O UFC 267, neste sábado (30), marca a estreia de Allan “Puro Osso” Nascimento no octógono mais famoso do mundo. O brasileiro, que enfrenta Tagir Ulanbekov logo na abertura do card preliminar, chega ao Ultimate pouco mais de três anos após bater na trave durante participação no Dana White Contender Series Brasil.
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Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, Puro Osso falou sobre a frustração de não ter conseguido o contrato com o UFC em 2018, quando acabou derrotado na decisão dividida dos juízes após grande luta contra Raulian Paiva. O paulista, no entanto, acredita que as coisas aconteceram no tempo certo.
“Frustrante foi pela derrota, óbvio, mas foi eleita a melhor luta da temporada na época, fiquei muito feliz pela apresentação e pelo papo que tive logo em seguida com o Dana White. É lógico que eu queria o contrato com o UFC. Já estaria lá há três anos, mas, como a gente fala, tudo acontece no momento certo e não no nosso momento. Agora chegou minha hora de poder cultivar isso, curtir esse momento fazendo parte do UFC”, disse Puro Osso.
Três anos sem lutar quase levaram Puro Osso a desistir do MMA
Após bater na trave por uma chance de contrato com o UFC na luta contra Raulian Paiva, Puro Osso ficou três anos afastado da luta. Cancelamentos, lesões e a pandemia do coronavírus afastaram o atleta das competições e quase o fizeram desistir da carreira de lutador.
“Realmente foi um período muito difícil. Tive muitas lutas canceladas nesses últimos três anos, inclusive uma luta cancelada no dia, em Miami. Fiz a pesagem na sexta-feira e no sábado o promotor ligou cancelando. Outros eventos também caíram, tive uma cirurgia que me deixou afastado por um bom tempo e depois veio a pandemia. Realmente tumultuou minha cabeça e pensei em desistir. Nesse tempo comecei a dar muita aula. Lutador não tem salário garantido. Comecei a dar aula para caramba, estava bom para mim, mas eu tinha um objetivo maior na minha carreira e na minha vida. Quem me ajudou muito foi o Diego Lima, meu treinador, que me falou para continuar focado, continuar tentando, que uma hora iria dar certo. Essa hora chegou agora”, afirmou Allan.
Allan Puro Osso voltou a pisar em um cage em julho deste ano, mas não ficou muito tempo nele. O atleta da Chute Boxe Diego Lima finalizou seu oponente em pouco mais de três minutos ainda no primeiro round.
“Não deu nem para esquentar o corpo (risos). Mas é isso, na luta você não pode testar. Na oportunidade que você tem, tem que acabar com ela, encerrar. Teoricamente é o que eu quero fazer no sábado. Na hora que tiver uma oportunidade, definir a luta. Mas foi muito bom voltar a lutar, peguei a luta em cima da hora, com uma semana de antecedência e em uma categoria diferente. Fiquei muito feliz. Foi a luta que me abriu as portas para o UFC. Dois dias depois, me ligaram meu manager, Jorge Patino Macaco e meu treinador, Diego Lima, em uma ligação de vídeo. Quando atendi, já estavam os dois emocionados, o Diego quase chorando e me deram a notícia de que já estava com o contrato na mão, assinado e com data de luta marcada. Foi muito emocionante para mim. Um momento único, para ficar na minha memória”, recordou Allan.
Mais maduro, mais completo e em busca de uma vitória na estreia
Três anos após perder a luta para Raulian Paiva e, consequentemente, a chance de entrar no UFC em 2018, Allan Nascimento garante que é hoje um atleta mais maduro, mais completo e que busca capitalizar as oportunidades de definir as lutas.
” O Allan de hoje é um Allan bem mais maduro, um pouco mais completo, com um jogo de luta buscando definição. Às vezes eu acabava deixando passar algumas oportunidades e a ideia agora é não deixar mais. Às vezes um nocaute ou uma finalização passam, você não abraça e acaba perdendo a luta. Não deixar para os juízes, pois eles vão fazer você chorar. O Allan que vem hoje é mais completo, mais maduro, com a cabeça boa e preparado para qualquer tipo de guerra”, finalizou Puro Osso.
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