Wilson Baldini Junior comanda incrível ‘live’ de 24 horas e faz desabafo sobre o boxe no Brasil: ‘Esporte marginalizado’

Jornalista especializado na nobre arte contou detalhes da experiência de permanecer 24 horas no ar e fez duras críticas pela forma como a modalidade é tratada

W. Baldini é jornalista esportivo desde 1987 (Foto: Reprodução/Twitter)

Referência no jornalismo esportivo brasileiro, o paulista Wilson Baldini Júnior trouxe uma incrível ‘maratona’ para os fãs de boxe no último final de semana. O especialista na nobre arte fez uma ‘live’ que durou 24 horas, com início ás 22hrs do sábado (28) e que terminou na madrugada de domingo (29) para segunda (30). Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, o ‘Baldo’ contou como foi viver essa experiência inusitada e fez um triste desabafo criticando como a modalidade é tratada no Brasil.

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“Eu fiz isso, porque, falar de boxe no Brasil, escrever de boxe no Brasil, ser jornalista durante 35 anos como eu sou, não é fácil. A gente não tem reconhecimento nenhum, nem no próprio emprego e nem do público. O boxe é um esporte ‘marginalizado’ no Brasil, no sentido de deixado de lado. Se amanhã surgir um novo Popó, aí a imprensa vai lembrar do boxe. O boxe foi o esporte que mais teve sucesso nas Olímpiadas de Tóquio e nada foi feito. A Beatriz Ferreira tem 29 pódios em 30 eventos internacionais nos últimos sete anos e eu não consigo emplacar uma matéria dela no jornal. Eu fiz essas 24 horas por mim e pelo boxe. E vou fazer outras vezes, não vou fazer agora não. Vou ter que esperar um pouco, porque fisicamente eu senti mesmo. Talvez eu mude o horário, esperar um final de semana com grandes lutas e que tenha transmissão para o Brasil, o que é difícil e aí vamos fazer de novo”.

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Motivação para a live

“Olha, eu sempre achei que essas lives de uma hora, uma hora e pouco, que você faz por causa de uma luta… eu sempre achei muito pobre, né? Eu tenho um canal (no youtube) e apesar dele ainda ser pequeno, o público que vai fica alucinado para fazer perguntas, porque eles querem informação e não tem né? Então, eu sempre termino as lives achando que posso fazer um pouco mais. E era uma coisa que eu já estava pensando a muito tempo em fazer, que é uma live longa. Uma vez eu fiz uma live de três horas e pouco. Mas um dia eu falei: ‘Vou fazer uma live de 24hrs’. Aí a minha mulher que ‘eu estava louco, que eu tinha bebido’. Foi muito cansativo, no final, eu estava psicologicamente destruído, mas feliz, por poder fazer um negócio que eu já estava querendo a muito tempo”.

Duração do especial e obstáculos durante a madrugada

“Eu comecei as 22:oohrs da noite do sábado (28) e fui até as 00:00hrs de domingo para segunda. O que me motivou foi o fato de terem duas lutas boas: Gervonta Davis x Rolando Romero, pelo cinturão dos leves da WBA (Associação Mundial de Boxe) no sábado e o Esquiva Falcão no domingo, as duas com transmissão para o Brasil. Então eu falei: ‘Vou emendar tudo’. No domingo durante o dia, eu fiz duas entrevistas e uma delas foi com o Tarso Dória (host do SUPER LUTAS). E o pior problema foi a madrugada, porque geralmente, a madrugada é mais difícil, eu não consegui dormir no sábado a tarde e durante o dia, então eu fiquei muito cansado. Mas depois das 05:00, eu despertei e fui conseguindo fazer com a ajuda do Twitter e de tópicos que eu tinha separado para falar durante o dia todo”.

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Pensou em desistir em algum momento?

“Não, em nenhum momento eu pensei em desistir. Até porque, eu não pensei nisso de um dia para o outro, eu já estava pensando nisso tem uns dois meses mais ou menos. O problema foi que, se você ver o vídeo, eu estou falando aí, de repente, eu ‘apago’, eu simplesmente durmo acordado. Eu estava falando, fechava os olhos, e quando abria, eu estava falando de outra coisa totalmente diferente. Mas isso aconteceu durante a madrugada, então, se eu fizer isso de novo, vou agendar as entrevistas para a madrugada. Eu fiz as entrevistas na manhã de domingo, se eu tivesse feito durante a madrugada, eu teria me mantido acordado. Ou talvez, se tivesse mais uma pessoa comigo na reta final. Minha mulher até sentou do meu lado no final, porque ela viu que eu estava completamente esgotado no final da transmissão”

Sobre Wilson Baldini Junior

Wilson Baldini JR tem 55 anos e é jornalista desde 1987. Jornalista especializado em boxe, o ‘Baldo’ já passou por grandes redações e e jornais como O Estado de São Paulo, Rádio Jovem Pan, ESPN e BandSports. Também é autor do livro “Mike Tyson – Uma Vida de Nocautes”.

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