Depois de uma temporada de sucessos e tropeços, a torcida brasileira tem motivos para começar 2022 otimista com relação aos seus representantes no UFC. No ano que inicia, existem algumas possibilidades que podem levar o verde amarelo para o topo da principal organização de MMA do mundo.
Analisando o panorama, considerando lutadores que se destacaram em 2021, há motivos para ter esperanças em alguns cenários. O Brasil pode chegar a uma disputa de cinturão em algumas categorias, incluindo tanto os homens quanto as mulheres.
Para entender como a temporada pode se desenrolar, nossa equipe montou uma lista com 10 possibilidades de disputas de título no masculino e feminino dentro do Ultimate. Os destaques estão escalados em ordem alfabética.
Destaque dos moscas (até 56,7kg.) por anos, Alexandre Pantoja entra na atual temporada com o passaporte praticamente assegurado para lutar pelo cinturão da categoria. Atual número três no ranking, o brasileiro seria o responsável por dividir o octógono com Brandon Moreno para a primeira defesa de cinturão do mexicano.
O lutador, que já derrotou o atual campeão em duas ocasiões ao longo da carreira, era o favorito para o duelo. Pantoja, no entanto, acabou se lesionando e deu lugar a Deiveson Figueiredo. Assim, o ‘Deus da Guerra’ encontrou a oportunidade de tentar recuperar o título perdido em junho.
Fora de combate, Alexandre lamentou publicamente o fato de não estar apto a lutar pelo título. Como consolo, Deiveson confirmou que, se recuperar o título, dará preferência ao compatriota para um embate. Vale lembrar que o paraense e Pantoja já se enfrentaram em 2019, com vitória para o ex-campeão, nos pontos.
Citado no tópico acima, Deiveson Figueiredo é o que tem, no momento, a maior possibilidade de se tornar campeão do Ultimate, haja vista que o lutador tem confronto marcado para lutar pelo título. Substituto de Pantoja, o paraense estrela uma trilogia histórica para os moscas em 22 de janeiro, pelo UFC 270.
Depois de protagonizar, junto a Brandon Moreno, uma das melhores lutas na história da divisão em dezembro de 2020 – que acabou em empate-, e acabar derrotado no segundo confronto, em junho de 2021, Figueiredo tenta retomar seu antigo trono.
Com a saída de Pantoja, o paraense não perdeu tempo e topou o desafio de dividir o octógono com Moreno pela terceira vez. Caso recupere o trono, o brasileiro retomará o caminho das vitórias, já que não soma um triunfo desde novembro de 2020, quando defendeu seu antigo cinturão diante de Alex Perez.
Desafiante ao título dos meio-médios (até 77kg.) em 2021, Gilbert Durinho sempre estará a uma grande vitória de uma disputa de cinturão. Funcionário exemplar do Ultimate e figurinha frequente dentro do octógono, o niteroiense faz questão de se manter ativo.
Mesmo derrotado por Kamaru Usman em sua primeira oportunidade de lutar por um título na organização, Durinho chegou a levar perigo ao trono do campeão por um momento na luta principal do UFC 258. No embate, o brasileiro acabou superado por nocaute e se afastou momentaneamente do sonho de vestir a cinta.
Cinco meses depois do tropeço contra o campeão, Gilbert retornava ao octógono, e contra um rival de elite. O escolhido foi Stephen Thompson, famoso por sua movimentação e versatilidade nos golpes. No embate, Durinho soube controlar o oponente e anulou completamente seu jogo, vencendo por pontos.
O triunfo sobre o norte-americano confirmou o niteroiense na segunda colocação no ranking dos meio-médios, atrás apenas de Colby Covington e, claro, o próprio Usman. A posição de destaque faz com que o tupiniquim sempre seja uma opção, já que está sempre disposto a lutar.
Número quatro no ranking dos moscas (até 56,7kg.), Jennifer Maia carrega a fama de ser a única mulher a assustar Valentina Shevchenko dentro do octógono, nesta categoria. Desafiante ao cinturão da quirguistanesa, considerada por muitos como uma das melhores lutadores de todos os tempos, a brasileira está em processo de nova ascensão no grupo.
