De volta ao caminho das vitórias no MMA, Paulo Borrachinha tem futuro incerto na organização. Na reta final de seu contrato com o Ultimate, o algoz de Luke Rockhold no UFC 278 garantiu que não seguirá na companhia, caso não haja uma reformulação salarial total em seu acordo. Com exclusividade ao SUPER LUTAS, o mineiro abriu o jogo quanto aos planos para o futuro e também analisou a batalha vivida no último sábado (20).
No UFC 278, Borrachinha subiu no octógono para seu primeiro compromisso na temporada 2022. Diante do ex-campeão dos médios (até 83,9kg.), o tupiniquim, que vinha de dois reveses consecutivos, travou um embate emocionante, vencendo na decisão unânime dos juízes.
O último fim de semana marcou um desafio decisivo na carreira do brasileiro. Pela primeira vez em sua trajetória no MMA, o mineiro se apresentava pressionado por duas derrotas seguidas. O atleta, no entanto, foi agressivo e controlou o adversário por grande parte dos três assaltos. Na sequência, o ex-desafiante ao cinturão analisou o embate, valorizando a qualidade do rival, que, por 15 minutos, resistiu a ataques brutais do tupiniquim.
“Acho que foi uma performance muito boa, excelente. O Luke Rockhold veio preparado. Vi vários comentários de várias pessoas, só que as pessoas não sabem o que acontece, o porquê de muitas pessoas não terem uma performance legal aqui (em Salt Lake City). As pessoas viram que o Rockhold estava cansado, mas não sabem o porquê. Ele não treinou o tanto que treinou para chegar aqui despreparado, mal condicionado. (…) Ele treinou sério. (…) Aqui tem o fator altitude. No momento em que ele (Rockhold) foi quedado, ele fez um pouco a mais de força e se desgastou. A altitude desgasta, sem falar da pressão de andar para frente e, ele, no caso, de ficar recuado. Tudo isso conta”, disse.
Após o compromisso contra Luke, o brasileiro deu mais um passo rumo ao fim de seu contrato com o Ultimate. O atleta afirmou acreditar que soma mais um desafio para que o vínculo se encerre. Assim, Paulo precisará se reunir com a diretoria do UFC para tentar firmar um novo acordo. O mineiro, por sua vez, garante que apenas seguirá na empresa em caso de mudanças drásticas no retorno financeiro.
“Eu sempre penso na minha carreira, a todo momento. (…) Nossa cabeça está ‘a milhão’. Estamos indo para Las Vegas (EUA), vamos ouvir o UFC com toda calma, paciência e carinho. Não tem nada definido. O que eu quero? Quero ser supervalorizado. Não é mais ou menos. Fui desvalorizado há um tempo, e acho que ainda estou. Não tenho o valor que eu trago para a empresa de retorno. É fato. É quanto você produz para quanto você recebe. Não tem idiota aqui. A gente tem números, e vamos trabalhar com números, com a realidade, papo aberto, sem influências, como uma empresa trabalha. Vamos ver”, explicou.
Famoso por entregar aos fãs confrontos marcados pela agressividade, Borrachinha acredita que seu retrospecto na empresa contará como fator decisivo para a decisão tomada pelos atuais patrões. Segundo o lutador, que foi publicamente elogiado pelo ‘chefão’ Dana White após o UFC 278, o plano é comprovar o ‘custo-benefício’ para a renovação.
“A questão é quanto você faz de dinheiro e quanto você ganha. Sou um cara popular, principalmente aqui na América, e é onde está o dinheiro. Busco ter o contato com o público aqui, falar, interagir, entender o mercado e ser um produto bom para o mercado”, encerrou.
Depois do triunfo no UFC 278, além de voltar a vencer, Borrachinha defendeu a sexta posição no ranking liderado por Israel Adesanya. Agora, o atleta aguarda para saber qual será o desafio que encerra seu contrato atual com a companhia.
Aos 31 anos, o mineiro soma 16 compromissos como profissional no MMA. Profissional no esporte desde 2012, o atleta tem 14 triunfos e dois resultados negativos.