Lenda do MMA, Cris Cyborg passou pelo seu maior desafio com as luvas do Bellator. Em evento realizado neste sábado (23), em Honolulu, no Havaí (EUA), a brasileira viveu uma verdadeira ‘prova de fogo’ em revanche com aa resistente Arlene Blencowe. Após 25 minutos de luta intensa, a brasileira foi declarada vencedora na decisão unânime dos juízes e defendeu o cinturão dos penas (até 65,7kg.) pela quarta vez.
Diferente do primeiro confronto, quando finalizou a australiana no primeiro round, Cyborg precisou dos 25 minutos para chegar à vitória. A lenda brasileira ainda assustou os fãs no primeiro round, quando acabou penalizada com um ponto, por conta de uma joelhada ilegal. Mesmo com a punição, Cris controlou a maior parte do confronto, deixando o rosto da oponente banhado em sangue.
Com a vitória, a curitibana amplia seu legado no Bellator e segue absoluta no peso penas. A combatente, agora, soma cinco apresentações pela companhia, e segue invicta.
Finalizada no primeiro encontro, Blencowe mostrou evolução, mas não foi o suficiente para parar uma das melhores lutadoras de todos os tempos. Mesmo com o tropeço, a australiana se tornou a segunda combatente a ‘sobreviver’ cinco rounds contra a brasileira. A primeira a conseguir o feito, foi Holly Holm, superada por pontos em embate no UFC 219.
O confronto começou com Blencowe tomando a iniciativa com um chute no joelho da campeã. Cyborg respondeu também com um ataque na base da adversária. A brasileira caminhava para frente e combinava socos e chutes no corpo da oponente. Arlene aceitava a trocação e tentava surpreender a curitibana. Restando pouco mais de três minutos para o fim da etapa, as atletas partiram para a luta agarrada. Cris pressionava a australiana contra as grades e agredia com joelhadas. Passados pouco mais de três minutos, Cyborg derrubou a adversária com um direto limpo no rosto da desafiante. A tupiniquim seguia se aproveitando do bom momento e castigando a oponente. Em um momento de distração, Cyborg acabou aplicando uma joelhada ilegal na rival, e o embate foi interrompido. A campeã foi penalizada com um ponto e, no retorno, aplicou imediatamente uma queda na adversária e ensaiou um katagatame. Blencowe conseguiu se desvencilhar e o embate voltou a ser disputado de pé. Nos segundos finais, Cyborg atacou com um chute alto, mas não havia mais tempo.
Na segunda etapa, a brasileira voltou mais agressiva, lançando chutes no corpo da rival. A desafiante apostava no contragolpe, enquanto a campeã buscava liquidar a fatura. Ainda no primeiro minuto, Arlene encaixou um cruzado limpo no rosto de Cyborg, mas a curitibana seguia caminhando em direção à oponente. Passados quase três minutos de confrontos, Cris partiu para a luta agarrada e pressionava a oponente contra as grades. Blencowe tentava se desvencilhar, mas recebia joelhadas e cotoveladas da brasileira. A desafiante surpreendeu a brasileira no minuto final, com uma combinação de cruzados. Mesmo com o bom momento da australiana, Cyborg sorria e seguia lançando golpes na direção da adversária. O assalto acabou com uma trocação franca entre as atletas.
O terceiro round teve Cyborg lançando o primeiro ataque, com um chute alto, que parou na guarda da desafiante. A campeã seguia apostando nos chutes altos, mas a australiana defendia as investidas. Depois de um minuto de embate, Blencowe voltou a tocar a brasileira com um direto, mas Cris não se abalava. Perto do minuto final, Arlene apresentava um sangramento constante no supercílio esquerdo. Nos segundos finais, Cyborg voltou a arriscar dois chutes altos, mas os ataques passaram no vazio.
No quarto round, Cris atacou primeiro, com um chute baixo. A australiana tentava responder, mas não encontrava a melhor distância. Mesmo ensanguentava, Arlene levava perigo nos contragolpes. Quase dois minutos passados, Cyborg conseguiu uma bela queda na adversária. Perto do minuto final, a brasileira lançava cotoveladas nas costelas da oponente. Por baixo, Blencowe tentava se proteger como podia. Nos segundos finais, Arlene conseguiu ficar de pé e o embate voltou a ser disputado no centro do cage circular. As atletas ensaiaram uma trocação franca, mas não havia mais tempo.
No round decisivo, Blencowe precisava se recuperar do ‘prejuízo’ nos assaltos anteriores. A australiana lançava jabs e diretos, enquanto Cyborg buscava o melhor momento para atacar. Com dois minutos disputados, a brasileira administrava o resultado e lançava ataques pontuais. Perto do minuto final, Cris balançou a adversária com um chute limpo no queixo. A australiana seguia surpreendendo pela resistência e caminhava em direção à campeã. Nos segundos finais, a australiana chamou a brasileira para a trocação franca. Cris sorriu e topou o desafio. As lutadoras levantavam o público com ataques no centro do cage circular.
CARD PRINCIPAL
Peso pena (até 65,7kg.): Cris Cyborg derrotou Arlene Blencowe na decisão unânime dos juízes (49-45, 49-45, 49-45) – Luta pelo cinturão
Peso galo (até 61,2kg.): Raufeon Stots derrotou Juan Archuleta por nocaute técnico a 16seg. do R3 – Luta pelo cinturão interino
Peso mosca (até 56,7kg.): Justine Kish derrotou Ilima-Lei Macfarlane na decisão unânime dos juízes (29-28, 30-27, 29-28)
Peso galo (até 61,2kg.): Patchy Mix derrotou Kyoji Horiguchi na decisão unânime dos juízes (48-47, 48-47, 48-47)
Peso leve (até 70,3kg.): Yancy Medeiros derrotou Emmanuel Sanchez na decisão unânime dos juízes (30-27, 29-28, 30-27)
CARD PRELIMINAR
Peso meio-médio (até 77kg.): Goiti Yamauchi finalizou Levan Chokheli com uma chave de braço a 3m49s do R1
Peso leve (até 70,3kg.): Bobby King derrotou Keoni Diggs na decisão dividida dos juízes (29-28, 30-27, 28-29)
Peso pena (até 65,7kg.): Dayana Silva derrotou Janay Harding na decisão unânime dos juízes (30-27, 30-27, 30-27)
Peso pena (até 65,7kg.): Justin Gonzales derrotou Kai Kamaka III na decisão dividida dos juízes (29-28, 30-27, 29-28)
Peso leve (até 70,3kg.): Lance Gibson Jr. derrotou Nainoa Dung na decisão unânime dos juízes (30-26, 30-25, 30-25)