Hoje, Maia não é a favorita para um novo desafio à Shevchenko. A paranaense, no entanto, tem um compromisso importante confirmado, e que pode deixá-la a um passo de uma nova luta pelo título.
Em 15 de janeiro, no primeiro evento da temporada 2022 no UFC, Jennifer dividirá o octógono com Katlyn Chookagian, atual número dois. Caso vença, a brasileira poderá saltar no grupo e assumir a vice-liderança. Um grande resultado, inclusive, pode fazer com que a tupiniquim chame atenção da diretoria e seja promovida a desafiante da campeã, que não tem luta marcada.
Com um cinturão dos UFC no currículo, Jéssica Andrade, a ‘Bate-Estaca’, é uma atleta que tem prestígio de sobra com a organização. Ex-campeã dos palhas (até 52,1kg.), a paranaense, hoje, representa os moscas e vem de disputa de cinturão recente contra Valentina Shevchenko.
Mesmo perdendo para a quirguistanesa em abril de 2021, a brasileira segue na primeira colocação na categoria liderada por Valentina. A posição de destaque se dá pela recuperação de Bate-Estaca, que, no desafio posterior ao tropeço diante da lenda, venceu Cynthia Calvillo de forma brutal, e setembro da temporada passada.
Atualmente, Andrade manifesta o interesse de se apresentar tanto nos moscas quanto nos palhas, onde reinou no ano de 2019. Embora venha de derrota recente para Shevchenko, as atuações seguras da brasileira podem assegurar à atleta uma nova oportunidade de uma revanche contra Valentina, que venceu a paranaense com um nocaute no segundo round.
Lenda do MMA brasileiro, José Aldo definitivamente se reinventou e vive novo grande momento no Ultimate. Considerado por muitos como o melhor peso pena (até 65,7kg.) de todos os tempos, o brasileiro segue calando críticos e promovendo grandes atuações nos galos (até 61,2kg.).
Depois de já ter confessado publicamente a precipitação em aceitar uma disputa de cinturão contra Petr Yan, em 2020, o brasileiro entendeu o novo momento e, a cada novo desafio, tem mostrado evolução na nova categoria.
O ponto de partida foi o confronto contra Marlon Vera, em dezembro de 2020, em que Aldo venceu com propriedade por pontos. Na sequência, já em 2021, o manauara encarou Pedro Munhoz e, novamente, foi superior, em grande batalha.
Em seu último compromisso na temporada, José foi, novamente, testado. Desta vez, o ‘Campeão do Povo’ dividiu o octógono com o perigoso Rob Font. Mesmo com alguns sustos e tensão, o brasileiro comprovou sua superioridade e derrotou um dos candidatos a uma futura disputa de cinturão.
Com mais um triunfo, Aldo chegou definitivamente ao top 5 e, hoje, ocupa a terceira posição no grupo. O atleta tem mostrado paciência e evita falar em cinturão. Depois de bater Font, o tupiniquim reforçou o desejo de encarar o ex-campeão da categoria, TJ Dillashaw, que se recupera de cirurgia no joelho.
Lenda do jiu-jitsu, a multicampeã mundial na ‘arte suave’ chegou ao UFC para carregar a modalidade e levá-la ao octógono. A norte-americana com raízes brasileiras integrou o elenco da companhia de forma invicta e, logo, caiu nas graças da torcida e diretoria.
Representante dos palhas (até 52,1kg.), Dern conheceu a primeira derrota na carreira no encontro com Amanda Ribas, poucos meses depois de se tornar mãe. O tropeço, ao invés de abalar a promessa, fez com que Mackenzie amadurecesse, o que ficou provado nos próximos desafios.
Depois do revés diante da mineira, foram quatro vitórias consecutivas, três delas por finalização. Dern, no entanto, voltou a ser derrotada em seu último compromisso, quando foi escalada para encarar Marina Rodriguez.
