Do topo à queda: relembre lutadores brasileiros que brilharam no UFC, mas não conquistaram um cinturão

Em conteúdo especial, SUPER LUTAS recorda heróis que se aproximaram de títulos mundiais no Ultimate, mas acabaram tendo o sonho frustrado

R. Jacaré (esq.), M. Moraes (centro) e C. Gadelha nunca vestiram um cinturão do UFC. Foto: Montagem SUPER LUTAS

Responsável direto por apresentar aos fãs de MMA grandes representantes na modalidade, o Brasil segue relevante nas maiores organizações do mundo. No esporte em que perder e ganhar caminham lado a lado, existem casos em que um talento individual assume o estrelato e certo protagonismo, mas, por determinada circunstância, acaba por não se traduzir no sonho maior: o cinturão.

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Amanda Ribas lluta no UFC Vegas 82. (Foto: Reprodução/Instagram)

Nomes como Anderson Silva, José Aldo e Amanda Nunes – entre outros -, escreveram seus nomes a sangue para elevar o nome de seu país em uma das competições mais prestigiadas no mundo. No entanto, há aqueles ídolos que, por vezes estiveram muito perto do ‘ouro’, mas por algum motivo, deixaram de eternizar seus nomes como campeões.

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Nesta matéria especial, a equipe do SUPER LUTAS se dedica a lembrar grandes estrelas brasileiras do UFC que não chegaram a assumir o topo absoluto em suas divisões. Os atletas, no entanto, por vezes brilharam e emocionaram não só os fãs tupiniquins, mas grande parte da comunidade das artes marciais mistas.

Marlon Moares

Marlon (esq.) vence Rivera (dir.) na luta principal do UFC Utica. Foto: Reprodução / Twitter UFC

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Famoso por sua trocação de excelência, Marlon Moraes chegou ao UFC com um cinturão dos galos do extinto e consagrado WSOF (World Series of Fighting) no currículo. Agressivo, contundente, o atleta venceu e convenceu nos seis triunfos que teve pela companhia. Um dos atropelos, inclusive, foi imposto sobre o atual campeão linear da divisão até 61,2kg., Aljamain Sterling, em 2017.

As boas performances do friburguense fizeram com que o brasileiro chegasse à disputa do título da divisão em 2019, quando encarou Henry Cejudo, pelo trono, então vago, do grupo. Moraes acabou sucumbindo ao talento do norte-americano e se afastou do sonho de assumir o topo absoluto da categoria. Após a derrota para ‘Triplo C’, Marlon disputou cinco confrontos, vencendo apenas o desafio contra José Aldo. Na sequência, o tupiniquim de 33 anos amargou quatro reveses em sequência e, hoje, vive a incerteza se seguirá na organização.

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Demian Maia

D. Maia finaliza no UFC Fortaleza. Foto: Reprodução/Instagram @ufcbrasil

Referência na transição do jiu-jitsu para o MMA, Demian Maia está marcado como um dos xodós brasileiros dentro do UFC. Com estilo bem definido e, por vezes, inabalável, o paulista conseguiu provar que, mesmo com a evolução do esporte e consequente aumento do nível dos rivais, a ‘arte suave’ poderia resolver.

Com 33 lutas disputadas no UFC, Maia ‘bateu na trave’ por duas vezes em confrontos por cinturões do Ultimate. Em sua primeira tentativa, realizada em 2010, o combatente parou em Anderson Silva, o confronto pelo topo dos médios (até 83,9kg.). Mesmo com o plano frustrado por ‘Spider’, Demian seguiu competindo em alto nível e, em 2017, enfrentou Tyron Woodley pelo trono dos meio-médios (até 77kg.). Novamente, o brasileiro não teve sucesso e foi superado por pontos. A trajetória do paulista no Ultimate chegou ao fim em junho de 2021, quando o já veterano foi batido por Belal Muhammad, atingindo a marca de duas derrotas consecutiva. Mesmo sem ser ‘coroado’ na organização, Demian, hoje, é o terceiro atleta com mais vitórias na história do Ultimate, com 22.

