Na preparação para o UFC Las Vegas 40, Norma Dumont passou por grande mudança. Originalmente, a brasileira mediria forças contra Holly Holm na luta principal do evento deste sábado (16), mas a norte-americana deu lugar à compatriota Aspen Ladd, que agora divide o protagonismo no combate mais importante da noite.
Depois da mudança repentina, Dumont falou, com exclusividade ao canal do SUPER LUTAS no YouTube, sobre a mudança de adversária em cima da hora. Ela, inclusive, apontou as diferenças entre o jogo de Holly Holm e Aspen Ladd e contou onde pode levar vantagem no duelo.
“O jogo da Holly (Holm) é bem diferente. Ela não acelera tanto e seria uma luta mais devagar, de xadrez. Já a Aspen (Ladd) vem para o ‘tudo ou nada’, não se defende muito bem e tem a guarda exposta. Mas, para meu estilo de contragolpeadora, talvez a luta contra a Aspen seja mais animada. Contra a Holly, poderia ser um pouco mais devagar. Agora, será mais acelerada. Não acho que dure cinco rounds. Em contrapartida, é muito ruim perder uma luta contra a Holly. Vencer uma ex-campeã é algo que te torna uma top-contender. Existe o lado positivo e lado ruim”, afirmou Norma.
Com uma sequência de duas vitórias, Dumont faz seu primeiro evento principal no Ultimate e acredita que Ladd seja a oponente ideal para que ela possa atrair às atenções do público rumo a uma ascensão na divisão dos penas (até 65,7kg.).
“A trocação dela é um pouco exposta. Ela tem até uma mão pesada, mas não se protege. E isso, para mim, é favorável. Eu gosto de jogar muitos golpes em linha reta e isso me favorece para quebrar a resistência da pessoa. Acho que ela teria vantagem se conseguisse cair por cima, porque ela tem um bom ground and pound. Ela não tem um jiu-jitsu muito finalizador, mas segura as posições para bater. Porém, antes disso, ela tem outro problema pela frente: me derrubar. Sei que é muito difícil. Inclusive, fiz um camping muito focado no Wrestling”, completou a mineira.
A categoria até 65,7kg. passa por um momento indelicado na organização. Apesar de Amanda Nunes ostentar o cinturão, ela ainda corre o risco de ser extinguida por Dana White, pela falta de atletas disponíveis à divisão. Agora, Norma Dumont planeja mostrar seu potencial para que o Ultimate repense sobre a posição. Aliás, a representante tupiniquim revelou que uma luta contra a ‘Leoa’ ainda está em seus planos para o futuro.
“Primeiro, que o UFC não encerre a divisão e traga mais atletas de nome. E, dalí em diante, que eu me torne um problema da divisão dos penas. Que todo mundo olhe e fale: ‘Caramba, a Norma vai lutar. Quero assistir que essa menina luta muito’. A gente quer o cinturão, obviamente, mas todo atleta precisa ser – dentro do UFC – uma estrela (…) eu gosto muito da Amanda. Conheço ela pessoalmente, é uma pessoa gente boa demais, mas é o trabalho dela e é o meu. Ela nunca negou que quer defender o cinturão dela, porque é o trabalho dela. Precisa de pessoas que vendam lutas, que sejam interessantes. Então, não é nenhum desrespeito falar que quero o título. Às vezes, as pessoas ficam um pouco chateadas por ela ser brasileira – e eu gosto demais dela, mas a gente precisa lutar. Senão, a gente para e ninguém luta mais”, finalizou.
Profissional desde 2016, Dumont conta com um cartel de seis triunfos e um revés em sua carreira nas artes marciais mistas. A brasileira, que também tem problemas para bater o limite dos galos (até 61,2kg.), planeja seu futuro na divisão dos penas (até 65,7kg.).