No embate, as brasileiras deram show aos espectadores, entregando uma ‘guerra’ de cinco rounds, definida pelos juízes em decisão unânime à gaúcha. Com o tropeço, Mackenzie se afastou momentaneamente do sonho de lutar pelo título. A atuação da promessa, no entanto, não decepcionou, já que a combatente segue mostrando evolução a cada evento que participa.
Aos 28 anos, Mackenzie, hoje, é a quinta no ranking dos palhas. A lutadora ainda não tem data para sua estreia na temporada 2021. Caso seja escalada contra uma oponente dentro do top 5, uma grande vitória pode projetá-la ainda mais para o topo do grupo.
Responsável pela segunda derrota na carreira de Mackenzie Dern, Marina Rodriguez vem calando críticos desde sua estreia no UFC. Azarão em grande parte de seus desafios na organização, a gaúcha, hoje, é a brasileira mais bem colocada nos palhas.
Com uma trocação de excelência, Rodriguez tem, cada vez mais, se tornado um nome de respeito da categoria. A agressividade, combinações precisas e potência nos ataques fizeram com que a lutadora chegasse ao terceiro lugar na divisão e chamasse atenção da diretoria do Ultimate.
Pelo UFC, Rodriguez já disputou oito lutas, vencendo em cinco oportunidades, empatando em duas e perdendo em uma. Hoje, a gaúcha soma três resultados positivos em sequência, sendo um deles um duro nocaute sobre a promissora Amanda Ribas.
Forte candidata a uma disputa de cinturão, Marina deve ter de esperar alguns meses para a realização de seu sonho. Nos últimos dias, o presidente do Ultimate, Dana White, confirmou que Carla Esparza será a próxima desafiante ao trono de Rose Namajunas.
Rodriguez, no entanto, já se mostrou aberta a lutar pelo cinturão em qualquer cenário. Uma das principais características da gaúcha é sempre estar preparada para um confronto.
Promessa brasileira nos moscas do Ultimate, Taila Santos ‘comeu pelas beiradas’ e, quando os fãs perceberam, a lutadora já era destaque da categoria liderada por Valentina Shevchenko. Em grande momento, a lutadora tem encantado com atuações seguras e talento visível.
Ao todo, Santos soma cinco compromissos desde sua estreia do Ultimate. A brasileira acabou perdendo em seu debute, mas, na sequência, se recuperou com propriedade.
Com performances convincentes, hoje, Taila tem quatro vitórias consecutivas. Em seu último desafio, Santos ‘salvou’ o monótono UFC Las Vegas 43, sendo a última atleta do evento a vencer na via rápida, quando finalizou Joanne Wood logo no primeiro round.
Atualmente, Santos figura na quinta colocação nos moscas. A brasileira, hoje, representa um dos poucos desafios inéditos à Shevchenko na elite do grupo até 56,7kg.
Conhecido como ‘Assassino Silencioso’, Vicente Luque é um xodó da torcida brasileira dentro dos meio-médios. Famoso por sua agressividade e por não decepcionar em nada na luta no chão, o brasileiro construiu a sangue e suor, literalmente, seu caminho rumo ao topo da categoria liderada por Kamaru Usman.
O brasileiro entrou oficialmente no radar para uma futura disputa de cinturão depois de suas duas últimas vitórias. Em março, o tupiniquim dividiu o octógono com o ex-campeão do grupo, Tyron Woodley, e não teve problemas para passar pelo veterano, finalizando o ‘antigo rei’ logo no primeiro round.
Na sequência, o experiente Michael Chiesa era o grande desafio. Membro da elite do grupo e especialista na luta agarrada, o norte-americano chegou a assustar, mas logo entendeu que Luque já estava em um patamar diferente. Contra o adversário, Vicente teve calma para reverter uma queda nos momentos iniciais e, ‘na área do rival’, conseguiu uma finalização que chegou até a surpreender Dana White, que se disse impressionado com o talento do brasileiro.
Com a vitória, Luque chegou à quarta posição nos meio-médios. Em lugar de destaque, o lutador, hoje, representa um desafio inédito ao campeão, Usman, que já manifestou o interesse de se testar contra o tupiniquim.