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Ronaldo Jacaré

R. Jacaré deu adeus ao MMA em 2021. Foto: Reprodução/Instagram @ronaldojacare

Assim como Demian Maia, Ronaldo Jacaré foi um dos destaques ao levar o jiu-jitsu para as artes marciais mistas. O capixaba, no entanto, conseguiu ir além, no que diz respeito à versatilidade em seu estilo. Ex-campeão dos médios no Strikeforce, o brasileiro foi contratado para ampliar a concorrência que, por anos, foi dominada por Anderson Silva. Em seu início no UFC, o multicampeão mundial na ‘arte suave’ foi implacável, vencendo suas cinco lutas iniciais.

Ciente de que estava pronto para disputar o cinturão do Ultimate, Ronaldo acabou se afastando momentaneamente do sonho quando foi superado Yoel Romero em batalha equilibrada. O capixaba, porém, conseguiu se recuperar e voltou a ver o título mais de perto após dois triunfos consecutivos – um deles sobre Vitor Belfort. Novamente perto de atuar pelo trono do grupo, o brasileiro não conseguiu passar por Robert Whittaker, sendo nocauteado por aquele que se tornaria o campeão da divisão na sequência. O sonho do tupiniquim chegou ao fim após o tropeço contra Jack Hermansson, em 2019. Antes do embate, o presidente do Ultimate, Dana White, havia assegurado que, em caso de resultado positivo, o lutador seria o próximo desafiante. A trajetória do já veterano no UFC acabou em 2021, após perder para André Sergipano e atingir a marca de quatro reveses seguidos.

John Lineker

J. Lineker se despediu do UFC em 2019. Foto: Reprodução / Facebook @ufc

Com apelido de ‘Mãos de Pedra’, nem as falhas nos cortes de peso impediram que John Lineker fosse um nome temido no peso galo da organização. ‘Impiedoso’ com os adversários, o paranaense venceu 12 das 16 lutas disputadas em quase sete anos de organização. Carrasco de nomes como Rob Font e Marlon Vera, o brasileiro esteve perto de uma disputa de título, quando figurou em quarto lugar na categoria.

O atleta se afastou do sonho de se tornar campeão no UFC após uma derrota para Cory Sandhagen, em 2019, em embate marcado pelo equilíbrio. Meses depois, o atleta deu início a uma crise com a empresa, reclamando da falta de desafios para seguir sua trajetória rumo ao topo absoluto do grupo. Após a reclamação, Lineker, de 31 anos, acabou dispensado pela companhia e, a pouco mais de dois anos, brilha no ONE FC, empresa da qual é campeão dos galos desde março de 2022.

Claudinha Gadelha

C. Gadelha em vitória no UFC. Foto: Reprodução/Instagram @ufc_brasil

Uma das principais lutadoras brasileiras na história, Claudia Gadelha teve um início de sucesso no UFC e estava invicta na carreira até encontrar com Joanna Jedrzejczyk. E, em luta que aconteceu em dezembro de 2014, a mossoroense acabou derrotada na decisão dividida e ficou com gosto de ‘quero mais’. Cerca de dois anos depois, já com a polonesa como campeã, ela teve a aguardada chance de se vingar, agora pelo cinturão das palhas (até 52,1kg.), mas ‘bateu na trave’ em batalha de cinco rounds que recebeu o prêmio de ‘Luta da Noite’.

Conhecida por sua grande resistência e pioneira do MMA feminino no Brasil, a atleta viveu altos e baixos no Ultimate, mas não emplacou uma nova sequência que a impulsionasse por outra oportunidade de conquistar o título. Em dezembro de 2021, Gadelha anunciou sua aposentadoria precoce no esporte e, aos 33 anos, confessou ter sofrido uma lesão rara no cérebro que a fez antecipar sua decisão. Ela, agora, atua como ‘Diretora de Desenvolvimento de Atletas’ da organização no Brasil.

Rousimar Toquinho

Toquinho (foto) se destacou na divisão dos médios do UFC. Foto: Divulgação/UFC

O caso de Rousimar Toquinho foi ainda mais delicado pelo período do ‘céu ao inferno’ em 2012 a 2015. Com forte jogo no jiu-jitsu, o mineiro era visto, por muitos, como um lutador que poderia destronar a lenda dos médios (até 83,9kg.) Anderson Silva e chegou perto da oportunidade pelo cinturão depois de uma sequência de seis vitórias em sete lutas. Porém, ele sofreu um nocaute para Alan Belcher e teve seu grande sonho interrompido.

