Tímida, mas feroz no MMA. Neste sábado (11), uma catarinense de 28 anos pode chocar o mundo e entrar para a galeria de ícones das artes marciais mistas. No UFC 275, Taila Santos terá a oportunidade de destronar uma lenda e encerrar uma hegemonia no peso mosca (até 56,7kg.) iniciada em 2018. O alvo: Valentina Shevchenko.
Em 22 de junho de 1993, nascia, em Jaraguá do Sul (SC), Taila Jaine dos Santos, atleta, que um dia, viria a assumir um lugar na elite do MMA feminino. Há quem pense que a catarinense pode ter se apaixonado pelas artes marciais desde criança, mas a história da atleta não foi bem assim.
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O início
Quando jovem, Taila mostrava afeição por esportes. Como grande parte dos brasileiros, o futebol foi uma de suas paixões. Um de seus primeiros contatos com o exercício físico foi o tradicional ‘bate-bola’ nas ruas, algo cada vez mais raro para as novas gerações.
O esporte de combate, porém, vem de berço. Aos 16 anos, a atleta foi direcionada por seu pai, Gilson Caetano, professor de Muay Thai, para a modalidade. Iniciada há pouco no esporte, Taila foi inscrita para competir em um evento da tradicional ‘Chute Boxe’, em Curitiba, e fez bonito, vencendo em seu confronto.
Depois que começou, não parou mais. Amparada pelo mestre Marcelo Brigadeiro, a lutadora chegou à tradicional ‘Astra Fight Team’ e estreou no MMA profissional em novembro de 2013, aos 20 anos.
Em seu primeiro compromisso nas artes marciais mistas, a catarinense enfrentou e venceu Josiane Nunes, que, hoje, também brilha no UFC. Até hoje, Santos é o único algoz na carreira da compatriota.
Faixa azul de jiu-jitsu, Taila combina a complexidade de seu estilo entre a trocação de eficiência e a competência na ‘arte suave’. Ao todo, são 13 triunfos na via rápida, em 19 resultados positivos no esporte.
Chegada no UFC
Para chegar ao Ultimate, Taila precisou lutar muito – literalmente. Foram 15 apresentações até que a catarinense conquistasse o sonhado contrato com a maior organização de MMA do mundo. Antes de calçar as luvas do UFC, Santos expos seu talento no Aspera FC, sendo campeã na organização.
Promessa dos moscas, a brasileira chamou a atenção da diretoria do Ultimate após sua passagem pelo ‘Dana White’s Contender Series’. Pelo evento, a tupiniquim superou Estefani Almeida e carimbou o passaporte para seu maior sonho.
Tropeço na estreia e redenção
Invicta em 15 apresentações no MMA, Taila conheceu a derrota logo em sua estreia no UFC. Diante de Mara Romero Borella, a tupiniquim já chegou a admitir, em entrevista ao SUPER LUTAS, que ‘travou’, e não conseguiu cumprir seu melhor desempenho.
O sucesso, porém, estava por vir. Na sequência, Santos conseguiu desbancar quatro adversárias, chegando à elite dos moscas.
Em sua última luta, um verdadeiro show. No ‘apagado’ UFC Las Vegas 43, Taila foi a grande estrela. Rival da experiente Joanne Wood, a brasileira precisou de apenas um round para liquidar a fatura.
O triunfo veio por meio da finalização, que rendeu à catarinense o bônus de ‘Performance da Noite’. Com o feito, a brasileira levou para casa o sonhado prêmio de US$50 mil (aproximadamente R$248 mil).
Depois de impressionar grande parte dos fãs, imprensa especializada e, claro, a diretoria do UFC, não havia mais saída. Taila foi ‘promovida’ à nova desafiante ao cinturão e conquistou o direito de encarar a lendária Valentina Shevchenko, campeã do grupo e que não sabe o que é perder na categoria.
Para ficar na história
O palco para o confronto será o ‘Singapore Indoor Stadium’, em Singapura. Longe do Brasil, a catarinense poderá entrar para a história do esporte ao desbancar uma das melhores representantes do MMA de todos os tempos.
Mãe da pequena Glória, fruto de seu casamento com o triatleta Pedro Barbosa Farias, Taila terá ao seu lado milhões de fãs tupiniquins ‘ligados’ no confronto. No maior compromisso de sua carreira, a catarinense está a um passo de chegar à prateleira dos grandes representantes brasileiros no esporte.
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