Por que Robocop? Gregory explica apelido e comemora volta por cima na carreira dentro do Ultimate

G. Robocop é promessa brasileira no peso médio do UFC. Foto: Reprodução/Instagram

Superação. Esta palavra caminha lado a lado de Gregory Robocop, promessa brasileira nos médios (até 83,9kg.) do Ultimate. Adversário de Jun Yong Park no UFC Las Vegas 41, que acontece neste sábado (23), o atleta falou com exclusividade ao SUPER LUTAS sobre o compromisso do fim de semana. O lutador desabafou sobre altos e baixos no MMA, explicou a origem de seu apelido e comemorou seu grande momento no esporte.

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No UFC Las Vegas 41, Gregory fará sua segunda apresentação no Ultimate quatro meses. No debute, o brasileiro teve grande performance na vitória contra Dusko Todorovic.

Afinal, por que Robocop?

Conhecido por sua versatilidade dentro do MMA, Gregory carrega uma apelido que faz referência a um ícone dos filmes de ação. Mas, afinal, por que Robocop? O atleta conta a história.

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“Esse apelido surgiu em 2014. Eu morava em Manaus, me mudei para o Rio de Janeiro para começar a treinar MMA. O Josuel Distak era o treinador na época e não sabia meu nome, eu tinha acabado de chegar na academia, um cara do jiu-jitsu, todo duro. Ele foi me chamar para me apresentar para o time: ‘você aí atrás, Robocop’. Aí, todo mundo começou a me chamar assim (risos). Fiz a minha primeira luta de MMA e os comentaristas também falavam. Na época, eu não gostava desse apelido. Depois, comecei a deixar rolar. Na minha estreia no UFC, os caras fizeram uma montagem comigo de Robocop. Um amigo me falou: ‘tive uma percepção incrível sobre você. O Robocop, para surgir, um homem teve que morrer, o ‘Murphy’ (personagem da franquia), no filme, para virar um outro melhorado. É a sua história. Você morreu e surgiu um novo homem’. Isso faz muito mais sentido, aí, abracei com tudo”, contou.

Dificuldades na carreira

Explicado sobre o apelido, Gregory descreveu a história que o fez pensar em desistir da carreira. O ponto foi importante para sua chegada ao Ultimate.

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“Quando eu achei que estava tudo acabado, de repente ressurgiu o Robocop. Eu fiz a luta no ‘Contender Series’, fui nocauteado (por Jordan Williams, em setembro de 2020). Pensei em parar de lutar. Achei que isso não era para mim e iria abrir uma academia de jiu-jitsu, ou fazer qualquer outra coisa. Não dava mais. Fui nocauteado na frente do Dana (White), voltei 10 passos na minha carreira. Depois, a história foi desenrolando. Morava na Califórnia, depois fui para a Flórida, tive a oportunidade no LFA e, hoje, estou no UFC. Foi uma história de morte para depois surgir de novo. Muita gente tem dificuldades e, muitas vezes, os problemas chegam não para provar que você é bom ou ruim, mas para te fortalecer para o caminho que está preparado para você. Uma das primeiras coisas que passa pela nossa cabeça, quando temos um problema, é desistir. Mas, ali, é a hora de você decolar”, desabafou.

Volta por cima

A vitória de Robocop em sua estreia no Ultimate não foi o único motivo para a comemoração do brasileiro. Naquele momento, uma sequência de coincidências ampliou o momento, que o atleta explica na sequência.

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“Eu fiz a estreia (no Ultimate) dentro do UFC Apex (espaço da companhia dedicado a promover suas lutas em Las Vegas). A minha luta no ‘Contender’ foi no Apex, no mesmo octógono e com o mesmo árbitro (Mark Smith). O grande limitador de onde nós vamos chegar somos nos mesmos. Eu mostrei que eu sou capaz e pertenço àquilo. Foi uma mistura de emoção depois da luta”, afirmou.

Vivendo o sonho do pai

A história de Gregory Robocop reserva mais emoções. Inserido na maior organização de MMA do mundo, o brasileiro revelou que não vive apenas seu sonho, mas também o do Senhor Pedro, pai do atleta, principal incentivador, falecido em 2015.

“Eu comecei na luta com cinco anos de idade. Meu pai era um Mestre Capoeira, o senhor Pedro. Perdi meu pai em 2015, antes de uma das minhas lutas. Ele foi o meu maior incentivador e sempre sonhou com isso. Meu pai tinha fitas dos primeiros UFC’s. Eu sempre assistia com ele. Eu e meus irmãos. Minha história começou todo ali, nas rodas de capoeira”, contou.

Análise do adversário

Depois de passar por Todorovic, Gregory terá mais uma pedreira pela frente. O lutador dividirá o octógono contra o perigoso Jun Yong Park e analisou o compromisso.

“O Park é um cara duro e já mostrou isso. Enfrentou Marc-Andre, que é um grande amigo meu, meu parceiro de treinos. Eu sempre falo que os asiáticos têm o coração de não se entregar, de ir até o final. Acredito que ele é um pouco limitado, muito na defensiva e não se expõe. Ele vai levando a luta. Ele tem gás para lutar três round, é calmo. Eu tenho minhas qualidades e sei o que posso colocar em prática para que possa criar oportunidades para sair com a vitória. Vai ser uma grande luta. O UFC é a Copa do Mundo. Os melhores estão ali”, declarou.

Desfecho dos sonhos

A intenção é sempre sair vitorioso, não importa a maneira. Gregory, porém, não escondeu que sente uma vontade especial para o duelo.

“Eu queria vencer por finalização. Todo mundo fala que eu ainda não mostrei meu jiu-jitsu. Estou bem em pé, afiado. Meu wrestling está impecável. Estou pronto para tudo, para o que der e vier. ‘Foguete não tem ré’. Sempre penso nos três rounds. Tenho 15 minutos para impor meu ritmo. Se abrir o espaço, vou acabar a luta”, encerrou.

Histórico dos atletas

Aos 29 anos, Robocop se encaminha para sua 14ª luta como profissional no MMA. Ex-campeão do LFA, o atleta tem 10 vitórias e três derrotas.

No Ultimate desde 2019, Jun Yong Park fará o 18º embate na modalidade. O combatente tem 13 triunfos e quatro reveses.

Publicado por
VH Gonzaga