O Dia Internacional da Mulher é comemorado nesta terça-feira, 8 de março. E a equipe do SUPER LUTAS não poderia deixar de prestar uma homenagem às lutadoras, que ajudam a manter o MMA competitivo. Com isso, confira histórias de superação e marcas importantes construídas por mulheres no esporte.
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Assim como boa parte dos esportes de combate, as artes marciais mistas foram, historicamente, relacionadas aos homens e havia certa resistência em competições femininas no passado. No entanto, vários índices sugerem que o envolvimento das mulheres com o MMA está crescendo. O esporte evoluiu e, na atualidade, elas também se destacam nos principais eventos das maiores promoções do mundo.
Primeira luta feminina de MMA
A judoca olímpica russa Svetlana Goundarenko é considerada a primeira mulher lutadora de MMA. Na franquia Ladies Legend Pro Wrestling (LLPW), ela participou – e venceu – o primeiro grande evento de artes marciais mistas, realizado em julho de 1998, tirando proveito de sua ampla vantagem de tamanho.
O evento, na ocasião, mesclava lutadoras de diversas modalidades para construir o card. E, por isso, a russa chegou a bater atletas oriundas do muay thai, karatê e, assim como ela, judô.
MMA feminino nos grandes eventos
A história começou a ser construída, de fato, no dia 8 de dezembro de 2006. Na ocasião, o extinto evento de MMA, Strikeforce, promoveu sua primeira luta de MMA feminino no quarto card de sua existência. E, naquela época, a ex-lutadora e precursora Gina Carano derrotou Elaina Maxwell por decisão unânime.
Com base no kickboxing, Carano fez uma transição com sucesso ao MMA e foi um dos principais nomes que ajudaram a construir a participação feminina nos principais esportes. Ela ajudou as lutadoras a ganharem credibilidade enquanto lutavam pelo Strikeforce e EliteXC. Além disso, pensando em ‘ampliar os horizontes’ das artes marciais, Gina decidiu por se aventurar nos cinemas, tendo sucesso nas famigeradas produções de Hollywood.
Promoção feminina de lutas
Em 2012, uma revolução marcou o mundo das lutas, nas mãos de Shannon Knapp, uma empresária que havia atuado em participações efetivas do Strikeforce. Revolucionária, ela ajudou a criar a promoção feminina ‘Invicta FC’, com o objetivo de fornecer um lar para as lutadoras de elite do esporte.
O ‘Invicta FC’ é visto, até os dias atuais, como um dos grandes celeiros de formação de novas atletas às competições. Quatro das principais lutadoras da atualidade – Amanda Nunes, Cris Cyborg, Rose Namajunas e Kayla Harrison -, que são campeãs das mais diversas organizações, já fizeram apresentações no evento.
Superação do preconceito
A trajetória pela notoriedade como grandes atletas, por muitas vezes, acabou ‘escanteada’ por preconceitos relacionados a imagens visuais e objetificações sexuais. A igualdade de gênero, principalmente em esportes de combate, sempre foi uma realidade distante.
Não à toa, em janeiro de 2011, o presidente do UFC, Dana White, declarou que as mulheres nunca lutariam no UFC. E, apesar de haver comprado Strikeforce, que já promovia o MMA feminino, o mandatário fazia questão de deixá-lo à par das competições do Ultimate.
Mas tudo mudou com o ‘fenômeno’ Ronda Rousey. Ex-medalhista olímpica, a norte-americana chamou a atenção no Strikeforce pelo estilo de jogo e facilidade em controlar e finalizar suas aversárias. Ela, portanto, atraiu aos olhares de Dana, que admitiu, em novembro de 2012, contratá-la.
Ronda fez história ao se tornar a primeira campeã peso galo (até 61,2kg.) da organização e, em 23 de fevereiro de 2013, bateu Liz Carmouche na primeira luta de MMA feminina da história da maior organização das artes marciais no mundo. Em sua carreira, ela somou um cartel de 12 resultados positivos e dois negativos, além de defender seis vezes seu título. Hoje, ela ocupa um lugar no ‘Hall da Fama’, entre os maiores nomes do esporte em todos os tempos.
Marcas importantes
Com a participação cada vez mais ativa das mulheres, o Ultimate passou a promover, com frequência, lutas femininas nos cards principais do evento. E isso, inclusive, contribuiu para que fossem criadas novas categorias – dos palhas (até 52,1kg.), moscas (até 56,7kg.) e penas (até 65,7kg.), que tiveram Carla Esparza, Nicco Montano e Cris Cyborg, respectivamente, como as primeiras campeãs lineares.
Apesar de ainda representarem um menor número de atletas, as mulheres concorrem na igualdade, também, em alguns recordes no Ultimate. Para se ter uma noção, o UFC 190 – que marcou o primeiro evento com luta principal feminina da organização no Brasil – chegou a vencer cerca de 900 mil pacotes de pay per views, entrando no top 10 de todos os tempos naquele instante.
Em relatórios fornecidos pelo UFC, é possível observar um aumento no número de lutas femininas promovidas pela organização. Para se ter uma noção, foram apenas 16 no primeiro ano de MMA, enquanto que, em 2020 – apesar do ano de pandemia que dificultou as realizações de eventos, foram 81 combates.
Brasileiras no topo
Na atualidade, o Brasil conta com três brasileiras no topo do mundo. Primeira representante tupiniquim, Amanda Nunes não só é campeã das penas (até 65,7kg.) do UFC, como também lidera, com frequência, as discussões de ‘GOAT’ – termo utilizado para definir a melhor lutadora da história – por ter 12 vitórias, além de já ter defendido o cinturão dos galos (até 61,2kg.) em sete oportunidades.
Detentora do cinturão das penas (até 65,7kg.) do Bellator, Cris Cyborg é um exemplo de pioneirismo e longevidade no esporte. Profissional desde 2005, a brasileira foi a campeã inaugural de três das principais organizações do mundo – UFC, Strikeforce e Invicta FC – e ainda ficou 13 anos sem saber o que era perder, marca que representa a maior sequência do MMA feminino.
Representante da Paraná Vale Tudo (PRVT), Jéssica Delboni fez história no Invicta FC, em janeiro de 2022, ao se tornar campeã da divisão das átomos (até 48kg.) do Invicta FC. Ela dominou e bateu Alesha Zappitella na decisão unânime dos juízes e também é reconhecida como uma das maiores realidades das artes marciais na atualidade.
Além disso, no UFC, existe a oportunidade de ‘domínio completo’ nas divisões, visto que a catarinense Taila Santos mede forças contra Valentina Shevchenko pelo cinturão das moscas (até 56,7kg.), no UFC 275 do dia 11 de junho. Da mesma forma, Marina Rodriguez vive sequência de quatro triunfos seguidos e aguarda pela vencedora de Rose Namajunas e Carla Esparza pela chance de deter o título dos palhas (até 52,1kg.).
Parabéns, mulheres!
O caminho não é fácil rumo ao desejo de chegar onde se pretende, mas o que se falta, agora, é oportunidade. E que, cada vez mais, haja respeito para que, consequentemente, as lutadoras também tenham remunerações e oportunidades igualitárias. E, sim, é possível. Parabéns, mulheres!
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