Conhecido por não medir as palavras e ser bastante direto em suas declarações, o presidente do UFC Dana White é do tipo que foge de uma pergunta polêmica em suas entrevistas. Por isso, na coletiva de imprensa após o UFC Fight Night 35, já na madrugada desta quinta-feira (16), Dana revelou que esperava questionamentos sobre as recentes críticas de Georges St. Pierre à política antidoping do Ultimate, apontada pelo ex-campeão como uma das razões que motivaram seu afastamento do esporte. White se mostrou bastante descontente com as afirmações de GSP e disse que o canadense áinda está aborrecido com sua opinião sobre a luta contra Johny Hendricks no UFC 167.
“Acho que Georges St-Pierre está chateado comigo por tudo que eu disse na coletiva após o UFC 167 e por eu ter dito que ele não ganhou a luta. Se é isso, ele deveria agir como um homem e me ligar, ou vir aqui e falar comigo. Acho essa situação toda muito estranha. Ele disse que nós somos um monopólio. Nosso concorrente é a Viacom, uma empresa que vale 40 bilhões de dólares. Eu jamais vou ver essa quantidade de dinheiro na minha vida, e nem o UFC. Se uma empresa dessa é a nossa concorrente, não sei como podemos ser um monopólio. Se ele acha alguma coisa sobre qualquer assunto, ele deveria vir aqui e dizer, ou falar para mim. Não sou um cara muito sensível, ele não iria ferir meus sentimentos. Eu acho que ele perdeu a luta para Johny Hendricks. Se isso o magoou, ele deveria me dizer isso. Eu jamais disse algo ruim sobre ele. Por isso acho essa situação surreal. Ele queria ficar fora por um tempo por problemas pessoais e agora está dando mais entrevistas do que quando estava lutando”, disse o presidente.
Durante toda a coletiva, White retornou voluntariamente ao assunto por algumas vezes e disse que nenhuma organização no planeta testa tanto seus lutadores quanto o UFC. “Georges St-Pierre acha que deveria ter sido feito um determinado tipo de teste nos lutadores, e ele fez nele mesmo. Ele escolheu fazer e fez. No boxe, os caras são testados há décadas, e eles não chegaram a um consenso até hoje. A comissão Atlética de Nevada irá testá-los. Nossos atletas são testados. Muitos fazem TRT, o que é permitido. Mas eles são monitorados. Talvez a luta que eu mais gostei de ver na vida tenha sido entre Antônio Pezão e Mark Hunt. Os dois foram testados, e Pezão foi pego acima do limite. Sabe o que aconteceu? Ele foi destruído. Perdeu a sua bolsa, o bônus por vitória, todos os outros bônus e foi suspenso. É isso que acontece com quem é pego fora dos limites. Vitor Belfort é sempre testado, e sempre está dentro dos limites legais estabelecidos. Não sei por que Georges St-Pierre disse o que disse, mas acho que ele deveria ter vindo falar comigo cara a cara, como um homem”, concluiu.
Antes da luta contra Johny Hendricks, Georges St. Pierre propôs que os lutadores se submetessem à exames regulares da Associação Voluntária Antidoping (VADA). As declarações irritaram norte-americano, que se recusou a fazer os testes e, na época, chegou a afirmar que quem vivia sob suspeitas do uso de substâncias ilegais era o ex-campeão. No último dia 16 de novembro, Hendricks e St. Pierre se enfrentaram pelo cinturão dos meio-médios e o canadense defendeu seu título pela nona vez. Poucas semanas depois, no entanto, GSP anunciou seu afastamento do MMA por tempo indeterminado. Diante do cenário, o Ultimate confirmou que Johny Hendricks e Robbie Lawler disputariam o cinturão vago da categoria, no próximo dia 15 de março, na luta principal do UFC 171.