Bobby Green sempre foi um exemplo de coragem e ‘duro na queda’ em suas apresentações na organização. E, apesar de apenas duas semanas desde seu último combate, o norte-americano estará de volta ao octógono do UFC Vegas 49 do próximo sábado (26) com a missão de frear o ‘hype’ de Islam Makhachev. Mas vai além. Fora do cage, o lutador precisou superar adversidades para que pudesse chegar ao protagonismo do Ultimate.
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Disposto a entrar na divisão dos leves (até 70,3kg.), Green ‘caiu de paraquedas’ no combate contra Makhachev. O norte-americano entra no protagonismo da noite para substituir Beneil Dariush, que deixou o evento após lesionar a fíbula, osso situado na perna.
Coincidentemente, a apresentação mais recente aconteceu no dia 12 de fevereiro, em combate válido pelo UFC 271. Na ocasião, Bobby conseguiu superar Nasrat Haqparast após domínio em três rounds no evento.
Infância difícil
Nascido e criado em San Bernadino, na Califórnia, Bobby Green veio de uma educação difícil, em que não teve uma grande presença paterna e materna em sua infância. Seu pai precisava trabalhar e tinha pouco tempo de voltar para a casa, enquanto sua mãe lidou com problemas de vícios em drogas. Ele e seu irmão, Mitchell Davis Jr., foram criados por sua avó, sob violência local.
“Houve muita violência. As pessoas eram mortas o tempo todo. As pessoas estão por toda parte, deitadas no chão dormindo, é nas favelas, nesses lugares escuros. É uma cidade morta. Meu pai estava nas ruas e minha mãe estava drogada. Quando você fica viciado nesse tipo de coisa, é isso. Isso é tudo que você sabe e tudo que você faz”, relembrou Green, em entrevista ao ‘Knup Sports’.
Bobby viu mais do que deveria quando criança. Ele cresceu com a presença de gangues e tráfico de drogas, além de passar por dificuldades financeiras na dolorosa infância. Aos 14 anos, Green também perdeu sua avó e foi obrigado a se separar de seu irmão. Ele acabou acolhido por outra família e começou sua trajetória nos esportes de combate.
Começo no esporte e passado vitorioso no Wrestling
Para superar Islam Makhachev, Bobby Green terá que relembrar os tempos de escola. Afinal, ainda quando jovem, ele chegou a ser campeão nos torneios de ‘high school’, além de competir no campeonato estadual, em Fontana, Califórnia (EUA). É um dos grandes trunfos para ‘chocar o mundo’ como azarão.
Com o sucesso nas competições, Green optou por seguir com uma carreira profissional nas artes marciais mistas ainda jovem, enquanto conciliava com trabalho braçal no armazém para sustento de seu primeiro filho.
“Depois de fazer wrestling [no ensino médio], tive um filho e tive que fazer um trabalho paralelo para apoiar todo mundo. Não tive tempo para treinar muito, mas tudo meio que decolou e pensei que realmente precisava. Você pode ganhar de US$ 10.000 a US$ 20.000 em 15 minutos”, disse Green, em entrevista no passado.
Tragédia que abalou
Em 2014, uma tragédia assolou a vida de Bobby Green. Ainda em seu início de trajetória no Ultimate, o norte-americano estava com duas vitórias seguidas e vinha realizando seus sonhos na organização, quando recebeu a notícia de que seu irmão, Mitchell, – grande inspiração em sua carreira – havia sido baleado e morto no dia 31 de maio perto de sua casa, em San Bernardino.
Outros três outros homens – dois tios de Green e um primo – foram baleados, mas sobreviveram. O pai do lutador também estava no grupo, mas evitou o jato de balas. Bobby ainda cita o caso como a maior ‘dor’ de sua carreira.
Pode não ser fácil quedar…
Experiente, o peso leve (até 70,3kg.) conta com um cartel de 29 vitórias, 12 derrotas e um empate em sua trajetória. Engana-se quem pensa, inclusive, que será um ponto fácil para que Islam Makhachev coloque a luta pra baixo. Segundo dados fornecidos pelo UFC, o norte-americano tem 73% nas defesas de quedas.
Depois de assinar com a organização desde 2013, Bobby Green nunca foi finalizado e não sabe o que é dar os ‘três tapas’ desde dezembro de 2009, contra David Mitchell, com uma chave de dedo.
Chance de ‘chocar o mundo’
Aos 35 anos, Green pode ‘chocar o mundo’ no evento. Diante de Islam, o norte-americano terá a oportunidade de chegar à terceira vitória consecutiva. Caso supere o russo, ele também poderá dar um salto importante na divisão dos leves. O embate acontece em peso casado (até 72,6kg.).
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