Para os que amam disputas de cinturão, acompanhe este especial até o fim. Em homenagem ao UFC 270, que promove, neste sábado (22), a luta histórica entre Francis Ngannou e Ciryl Gane pela unificação do título dos pesados (até 120,2kg.), perguntamos: quando o Ultimate escalou atletas em seus auges, com sequências invictas, para disputas de título?
Neste fim de semana, Ngannou e Gane dividirão o octógono pelo topo absoluto da categoria até 120,2kg. O confronto, no entanto, está cercado de expectativa, pois as estrelas principais do show vivem grande fase nas carreiras e medem forças pela condição de ‘Homem Mais Temido do MMA’.
De um lado, Ngannou, com sua força descomunal e que chegou ao tropo depois de atropelar de forma brutal Stipe Miocic, para muitos o melhor peso pesado de todos os tempos. Do outro, Gane, com carreira curta, mas ascensão meteórica, conhecido por ser estratégico e abusar da técnica.
Cenários como o do UFC 270 não são raros, mas encontrar um confronto específico em que as estrelas principais estivessem com séries invictas e ‘na ponta dos cascos’ pode não ser das tarefas mais fáceis. Assim, a equipe do SUPER LUTAS selecionou seis momentos históricos, em que os protagonistas viviam grande fase, gerando engajamento para os desafios. Confira:
Há mais de 10 anos, os fãs de MMA puderam acompanhar uma luta pelo cinturão dos meio-pesados do Ultimate que entrou para história. No octógono, dois atletas invictos e conhecidos por sua qualidade técnica.
À época, Rashad Evans era o dono do cinturão da divisão. Com estilo agressivo, o norte-americano não sabia o sabor da derrota em 14 compromissos como profissional do MMA.
Temido naquele momento, Evans acabava de conquistar o título ao atropelar Forrest Griffin. O combatente, porém, acabou batendo de frente com Lyoto Machida logo em sua primeira defesa de título.
Contragolpeador e preciso, Machida realizava sua sexta luta com as luvas do Ultimate. O brasileiro assumiu a condição de desafiante depois do massacre contra o compatriota Thiago Silva. Naquele momento, o ‘Dragão’ assumia uma série invicta de 16 lutas, que se estendeu em sua primeira luta de cinturão pelo Ultimate.
Contra Rashad, Lyoto não precisou dos 25 minutos de confronto. No UFC 98, o tupiniquim protagonizou um novo atropelo diante dos espectadores. Com a dura vitória, Machida acabou colocando fim na invencibilidade do adversário.
Considerado por muitos como um dos melhores pesos pesados na história do UFC, Cain Velasquez vivia sua glória no MMA no início dos anos 2010. Completo, o combatente era contundente e não dava chances aos rivais quando se fechava o octógono.
Norte-americano com raízes mexicanas, Cain construiu a maior parte de sua carreira atuando pelo Ultimate. Na empresa, o combatente chegou ao título na vitória histórica sobre Brock Lesnar, em 2010. Invicto no MMA em nove apresentações, o atleta esbarraria em um ‘tal Júnior Cigano’.
Especialista no boxe e fatal com os punhos, Júnior Cigano foi um verdadeiro fenômeno da trocação em seu início dentro do UFC. Com capacidade de atordoar os oponentes com golpes singulares, o brasileiro fez novo confrontos até se credenciar para lutar pelo título, à época de Velasquez.
Para muitos, este confronto marcou um dos maiores ‘casamentos’ de lutas na história da empresa. Nos dois corners, lutadores que nunca haviam perdido pela organização e em seus auges.
Na luta, Velasquez acabou sofrendo uma grande surpresa. Após um início de confronto estudado, o norte-americano sentiu com pouco mais de um minuto a potência do punho do catarinense. Com um overhand limpo na cabeça, Cigano fez Cain desabar e, na sequência, foi declarado como novo campeão da divisão.
Um dos melhores lutadores de MMA de todos os tempos, Anderson Silva dispensa comentários. Lenda do esporte e principal estrela do UFC nos anos 2000, o brasileiro tinha todos os atrativos para ser um grande ídolo na modalidade.
Anderson passou por muitos desafios de peso em sua trajetória no Ultimate, mas foi em 2013 que o paulista, que era o ‘rei dos médios’ (até 83,9kg.) acabou conhecendo um de seus maiores adversários: Chris Weidman.
Pouco conhecido pelos menos fanáticos, Weidman desafiou Silva em 2013. Aquele ano ficaria marcado na memória de milhões de fãs do esporte ao redor do mundo.
Azarão nas casas de apostas, o então jovem chegou para o confronto invicto em 11 lutas profissionais. Para muitos, o atleta não teria os artifícios necessários para bater aquele que, desde 2006, colecionava vítimas no octógono.
