Neste sábado (19), o UFC volta a promover evento em Londres, na Inglaterra. E, para além de Tom Aspinall, que faz a luta principal contra Alexander Volkov, outros lutadores locais estarão competindo na ação – incluindo a promessa Paddy Pimblett, que enfrenta Rodrigo Vargas no card principal.
Cercado de expectativas, o inglês é apontado, por muitos, como o ‘Novo McGregor’ por seu estilo agressivo e controverso. Agora, a equipe do SUPER LUTAS mostra os detalhes da comparação com o ‘Notório’, além de revelar curiosidades sobre a carreira da promessa em busca ao estrelato no Ultimate.
O MMA pode entrar na vida de um lutador das mais diversas maneiras. Seja por necessidade, influência ou, até mesmo, vontade própria. E, para Pimblett, o último motivo foi predominante para seu início na modalidade. Ainda quando adolescente, o inglês revelou que não gostaria de seguir nos estudos.
Assim que começou a praticar as artes marciais, decidiu por abandonar qualquer outro objetivo profissional para se dedicar integralmente em seu sucesso profissional no esporte. Ele conta, inclusive, que não encontrou um emprego e sequer tentou seguir os estudos em uma faculdade em busca de seu grande sonho.
“Assim quando eu saí da escola, comecei a treinar em tempo integral, mas quando pensei em faculdade, vi que não era pra mim. Eu não fiquei feliz por isso, mas soube que não tinha um emprego, então me dediquei 100% (ao MMA). Era meu trabalho, eu sei fazer isso”, detalhou Pimblett.
Paddy já declarou que gosta e se inspira em McGregor com seu estilo irreverente e base pouco ortodoxa. Questionado sobre as comparações, o lutador fez questão de destacar que considera seu ídolo como o ‘maior nome que o esporte já viu’. Ele, inclusive, almeja se tornar uma lenda no UFC e seguir os passos do ‘Notório’.
“Eu tenho personalidade e posso confirmar isso. É uma honra ser comparado com o maior nome que esse esporte já viu. Nós dois passamos por situações semelhantes. Ele é irlandês, eu sou inglês. E eu sei que vou me tornar uma grande lenda do UFC”, disse o inglês em entrevista à ‘BBC’ antes de estreia no UFC.
O caminho, inclusive, foi parecido com o irlandês, já que, em apenas um ano de carreira, ele assinou contrato com o ‘Cage Warriors’ após início promissor com três nocautes em solos ingleses.
Na organização, Pimblett fez três lutas a mais que Conor e, em sua trajetória, também conseguiu se tornar campeão da organização. Ao todo, foram oito lutas até o cinturão, com sete vitórias e apenas uma derrota. A grande consagração aconteceu em setembro de 2016, quando o inglês passou pelo francês Johnny Frachey, com domínio completo no grappling, ainda no primeiro round.
Assinar contrato com o UFC é ‘alvo de desejo’ de boa parte dos atletas profissional de MMA. Engana-se, no entanto, quem pensa que com Pimblett isso aconteceu. Quando se tornou campeão do Cage Warriors, o inglês optou por renovar contrato com sua antiga organização e não fez questão de fechar com a franquia de Dana White.
Ele contou, na ocasião, que a remuneração oferecida era menor do que a recebida e, por isso, não faria sentido aceitá-la. Na época, Pimblett tinha apenas 21 anos e um cartel de 11 vitórias em 12 lutas.
“O UFC veio com uma oferta depois que eu ganhei o cinturão, mas eu teria sido um idiota se recusasse a oferta que o Cage Warriors me deu. Eu jantei com Graham Boylan (dono do Cage Warriors) em Londres depois que ganhei o título, e houve algumas ofertas, mas escolhemos a que era melhor para nós. Cage Warriors era melhor em dinheiro, então eu teria sido estúpido em dizer não”, relembrou.
Em setembro de 2021, Paddy Pimblett teve sua estreia repleta de expectativas e conseguiu superá-la. Já no card principal do UFC Vegas 36, o inglês mostrou que tem potencial para chegar longe na organização e, contra Luigi Vendramini, conseguiu se recuperar de ‘blitz’ inicial.
Ele chegou a balançar com os golpes do brasileiro, mas com retorno triunfal, mostrou grande qualidade na trocação para vencer por nocaute ainda no primeiro round do duelo.
Paddy é, sem dúvidas, uma figura que chama a atenção. Com cabelos loiros e jogados ao lado ao melhor estilo ‘boy band’ inglês, sua personalidade em entrevistas também atrai aos olhares dos fãs pela sinceridade. Irreverente, ele aparece com frequência em eventos no Ultimate e coleciona seguidores em suas redes sociais, que somadas (em Instagram, Twitter e YouTube), chegam em 300 mil, apesar de apenas uma luta no Ultimate.
Além disso, já no canal oficial do UFC no ‘YouTube’, o vídeo de apresentação de Pimblett, divulgado antes de sua estreia, chegou a 8 milhões de visualizações, com reações das mais diversas, que evidenciam a rápida popularidade do atleta, bem como o bom trabalho feito nas mídias sociais.
A grande comparação com Conor McGregor, aliás, também se dá pela facilidade na comunicação e promoção para novas lutas. O jeito polêmico chamou a atenção na semana de sua próxima luta, por se envolver em uma confusão com Ilir Topuria, em que os dois lutadores chegaram ‘às vias de fato’ e precisaram ser separados por pessoas no local.
Não há como negar que o futuro de Paddy Pimblett pode ser brilhante e, sim, chegar ao mais alto nível, rumo ao seu principal objetivo de se tornar uma lenda do UFC. Porém, o inglês sabe que ainda existe um trabalho pela frente e precisa passar por Rodrigo Vargas, no UFC Londres, para confirmar seu status de uma das grandes promessas da organização na atualidade.
Profissional desde 2012, ‘The Buddy’, de 27 anos, conta com um retrospecto de 17 triunfos e três reveses. Ele ainda coleciona seis nocautes e sete finalizações em sua carreira profissional.