No início desta semana, o mundo dos esportes de combate entrou em luto pelo falecimento de Justin Thornton, de 38 anos, que morreu semanas após ser nocauteado brutalmente em uma luta de boxe sem luvas organizada pelo Bare Knuckle Fighting Championship (BKFC), no dia 20 de agosto.
Durante a coletiva de imprensa realizada na última terça-feira (05), após a última edição do Contender Series, o presidente do UFC Dana White falou sobre o ocorrido e atacou a organização de boxe sem luvas.
“Primeiramente, alguém ficou surpreso? Quero dizer, em uma luta sem luvas? Não sou fã. E eu fico, vamos dizer, preocupado quando vejo alguns dos nossos irem para lá quando saem daqui. Meu Deus. Nós fazemos lutas há 25 anos, fiz mais de 7000 lutas sem nenhuma lesão séria no UFC”, disse Dana White.
Antes de lutar no boxe sem luvas, Justin Thornton foi um lutador de MMA com cartel modesto de apenas seis vitórias e 18 derrotas em 24 lutas. Thornton não foi o único atleta a fazer o caminho do MMA para o BKFC. Nomes notáveis como Paige VanZant, Chris Leben, Hector Lombard e Chad Mendes traçaram a mesma rota.
A preocupação de Dana White com esses atletas, segundo ele, se deve ao tamanho do investimento que o UFC faz em relação a saúde dos lutadores, algo que, segundo o presidente, não é feito em nenhuma outra organização.
“A cada ano gastamos mais de US$ 20 milhões (cerca de R$ 110 milhões) em medicina esportiva. US$ 20 milhões em saúde, bem estar ou seja o que for. 25% dos nossos atletas são enviados a especialistas. Um cara que chega com um teste cerebral irregular é enviado a um especialista. Se algo estiver irregular com seu exame cardíaco, ele ou ela vai a um cardiologista e gastamos o dinheiro necessário para descobrir o que há de errado. O resultado disso é que nos últimos 20 anos, encontramos dez atletas com problemas médicos que ameaçavam suas vidas e precisaram interromper suas carreiras. Se eles não estivessem no UFC, provavelmente teriam lutado e provavelmente teriam morrido”, disse Dana White.
Por fim, Dana fez questão de dizer que o UFC não deve ser citado nem na mesma frase que o boxe sem luvas e lamentou o falecimento de Thornton.
“Não devemos nunca estar na mesma frase que o boxe sem luvas. São dois mundos completamente diferentes. Sim, eu sinto muito que esse cara tenha morrido, mas você nunca vai ver nenhuma dessas outras organizações realizarem o tipo de testes médicos e de segurança que fazemos para os nossos atletas”, finalizou.