Apontado, por muitos, como um dos maiores lutadores brasileiros da história do MMA, Demian Maia abriu o jogo sobre seu futuro na modalidade. Em entrevista exclusiva ao canal do SUPER LUTAS, a lenda do jiu-jitsu falou sobre a possibilidade de seguir no UFC e, apesar de não ter um contrato em vigor, deseja uma ‘luta de despedida’ no Brasil.
“A minha luta de contrato, quando a gente negociou lá atrás, era contra o (Ben) Askren. Quando eu lutei contra ele, vinha em uma sequência de duas vitórias e falei que gostaria de fazer mais duas. (…) Só que veio a pandemia, o mundo deu uma mudada e não consegui treinar como queria para essa última (luta) e queria uma empolgante. Eu fiquei com vontade de fazer mais uma, mas eu sabia que meu contrato se encerrava ali. No UFC, vai depender muito se tivermos um evento com público no Brasil, com uma chance de 50%. Se não tiver um evento com público no Brasil, eu acho mais difícil”, disse Demian.
Aos 43 anos, Maia é o brasileiro com o maior número de triunfos no Ultimate, onde atuou no período entre 2007 e 2021. Por isso, o representante tupiniquim indicou que, caso não tenha uma ‘luta de despedida’ na organização, pode realmente se aposentar das artes marciais mistas.
“No jiu-jitsu, com certeza. Quanto ao MMA, eu acho difícil. Lógico que existem propostas e você nunca sabe o que pode acontecer. Não dá para cravar, mas a minha ideia é terminar no UFC e estou com alguns projetos no evento que dependem disso, também”, sugeriu o brasileiro.
Depois da derrota para Belal Muhammad na decisão unânime do UFC 263, Demian Maia chegou a pedir uma ‘última dança’ no UFC e, posteriormente, Dana White declarou que tinha pouco interesse em renovar seu contrato. Agora, no entanto, o atleta ressaltou sua gratidão e detalhou relação com o presidente da franquia.
“Eu acho que seria mais elegante (uma luta de aposentadoria), mas cada empresa tem um jeito de ver as coisas. Então, isso não está no meu controle. É o jeito dele (Dana White) e a gente conhece. Não é novidade para mim, já que estou no evento há 14 anos. Já passou um tempo em que eu sofria por essas coisas. (…) tenho muita gratidão por tudo que ele fez pelo esporte e para a gente – conselhos que ele já me deu, também, mas é lógico que, para mim, teria uma forma mais elegante”
Durante sua trajetória no MMA, Maia sempre foi reconhecido na comunidade das artes marciais mistas como um atleta de alto nível no jiu-jitsu durante sua trajetória. Questionado sobre como deseja ser lembrado, ele destaca que preza pela transformação da ‘arte suave’, que foi levada ao octógono na carreira.
“O legado continua, pois como eu falei, não é só entrar lá e ganhar. Meu legado era representar e trazer para o maior número de pessoas possível o jiu-jitsu brasileiro pela transformação que isso traz pela vida das pessoas e isso continua com minha escola, com seminários que dou pelo mundo, projetos do UFC que vão continuar. Esse legado continua pela vida inteira. Ele não acaba, está na metade do caminho e sei que terei sucesso continuando com ele”, finalizou.
Demian Maia realizou 33 lutas no Ultimate, com 22 triunfos e 11 reveses. Ele, inclusive, chegou a disputar o cinturão em duas oportunidades – sendo nos meio-médios (até 77kg.) e médios (até 83,9kg.), mas foi derrotado por Anderson Silva e Tyron Woodley, respectivamente.