirmou.
Tratando especificamente da plataforma de conteúdo adulto, Monteiro revelou respeitar a decisão de cada um. A atleta, porém, opinou sobre o trabalho.
“Quando são as meninas do jiu-jitsu, fico um pouco triste. Demorou tanto tempo para a gente conquistar um respeito no tatame. A gente era tão excluída, sofremos abusos. Era comum o cara achar que a mulher estava ali porque queria ficar com a pessoa. Tinha muito mais homens. Até você conquistar seu espaço e ser respeitada. Batalhei tanto para ficar com o jiu-jitsu bom para que, quando as pessoas me vejam, falem: ‘é muito bom ver ela lutar’. (…) Aí, a gente chega nesse ponto, em que a gente começa a receber igual os caras e, aí, pegamos tudo isso, abrimos o ‘OnlyFans’ e posta foto. É um público do jiu-jitsu. (…) Penso também no meu pai. Ele ficaria decepcionado. Respeito quem faz. Quero continuar o meu legado. Meu legado é facilitar o caminho para as meninas que estão vindo (para o jiu-jitsu). Para eu não sofram abuso. Vou me manter feminista. Que eu fique pobre, mas este é o legado que vou levar”, encerrou.
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