Na reta final da preparação para a revanche contra Jiri Prochazka pelo cinturão dos meio-pesados (até 93kg), Glover Teixeira foi surpreendido pela grave lesão sofrida pelo campeão, que acabou abdicando do título, e acabou “a ver navios” quando o UFC decidiu que Jan Blachowicz e Magomed Ankalaev disputariam o cinturão vago da divisão.
Apesar do prejuízo de Glover, Daniel Cormier, também ex-campeão da divisão, acredita que o brasileiro tomou a decisão correta ao não aceitar enfrentar Magomed Ankalaev com tão pouco tempo de antecedência.
“Ele (Glover) não tem tempo para se reconstruir. Ele tem 43 anos. Quando você chega a essa idade, você tem que capitalizar. Com 30 anos, quando ele chegou com 18 vitórias seguidas, Glover teve tempo para construir um caminho a uma disputa de cinturão contra Jones, perder, reconstruir o caminho para uma luta decisiva contra mim, perder, reconstruir o caminho até se tornar campeão, porque ele teve tempo. Aos 43 anos ele não tem mais tempo. Então você tem que ser bem seletivo. É um jogo de homens jovens. Você pode correr o risco de ser ‘atropelado’ por Ankalaev, porque o cara é bom. Você pode literalmente passar vergonha, e aí? Então acho que foi uma decisão inteligente de Teixeira”, opinou Cormier.
Na opinião de Cormier, o fator “desconhecido” trazido por Magomed Ankalaev apresenta alto risco e baixa recompensa para Glover.
“Não discordo com Glover. Se eu estivesse na mesma situação, com Ankalaev, teria feito o mesmo. São muitos fatores desconhecidos para um cara que não é necessariamente conhecido do público geral, que não é um cara que todos reconhecem como um grande desafiante, porque Magomed não está no jogo há tanto tempo e ainda não dividiu octógono com gente capaz de o tornar tão reconhecível quanto você precisa ser para ser visto como tal”, finalizou.
Magomed Ankalaev e Jan Blachowicz se enfrentam pelo cinturão dos meio-pesados (até 93kg) na luta principal do UFC 282, que acontece no dia 10 de dezembro, na T-Mobile Arena, em Las Vegas, nos Estados Unidos.