Para o empresário de Paulo Borrachinha, Wallid Ismail, não há motivos para lamentar a derrota diante de Marvin Vettori no último sábado (23). Em entrevista exclusiva para o SUPER LUTAS, o agente explicou os motivos que levaram o brasileiro a ter problemas para bater o limite da divisão dos médios (até 83,9kg), enalteceu o combate contra o italiano e pediu por uma revanche entre os dois lutadores.
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“Foi um resultado que não dá para discutir, a luta foi muito boa. Na minha interpretação, não houve perdedor. Imagina, uma luta de pesos meio-pesado teve a quarta maior quantidade de golpes da história do UFC. Uma luta dessa, não tem perdedor. Por isso que vou falar agora em primeira mão para vocês, já falei com o Borrachinha, eu quero que o público peça ao UFC que repita essa luta, mas agora na divisão dos médios. Agora eu vou falar o que aconteceu, o Borrachinha machucou o bíceps. Só que o fato dele ter se machucado não interferiu na luta, a luta foi certa, os caras lutaram muito, a lesão não interferiu. Mas interferiu na perda de peso. Porque ele (Borrachinha) teve que ficar parado uma semana e quando você está na reta final, ter que ficar parado uma semana é complicado. Ele não estava podendo fazer exercício físico. A gente não está dando desculpa, isso não interferiu na performance, mas atrapalhou o corte de peso”.
“Eu já estou trabalhando na luta do Vettori com o Borrachinha na divisão dos médios, imagina o quanto essa luta vai vender? Já comecei a campanha. O Dana White adorou essa luta,todo mundo adorou a performance do Borrachinha, ele deu um show. Muita gente diz que ganhou ou perdeu, mas não vou entrar nesse mérito. Porque quando dois lutadores lutam com raça e determinação, ninguém perde. É o tipo da luta que não tem perdedor”.
“Gigante. Ele está se sentindo gigante. Eu já conversei com ele. Uma hora ele ficou meio chateado com a performance porque achou que poderia ter lutado melhor, mas eu falei pra ele: ‘Tu saiu muito maior do que tu entrou’. Tem lutador que ganha e sai pequeno, tem lutador que perde e sai gigante. Ele perdeu a luta, mas saiu gigante, porque mesmo com aquela performance, muita gente ainda acha que ele não perdeu. Aquela performance foi de um gigante. Que trocação de porrada, que guerra”.
“Cara, eu adoro o Dana White. Essa é a resposta para as pessoas entenderem: O Dana White para mim é o cara mais inteligente do mundo no esporte, o UFC hoje vale mais de 10 bilhões de dólares por causa dele. Então, esse cara vai ver que o Borrachinha e o Vettori no peso médio vai ser a luta que todo mundo vai querer ver”.
“Cara, eu gosto do Borrachinha no peso médio. Ele perde bem o peso (para lutar lá). O Borrachinha saudável, perde o peso como uma brincadeira de criança. Ele nem faz sauna para perder peso. Então, esquece isso (de subir para os meio-pesados)”.
‘O Borrachinha é um vencedor. Antes da luta, foi a vez que eu vi ele mais gigante. Eu achava ele até muito calmo antes das outra lutas, mas nessa não. O Borrachinha falou para mim: ‘Agora é hora da psicopatia, é o guerreiro que tá indo para a guerra, sem medo de morrer’. Imagina isso, irmão? Então esquece… (ele é) gigante. E a performance dele foi de um gigante. Ninguém pode falar nada do Borrachinha. Ele até assumiu que tem algumas partes técnicas que precisa melhorar. Vou até falar, ele precisa de mais agilidade na mão. O chute dele estava espetacular, mas a mão não estava tão boa. Então vamos para o papo reto? O cara é um gigante de cabeça”.
“Eu ainda queria o dinheiro da ‘Performance’. Até ontem (segunda 24), eu liguei pro Hunter (Campbell, um dos executivos do UFC) e falei que ele merecia. Mas aí ele me respondeu: ‘Não, ele não bateu o peso’. Eles batem muito nessa tecla. Eu sempre converso com o UFC e respondi: ‘Então pensa, pensa se ele não merece’. Mesmo não batendo o peso, é como aquele jogador indisciplano que chega na hora do jogo e faz cinco gols. Foi o caso agora. Ninguém tem o que falar da performance dele, as pessoas tem só que aplaudir”.
A derrota para Vettori foi a segunda consecutiva da carreira de Borrachinha. O primeiro revés havia sido na disputa do cinturão dos médios contra Israel Adesanya, em setembro de 2020. O brasileiro agora ostenta o cartel de 13 resultados positivos e dois negativos na sua carreira profissional.