Promessa brasileira nos moscas (até 56,7kg.) do Ultimate, Matheus Nicolau está de volta e em grande momento na carreira. Adversário de Tim Elliott em uma das principais lutas do UFC Las Vegas 39, que acontece neste sábado (9), o lutador falou com exclusividade ao SUPER LUTAS. Dispensado pela empresa em 2018, o explicou a situação vivida e analisou o compromisso deste fim de semana.
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Após dois embates desde sua saída da organização em 2018 e volta triunfal com vitória sobre Manel Kape, em março desta temporada, Nicolau está pronto para retomar a trajetória rumo ao topo dos moscas. Disposto a fazer história pelo UFC, o lutador narrou parte do processo de desligamento até a retomada da carreira dentro da companhia.
De destaque no TUF à dispensa inesperada
Representante do TUF (The Ultimate Fighter) 4, Matheus foi destaque da edição, chegando à semifinal e conquistando o contrato, mesmo perdendo o confronto decisivo contra Dileno Lopes. Depois de três vitórias como profissional no Ultimate, o brasileiro conheceu a derrota diante de Dustin Ortiz. Mesmo com o retrospecto recente positivo, o atleta acabou sendo cortado, para a surpresa de muitos fãs e do próprio lutador. O mineiro, então, explicou o momento.
“Na época, eles (diretoria do Ultimate) estavam com a ideia de acabar com a categoria (dos moscas). Eles tinham acabado de trocar o Demetrious Johnson (lenda do grupo) pelo Ben Askren (transação com ONE Championship). Estavam em um impasse. Todo mundo que vinha de derrota, eles mandaram embora. Infelizmente, foi um momento errado de ter a minha derrota. Foi na mesma época que o atual campeão, Brandon Moreno, também foi desligado. Foi aí que o (Henry) Cejudo conquistou o cinturão, o Deiveson (Figueiredo) veio como campeão, fez boas lutas e acho que eles (UFC) deram uma ‘acordada’ para a categoria. Quando trocam o campeão – Demetrious ficou muito tempo no topo -, eles mudaram de ideia e mantiveram o peso mosca”, contou o lutador.
Voltar sempre foi o objetivo?
Desde sua saída polêmica do Ultimate, Nicolau não quis saber de ficar parado. O atleta realizou duas lutas neste período, vencendo em ambas as oportunidades, uma pelo Future FC e outra pelo BRAVE. Disposto a se confirmar como grande representante brasileiro do MMA, Matheus avaliou se uma volta à antiga organização era o principal foco naquele momento.
“Eu não queria ter esse objetivo, realmente. Até porque eu tinha acabado de ser mandado embora. Eu vinha de três grandes vitórias e tive meu contrato cortado. (A demissão) veio depois de uma derrota diante de um cara ranqueado. Eu era ranqueado também. Querendo ou não, pensei que não poderia ficar só com esse objetivo, mas, lá no fundo, sempre teve aquele sonho: ‘eu quero ser campeão mundial’. Eu preciso fazer meu trabalho, independente de qual empresa me contrate. Meu sonho era estar no UFC, a maior organização do mundo. É aqui que está o maior nível do MMA. Lógico que tem grandes atletas em outros lugares, no mundo inteiro, em lugares que a gente nem imagina. No fundo, minha vontade era o UFC, mas minha mente estava aberta. Minha vida estava continuando, mas tinha aquele gostinho de voltar e ser campeão”, admitiu.
Desejo atendido e retorno triunfal
Desejo atendido, era a hora de voltar para casa. Em março desta temporada, Nicolau voltou a calçar as luvas do UFC e, logo no primeiro desafio, foi escalado para encarar uma aposta da empresa: o ex-campeão do RIZIN, Manel Kape. Contra o rival, o brasileiro não teve moleza, mas teve o braço levantado e narrou a experiência.
“Foi uma luta muito especial. Juntou muita coisa. Eu fiquei um tempo sem lutar por causa da pandemia. Me ofereceram uma luta pelo UFC e fiquei muito feliz. Ia lutar contra o Tagir Ulanbekov e ele se machucou. Foi aquele primeiro banho de água fria. Juntou que eu peguei Covid neste meio tempo. A luta seria em janeiro e adiaram para março. Depois, em março, duas ou três semanas, trocaram o adversário pelo Manel (Kape), que tinha um etilo totalmente diferente. Foi um desafio para mim, não só pelo tempo que estava sem lutar, da expectativa. Foram vários fatores. Tive uma boa vitória, contra um cara duro. Aquele dia eu me provei bastante e evoluí muito. Estou um lutador ainda melhor”, disse.
Sem moleza
Depois de encarar um ex-campeão, desta vez o nível seguirá alto. Neste fim de semana, Matheus enfrentará um veterano que tem no currículo uma disputa de cinturão pelo UFC. O rival escolhido foi Tim Elliott e, para sair vencedor, Nicolau precisa superar a experiência do oponente.
“Elliott não tem o estilo ortodoxo. Ele tem uma boa movimentação, é rápido, tem um cardio bom. Quando ele gosta da luta, ele coloca um ritmo legal e um dos pontos mais fortes é a transição que ele faz da trocação para a luta agarrada. É uma luta em que tem que estar preparado para tudo. No alto nível, não tem para onde correr. Tim sempre está preparado e busca a luta. Com certeza, vamos sair na porrada”, narrou.
Desfecho ideal
Mesmo confiante de que conseguirá desempenhar um bom resultado no fim de semana, Matheus evita cravar qual será a maneira que deve bater o rival. O atleta, porém, não tem dúvidas de qual será a decisão.
“Sem dúvidas, quero terminar a luta antes dos 15 minutos. Eu vou para vencer. Então, vou terminar com o braço erguido. Como, nós vamos descobrir lá (risos)”, encerrou.
Histórico dos atletas
Aos 28 anos, Matheus Nicolau se encaminha para sua 20ª luta como profissional no MMA. Hoje, o peso mosca soma 16 vitórias, duas derrotas e um empate.
Veterano do UFC, Tim Elliott, 34, fará sua 30ª apresentação na modalidade. O norte-americano tem 17 triunfos, 11 reveses e um empate. O combatente disputou o cinturão do grupo em 2016, quando foi superado por Demetrious Johnson.
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