Os três resultados negativos e uma série de lesões no UFC deixaram a continuidade de Antônio Cara de Sapato na carreira em risco. Porém, cerca de nove meses depois, tudo mudou para o atleta brasileiro. Após assinar com a PFL, o brasileiro passou por quatro lutas (três vitórias e uma ‘luta sem resultado’) até finalizar Marthin Hamlet e faturar o prêmio de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões) do Grand Prix da organização.
Em entrevista exclusiva ao canal do SUPER LUTAS no YouTube, Cara de Sapato destacou que sua ‘ficha’ já caiu e contou sobre as dificuldades que superou para chegar ao topo da PFL. Ele, inclusive, confessa que chegou a pensar em se aposentar depois de uma série de lesões que quase atrapalharam a continuidade de sua carreira.
“Estou muito feliz com tudo isso que aconteceu. Eu vivi um período muito difícil nos últimos dois anos e meio, com lesões que estavam afetando as lutas. Várias coisas aconteceram e foi um tempo difícil emocionalmente e fisicamente. Foram três cirurgias e foi muito duro para mim. E chegar na PFL, chegar nos playoffs muito bem, passei pelo ex-campeão Emiliano Sordi e ganhei o cinturão. Foi realmente incrível na minha vida. Estou realizado, feliz e vendo que todo esforço valeu a pena”, disse Cara de Sapato, antes de completar.
“Em fevereiro, eu estava quase desistindo. Eu pensava: ‘Cara, quer saber? Vou voltar ao jiu-jitsu, dar seminários. Acho que isso não é para mim’. Sei que as lesões também atrapalham muito e foi uma avalanche de coisas que aconteceram na minha vida para parar, pensar e ajustar varias coisas na minha vida pessoal. Passa um filme, uma ‘parada’ de superação, acreditando em tudo e é, realmente, um filme da vida real com um final feliz”, finalizou.
Com 31 anos, o brasileiro ainda conta que precisou passar por inúmeras lesões no joelho e refletiu sobre a possibilidade de ‘pendurar as luvas’. Campeão do The Ultimate Fighter Brasil 3’, Antônio diz que a carreira de um lutador é trabalhada em picos de felicidade e tristeza.
“Pensei, sim. Meu corpo não estava respondendo por conta das lesões. Eu quero treinar forte e não quero ser só mais um. Quero ser o melhor, buscar o ouro. Então, isso me desmotivava. Eu queria realmente fazer história, ser o campeão e ter uma carreira brilhante. E aquilo me desmotivou muito. Eu fiquei me sentindo muito mal. A carreira no MMA é muito trabalhada nos extremos. Quando você ganha, você se sente muito bem e, quando você perde, se sente muito mal”, acrescentou.
Desde que conseguiu embolsar a premiação de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões) e deter o cinturão dos meio-pesados (até 93kg.) da PFL, Cara de Sapato sanou uma grande dúvida dos amantes de MMA: o que vai fazer com sua nova renda extra? Questionado sobre o assunto, o lutador tupiniquim conta que deseja usar o dinheiro como uma ‘segurança’, mas revelou que planeja presentear seus parentes pelo Natal.
“Eu tenho que dar uns presentes para minha família – com o Natal chegando. Mas é claro que não vou gastar tudo isso em presentes (risos). Eu sempre fui um cara muito controlado e consciente financeiramente. Eu saí de casa muito cedo, fui morar em outros lugares e sempre fui muito seguro e consciente das coisas que eu poderia fazer. E esse dinheiro chega para ficarmos mais tranquilos e pensando apenas em treinos e performances, sem preocupar com o dinheiro”, concluiu.
Com vitórias sobre Tom Lawlor e Emiliano Sordi, além de uma luta ‘sem resultado’ sobre Vinny Magalhães, Cara de Sapato teve um caminho impecável rumo ao título na PFL desde que saiu do UFC. Em seu cartel, agora, são 13 resultados positivos, cinco negativos e dois ‘no contest’.