Campeão por cinco anos e dono do recorde de defesas de cinturão dos meio-médios (até 77 kg) do UFC, Georges St-Pierre foi por muito tempo unanimidade quando se tratava da discussão de maior lutador da história da divisão. O sucesso de Kamaru Usman como atual detentor do título, no entanto, fez com que muitos fãs e especialistas passassem a incluir o nome do nigeriano na discussão.
Em entrevista ao “MMA Underground”, Georges St-Pierre falou sobre o assunto, rasgou elogios a Kamaru Usman e admitiu que talvez o nigeriano seja, de fato, o maior meio-médio de todos os tempos.
“É uma época diferente. Competimos contra pessoas diferentes em tempos diferentes. Acho que Kamaru Usman pode ser o maior de todos os tempos agora. Entretanto, acho que você precisa esperar até o final da carreira antes de dizer que ele é maior de todos os tempos, porque você pode ter altos e baixos, sabe? Mas ele está definitivamente na briga. Ele está definitivamente entre os maiores de todos os tempos, com certeza. Eu gosto muito de vê-lo lutar”, revelou GSP.
Afastado do octógono desde 2017, quando conquistou o título dos médios (até 83,9 kg) do UFC ao finalizar Michael Bisping, George St-Pierre garante não se abalar com o surgimento de um potencial rival pelo posto de “maior de todos os tempos”.
“Acredite se quiser, isso não me incomoda nem um pouco. Sabe por que me aposentei? Porque percebi, quando era jovem, que era muito competitivo. Eu queria ser o melhor e ser conhecido como o melhor. Meu legado era muito importante. Era a coisa que eu mais me importava. Eu consegui me tornar o melhor. Eu me importava muito com as pessoas achavam de mim. A razão pela qual me aposentei é porque agora só me importo muito com o que as pessoas que eu amo acham de mim. Não ligo para as pessoas que não me conhecem”, explicou o ex-campeão.
Por fim, Georges St-Pierre afirmou acreditar que a próxima geração sempre tende a superar a anterior, parafraseou Isaac Newton e usou lendas do atletismo como exemplo.
“Todos que competem merecem créditos. Acho que os lutadores de hoje são melhores do que os de ontem e a próxima geração vai ser melhor ainda. Como Newton disse: ‘se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes’. Por isso Usain Bolt corre mais rápido que Jesse Owens. Talvez ele não seja melhor, mas teve acesso a mais conhecimento e tecnologia. Além disso, ele teve um parâmetro em Jesse Owens. Nos esportes de combate é a mesma coisa, mas sempre subjetivo (…). As coisas melhoram com o tempo. Talvez o maior de todos os tempos nem tenha nascido ainda”, finalizou.