Antiga promessa brasileira no peso leve (até 70,3kg.) do Ultimate, Davi Ramos não faz mais parte da organização. Após tornar pública sua insatisfação com a companhia e pedir para ser dispensado, o lutador falou com exclusividade ao SUPER LUTAS sobre os problemas que provocaram o rompimento. Sincero, a lenda do jiu-jitsu desabafou sobre os ‘desencontros’ responsáveis pelo corte.
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Nome de peso do Brasil no grupo, hoje, liderado por Charles do Bronx, Ramos deixou o Ultimate após cinco anos na empresa e sete lutas disputadas. Pela organização, o combatente venceu quatro confrontos e foi superado em três.
Afinal, por que deixar o UFC?
Para muitos, o UFC é o ponto mais alto que um lutador de MMA profissional pode chegar em sua carreira. Davi, no entanto, acabou não gozando de todo o ‘glamour’ que gira em torno da companhia. Na intenção de esclarecer os motivos que levaram ao rompimento, o carioca não se esquivou e expôs sua versão do caso.
“Desde a minha última luta, contra o Arman Tsarukyan (julho de 2020), meu contrato acabou. A gente tentou renegociar o contrato, porque eu já queria lutar logo. Falei com meus empresários, porque, desde que eu assinei (com o UFC), foi muito difícil encontrar lutador para me enfrentar. Lógico, pelo histórico de jiu-jitsu que eu venho, acaba sendo um pouco mais difícil. Mas eu queria lutar. Eu acabava tendo as lutas um pouco mais distantes. O próprio Sean Shelby (responsável por confirmar os confrontos na companhia) falou: ‘não vou cortá-lo agora. Prefiro que ele fique no plantel do UFC fazendo testes e tudo mais. Ainda pretendo usá-lo’. Meu empresário falou: ‘Davi, ou a gente espera, ou a gente busca outro evento para lutar’. Você prefere lutar na Champions League ou no Campeonato Brasileiro? Eu prefiro lutar na Champions League. Então, falei que esperaria. (…) Eu falei com eles que não luto pelo dinheiro. O dinheiro do UFC não vai me deixar rico, principalmente agora no início. Tenho sete lutas no UFC. O que vai me deixar rico é chegar no cinturão e me tornar campeão”, explicou o brasileiro.
Espera, espera, e nada
Após, junto aos seus representantes, aceitar seguir como representante do UFC, Davi voltou a se decepcionar. Mesmo disposto a ‘vestir a camisa’ da empresa, o lutador revelou que as oportunidades seguiam escassas. A falta de adversários, inclusive, levou o brasileiro a tentar uma nova estratégia, se oferecendo para atuar em outras divisões de peso.
“Fui esperando, pedindo luta. Foi caindo luta e tentavam colocar lutas para mim, dentro da minha categoria (leves). Falei: ‘se cair luta, eu me apresento nos 77kg. (meio-médios). Caía luta nos 77kg. e falavam que já tinham conseguido um atleta (substituto). Eu falei: ‘vê se não tem um 84kg. (peso médio) que caiu. Eu luto com esse cara mesmo’. Eu precisava lutar. Já estava passando um ano sem lutar. Hoje, eu tenho 35 anos. Tenho mais cinco anos de carreira, no máximo. Hoje, estou no meu auge. Preciso lutar agora. Não tenho mais tempo para esperar. (…) Entraram em contato com Dana White, Sean Shelby e todos eles falaram que me colocariam para lutar e, nisso, nunca chegávamos em um comum acordo. Eu fui sete vezes campeão mundial (no jiu-jitsu). Tenho meu próprio nome. Não dependo do nome de ninguém para chegar em lugar nenhum. Fui, sinceramente, mal utilizado. Poderia ser muito mais bem utilizado”, garantiu.
Histórico do lutador
Aos 35 anos, Davi Ramos deixa o Ultimate com um histórico de sete lutas. O lutador, que representou a companhia entre 2017 e 2022 deixa a organização com quatro triunfos e três tropeços.
Profissional no MMA desde 2010, o brasileiro soma 14 apresentações na modalidade. Ao todo, o cariota tem 10 triunfos e quatro reveses.