Georges St. Pierre anunciou após sua vitória contra Johny Hendricks, no UFC 167, em novembro, que iria se afastar do esporte por tempo indeterminado. O canadense abriu do cinturão dos meio-médios alegando precisar de um tempo para tratar de problemas pessoais. Porém, passados dois meses de sua decisão, GSP revelou que existe outro motivo para seu afastamento: a política antidoping do UFC.
Em entrevista ao canal canadense RDS, St. Pierre afirmou que precisava fazer algo pelo esporte e que não concorda com o caminho adotado pelo UFC e comissões atléticas para os testes antidoping.
“Essa (testes antidoping) é uma das razões de porque eu parei. Não para ensinar uma lição, até mesmo porque eu me penalizei também. Isso me incomodou bastante. Mas sou uma pessoa pública e preciso ficar quieto sobre algumas coisas. Mas eu queria fazer algo pelo esporte que eu amo. Vejo a direção que as coisas estão indo e acho que não faz nenhum sentido. Ninguém quer falar sobre isso (testes antidoping), mas é preciso debater. Isso é um problema. Isso é estúpido”, afirmou.
Sem citar nomes, o GSP levantou suspeitas sobre a preparação dos atletas para suas lutas. Além disso, o canadense também colocou em discussão a posição do UFC, que seria leviano no acompanhando para não perder dinheiro desmarcando lutas por doping.
“Acho que a questão do antidoping é um grande problema dentro do esporte. Lembre-se que eu sou um atleta e tenho informações internas. Sei o que acontece. Infelizmente, algumas pessoas, talvez por medo de perder dinheiro, não querem mudar nada. Porque como ficaria a imagem do esporte se você é obrigado a cancelar lutas porque o lutador testou positivo. Se você começar a testar todo mundo, quantos irão ser pegos? Não quero falar em público, e não estou acusando ninguém, mas a imagem do esporte seria afetada. O MMA é um esporte relativamente novo e existe um monopólio, então os lutadores não têm muito poder. Eles não podem falar porque se disser o que pensa, pode ser punido” completou.
O lutador, de 32 anos, ainda continuou criticando o polêmico TRT (tratamento de reposição hormonal), que é usado por atletas como Vitor Belfort e Chael Sonnnen. “Todo mundo sabe quem, quando, onde e como. Existem pessoas, alguns médicos, e todo mundo vai se consultar com eles. Onde existe dinheiro, existem maneiras de trapacear e isso sempre será assim”, encerrou.