Para a surpresa de muitos, Weidman fez história e com um duro nocaute, encerrou uma série invicta de 16 apresentações de ‘Spider’ na companhia. Até hoje, Anderson é o dono da marca e ainda não foi superado.
Neste tópico, não trataremos apenas de dois dos melhores representantes do MMA de todos os tempos, mas, também, de uma das maiores rivalidades no esporte.
Lendas dos meio-pesados (até 93kg.), Jon Jones e Daniel Cormier presentearam aos fãs com uma mega promoção com direito a agressões fora do octógono, ofensas e ameaças. A hora da verdade, então, aconteceu em janeiro de 2015.
Para muitos, Jon Jones é o atleta mais completo que já se apresentou nas regras do MMA. Técnico, com grande forma física e intimidador, o norte-americano era uma unanimidade quando se falava em talento.
Com apenas uma derrota em seu cartel, sendo a mesma por desqualificação, em 2009, ‘Bones’ construiu um legado nos meio-pesados que, hoje, é difícil ser batido. Do único revés até chegar no desafio contra Cormier, Jon disputou 11 lutas, conquistando o cinturão (2011) e passando por nomes como Maurício Shogun, Quinton Jackson, Lyoto Machida, Vitor Belfort, Chael Sonnen e Glover Teixeira.
Do outro lado do octógono estava um atleta olímpico. Famoso por seu wrestling de excelência e com um cinturão do Strikeforce em seu currículo, Cormier chegou invicto ao UFC e logo ‘foi para as cabeças’. Até chegar em Jones, o combatente havia disputado 15 embates, vencendo em todas as oportunidades.
Na luta, realizada em 3 de janeiro de 2015, os atletas supriram as expectativas dos fãs. Agressivos e buscando a vitória a todo custo, os lutadores mediram forças por 25 minutos. Ao fim de cinco rounds, Jon foi declarado vencedor na decisão unânime dos juízes.
Os fãs brasileiros de MMA dificilmente se esquecem do fatídico 12 de dezembro de 2015. Na expectativa para o UFC 194, os espectadores se reuniram para acompanhar o aguardado acerto de contas entre José Aldo e Conor McGregor.
O brasileiro, considerado por muitos como o melhor peso pena (até 65,7kg.) da história, subia no octógono para calar o provocador irlandês, que traçava uma trajetória impecável dentro do Ultimate. Aldo já era uma estrela consolidada na organização e se preparava para mais uma defesa do seu trono, assumido em 2011.
A luta marcava o encontro entre José, campeão linear, e McGregor, dono do título interino. Assim como acontece com Francis Ngannou e Ciryl Gane neste fim de semana, o embate definiria o líder absoluto do grupo.
Atleta completo, Aldo chegava para o confronto com uma sequência de quase 20 triunfos consecutivos e invicto no Ultimate. Carrasco de nomes como Frankie Edgar, Chad Mendes e Uriah Faber, o ‘Campeão do Povo’ acabou não suportando a precisão do ‘Notório’.
Lenda do esporte, Conor daria, contra Aldo, o pontapé inicial para atingir um estrelato que dificilmente será batido no MMA, no que diz respeito às finanças. Àquela época, o irlandês havia batido seis rivais em sequência e, já com moral, conseguiu o direito de desafiar o manauara.
No confronto, pouco a dizer. McGregor acabou chocando o mundo e nocauteando o brasileiro em apenas 13 segundos com um golpe singular.
De 2015, saltaremos para 2020, quando o peso médio voltou a entregar aos fãs uma grande rivalidade e, novamente, envolvendo um brasileiro.
Então invicto em sua carreira nas artes marciais mistas, Israel Adesanya vem construindo seu legado na categoria que, por anos, foi de seu ídolo, Anderson Silva. Técnico, versátil e estratégico, o nigeriano chegou ao topo absoluto do grupo quando superou Robert Whittaker, em 2019.
Correndo por fora estava um brasileiro que massacrava os adversários no octógono. Paulo Borrachinha, com sua contundência e resistência, chegou a uma luta pelo cinturão após cinco vitórias consecutivas no Ultimate e 13 na carreira. Antes de dividir o octógono com Israel, o mineiro havia passado por uma verdadeira batalha contra Yoel Romero.
Para atrair a atenção de Adesanya, Borrachinha usou de diversos artifícios, como ironizar a forma física do campeão do grupo. Atenção conquistada, Israel entendeu que era hora de encarar o tupiniquim e o duelo aconteceu em setembro de 2020, na ‘Ilha da Luta’.
Os fãs de Borrachinha acabaram não vendo uma grande atuação do ídolo. Paulo não conseguiu repetir as boas atuações que o levaram à condição de desafiante e o mineiro acabou nocauteado no segundo round, após um contragolpe fatal do nigeriano.