A derrota mexeu com a expectativa do brasileiro, que sentiu o ‘sabor amargo’ de outro revés, desta vez contra Hector Lombard. Em seguida, ele recebeu uma suspensão de nove meses após testar positivo para testosterona e, em sua luta de retorno, pisou pela última vez no Ultimate por ‘segurar demais’ uma chave de calcanhar diante de Mike Pierce, já que não teria sido acusado apenas em uma oportunidade.

Depois do polêmico histórico, ele acabou demitido da empresa e, posteriormente, alcançou o cinturão do extinto WSOF (World Series of Fighting), mas voltou a ser suspenso e perdeu o cinturão da categoria pela mesma polêmica com uma kimura em Jake Shields.

Pedro Munhoz

P. Munhoz (foto) antes de luta do Ultimate. Foto: Reprodução/Instagram

Ex-campeão dos galos (até 61,2kg.) no RFA (atual Legacy Fighting Aliance), Pedro Munhoz parecia pronto para competir no UFC e tinha o potencial de disputar o título da divisão. E a oportunidade esteve próxima de acontecer em 2019, quando o paulista emplacou uma série de três vitórias, incluindo nocaute no primeiro round contra Cody Garbrandt. Na ocasião, ele chegou a ficar em terceiro colocado no ranking da divisão, mas sofreu um ‘balde de água fria’ na derrota sobre Aljamain Sterling – que posteriormente disputou o cinturão e, atualmente, detém o título da organização.

Com o revés, ‘Pedrinho’ sequer chegou perto de outra chance e, desde então, perdeu três de suas últimas quatro apresentações na carreira. Ainda assim, o brasileiro ainda segue na nona divisão do ranking e precisa de uma ‘reviravolta’ para ter a grande chance de realizar seu sonho.

Raphael Assunção

R. Assunção emplacou 11 vitórias em 12 lutas. Foto: Reprodução / Facebook @ufc

Raphael Assunção sempre foi visto como um dos principais nomes da divisão nos galos (até 61,2kg.) e pode, inclusive, entrar na seleta lista de ‘injustiçados’ por nunca ter disputado o cinturão. Afinal, em seu melhor momento que durou de 2011 a 2019, o recifense emplacou 11 triunfos em 12 lutas e, ainda assim, não conseguiu a disputa. Na trajetória, inclusive, ele superou nomes como TJ Dillashaw, Pedro Munhoz, Marlon Moraes e Rob Font, além do atual campeão Aljamain Sterling.

Atualmente, o momento é de quatro reveses seguidos, incluindo dois pesados nocautes contra Cody Garbrandt e Ricky Simon. Ele abre o ranking da categoria, mas tem uma longa caminhada caso queira um title shot.

Jussier Formiga

J. Formiga não chegou a disputar o cinturão do UFC. Foto: Instagram / UFC

Outro grande nome que brilhou no Ultimate e não chegou ao título foi Jussier Formiga. Depois de estourar em eventos brasileiros como destaque nos moscas (até 56,7kg.), o potiguar teve a ‘sensação do quase’ em duas oportunidades distintas, que aconteceram em 2015 e 2019. Na primeira, o brasileiro emplacou três triunfos seguidos e precisava passar por Henry Cejudo para ganhar a chance pelo ‘ouro’. Na ocasião, a luta foi apertada e ele acabou superado em decisão dividida dos juízes. Quatro anos depois, em situação semelhante, também teve um revés para Joseph Benavidez e viu seus planos serem frustrados.

O resultado negativo culminou em uma queda de produção de Formiga, que lidou com problemas no corte de peso e foi cortado da franquia por outras duas derrotas. Ele, no entanto, se recuperou da pior fase de sua carreira com um mata-leão sobre Felipe Bunes, em luta que marcou sua estreia no LFA, que aconteceu em fevereiro deste ano.

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